Lee Minho POV
Ainda não faz nem dois meses que estamos em aula, e eu já não quero mais. Tudo bem que todos os dias significam um sorriso e um abraço do Jisung, mas todas matérias começam a esgotar, não sei.
É sexta-feira outra vez, me arrumo com pressa, afinal minha imagem não importa muito. Às vezes propositalmente deixo meu cabelo um pouco bagunçado, Jisung se incomoda e pede pra arrumar, aí eu reviro os olhos e recebo as mãos delicadas dele no meu cabelo.
Sim, é um plano e tanto, e estou indo concluir ele de novo. Enrolei na frente do meu armário pra ter certeza que ele estaria na sala quando eu chegasse, assim andei até meu lugar na frente do esquilo e virei pra trás, deixando meus braços na mesa dele e meu queixo apoiado neles, chamando atenção pro meu cabelo que estaria na altura da visão daqueles olhinhos brilhantes.
- Outro dia que você limpa as remelas e não arruma esse cabelo... - meu pequeno reclamou e eu ri, encarando ele debaixo - Posso arrumar de novo? - aquela voz fofinha e irritada voltou, eu só concordei silenciosamente.
Senti os dedinhos separando meus fios e depois penteando eles devagar, talvez já estivesse arrumado o suficiente porém eu deixava o senhor perfeccionista continuar, afinal me dá a sensação de carinho e eu fico todo arrepiado.
Quando abri os olhos ele se emburrou de novo, apertei seu narizinho suavemente e Changbin deu um sorriso de canto na minha direção, que eu ignorei pra não gerar mais desconfiança, virando pra frente de novo.
Ficamos dessa forma até o café da manhã. Deram uns salgados que eu não gostava, mas na boa vontade fui pegar, e deixei sobre a mesa do esquilinho preguiçoso. Ele passava fome por não querer pegar a fila da manhã. Me tira a paciência dessa forma.
- Come. - eu disse simples, encarando os olhos desanimados dele, era o dia que tinha duas aulas de matemática, era por isso que ele não estava nada alegre.
- Tá. - que droga, nem um sorrisinho? Meu bebê realmente não está bem.
- Vai ficar tudo bem, a matéria tá de boa ainda, fica em paz, Ji... - eu não pude fazer muito, mas alisei a mão dele de forma meio escondida, não queria o constranger.
- Ok... - não sorriu de novo, entretanto encheu aquelas bochechinhas lindas, me senti satisfeito, pensar que consigo o convencer do mínimo me alegra, já ouvi Hannie dizer que passou um dia todo sem comer, e ainda rir disso.
- Obrigado. - eu agradeci antes de voltar a mexer no celular, recebendo o olhar dele em mim. Eu o amo demais.
O sinal bateu e eu virei pra frente, a professora liberou a aula pra exercícios e Jisung pediu minha ajuda, deixei minhas tarefas pra depois, eu poderia cuidar dele no momento. Ensinei tudo que pude, orientei como ele devia tirar as dúvidas com ela também, e aproveitei desse tempo pra ficar pertinho, não tinha ninguém ligando.
Foi triste voltar a realidade depois, ao menos tirei o caderninho da minha bolsa e comecei a escrever, ele não iria me bisbilhotar, afinal estava em uma de suas aulas favoritas, a de sociologia.
Eu amo Han Jisung. Amo suas qualidades, claro, mas até o jeito cabeça dura pra entender uma conta chata sem números exatos me encanta.
Me seguro pra não pegar sua mãozinha e morder, me sinto um carnívoro perto dele, não é minha culpa se parece macio e confortável de morder e apertar e amassar e... Enfim, tudo.
Eu estava tentando explicar pra ele como o ângulo alfa não pode receber valor se o resultado do seno e cosseno não for um daqueles mais exatos, a não ser que ele decore a tabela dos ângulos (impossível, ninguém faz isso), e quase apanhei.
Meu esquilinho praticamente rosnou de ódio, ao mesmo tempo que parecia querer chorar, deixei ele deitar no meu ombro e o certifiquei de que ficaria tudo bem outra vez. Ele é tão pequeno, não sei porquê o mundo acha necessário que ele saiba contas tão inúteis e difíceis.
Gosto também do rostinho irritado. Me mostra que ele tem opinião e nunca teve medo delas. Gosto disso porque talvez eu queira ser assim, lutar um pouco mais pelo o que penso, contudo diferente dele, não vai ter um grandalhão pra me defender.
E eu não sou um grandalhão, foi modo de dizer.
Tudo bem, acho que ele me defenderia, até sem concordar. Han possui muita lealdade com todos nós, sei que faria o possível pelos amigos, fosse ao vivo ou por trás das cortinas, ele é brilhante e sempre acha uma maneira de nos encorajar.
Lembro de quando Changbin ia começar a andar de skate com o Chan, ele morria de medo, era só um moleque de 11 anos e medo de ralar os joelhos. Jisung pediu um pacote de balas à sua mãe como presente de aniversário.
Ele combinou com o Binnie, que a cada tentativa de subir naquela rampa (que eu não sei o nome) de skate, ele daria uma balinha de hortelã. Funcionou como uma overdose de doces, mas deu certo, hoje o Chang anda de skate sem medo.
Hannie também fez isso comigo. Não com balinhas, já éramos maiores, ele comprou marshmallows que eu adoro, e me prometeu que se eu me esforçasse para as atividades de filosofia e sociologia ele me ajudaria, e no final íamos dividir aquele pacote coloridinho vendo televisão.
Pode-se dizer que eu nunca fiz pelo doce, e sim por ele. Ao menos já o trouxe algum orgulho, assim como ele me traz quando mostra valorizar minha opinião e então cuida de si mesmo, algo que eu infelizmente não posso fazer.
O amo. Amo esse pequeno esquilo. Amo também suas perninhas tortas... Impressionante como nunca as citei aqui. São lindinhas e únicas, são apenas do meu Han Jisung. Ele não gosta, e isso é uma coisa que eu também preciso mudar nele, mas vai demorar.
Enquanto isso, posso fingir não as admirar no dia a dia. Até com a calça da escola ele fica pequenino e lindo. Queria que ele soubesse que mesmo "fora do padrão" masculino, ele continua muito bonito, e com certeza atrai muita gente, só não faz ideia.
Não que isso seja de suma importância, já que meu esquilo prefere estudar. Ele estuda, cozinha e escreve músicas. É o talento mais puro que já vi, o que ele não sabe fazer? Até prendeu a me amar.
Talvez tenha sido difícil, mas ele conseguiu, e superou minha carranca ao conquistar meu coração, nunca mais precisei fingir ser bravo ou algo do tipo, Jisung estava comigo e também me permitiu fazer novas amizades.
Han Jisung é só um esquilo bebê. E eu, estou disposto ao amar para sempre, seja como for, ele merece todo amor do mundo, e se alguém não for capaz de fazer isso por ele, eu mesmo farei, não será nada difícil.
Difícil mesmo, é que por agora, eu tenha que guardar isso pra mim, esperando pelo momento em que algum ser humano o faça mais feliz do que eu faço (sem querer me gabar).
- Minho, o último romântico.

VOCÊ ESTÁ LENDO
secret secret - minsung
FanfictionOnde Han Jisung e Lee Minho escrevem um sobre o outro secretamente em seus caderninhos. Porém, Jisung acaba perdendo o seu, e quem o acha é Minho. ~ minsung ~ fluffy/soft ~ 2023; finalizada!