Capítulo 33

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Abham Smirnov

Exatamente quando acho que está tudo bem acontece isso, não é como se eu não imaginasse que pudesse ocorrer, mas a Melir nunca foi um alvo cogitado por mim.

Enquanto rastreiava o local e me aproximava mais, podia ver não somente o quão distante e deserto é o lugar, como estava na minha cabeça a fisionomia aflita de Maitê que deixei ao me despedir e essa talvez possa ser a última vez que vi aqueles olhos lindos. Pode ser uma armadilha e assim atrair nós todos até aqui, mas a Aghnete pode estar realmente decidida a me matar sem aviso prévio.

Quando finalmente cheguei, parei o carro e três homens grandes e fortes vieram até mim, e quando saí do carro apontando as armas na minha cabeça apontaram para a entrada e foram me "escoltando". Pude notar que todo o redor tinha inúmeros homens, os quais pude ver que tinham soldados na máfia, ou melhor, traidores.

-Ora, ora, ora se não é o Abham Smirnov. -ouvi uma voz falar, que vinha do escuro, mas já sabia de quem se tratava. -Revistem. -disse e logo os três homens viram até mim, me tocando e arrancando a arma que eu trazia na cintura, eu não iria resistir, não até ver que a Melir estava bem.

-Cadê a Melir? -esbravejei com os homens ao meu lado não me segurando mais.

-A mãe do seu filho que nem existe?! -Aghnete, a mulher fria e de cabelos negros que pelo visto vai lutar até o último suspiro pra vingar a morte do maldito Bóris disse saindo das sombras.

-Como assim? -falei dando um passo pra frente e vendo que meus braços foram segurados por um de seus homens.

-Tragam a garota. -ordenou e no mesmo instante apareceu vindo de um lado um homem empurrando Melir pelo cabelo e a empurrou e ela caiu diante de mim.

-Abham desculpa, desculpa, eu não queria.. -implorava chorando e engatinhando sobre meus pés, doía saber que ela mentiu, mas era pior ainda que ela só está nessa por minha culpa.

-Libere ela, você já me tem. -digo enfurecido e ela dá uma gargalhada alta se aproximando ainda mais de mim.

-Soltem a garota. -disse gesticulando com a mão e levaram a Melir empurrando para a saída por onde entrei. -Tragam ele. -disse e virou de costas para que fossemos atrás dela.

Neste instante senti um pico de adrenalina em meu corpo se espalhar e reagi me soltando das mãos dos soldados e comecei a lhes bater, eles revidaram e entre socos e chutes fui me desviando e apanhando também, até que um deles me segurou e o outro esmurrou meu estômago várias vezes.

-Chega preciso dele ainda. -Aghnete que assistia tudo disse.

Me colocaram sentado numa cadeira e amarraram minhas pernas e braços, em seguida vi Aghnete ir para uma mesa um pouco mais a frente e voltar com um martelo e com um prego em mãos.

-Me diz o que vocês sentiram quando torturaram e mataram o amor da minha vida?! -dizia e posicionou o prego na minha mão, mas eu mexia e ela ordenou que segurassem e assim o fizeram.

-Prazer. -proferi as palavras sem um pingo de arrependimento e foi nesse instante que senti a martelada bater no prego e perfurar minha mão, ela bateu mais duas vezes e o prego atravessou minha mão, grunhi com a dor ela ria, mas já passei por coisa pior. -É tudo que pode fazer? -desafiei.

-Não, posso fazer bem pior, mas preciso de você vivo para atrair seus irmãos, hoje mesmo acabo com a linhagem dos quadrigêmeos Smirnov, se meu filho não pôde vocês também não poderão viver isso. -disse com claro ressentimento e ódio em sua fala.

-Independentemente se eu morrer agora, nem você nem seu filho serão vistos como legítimos e o Bóris já está a anos queimando no inferno. -digo rindo e ela acerta minha têmpora com o martelo que estava na mão, causando uma enorme dor e vejo o sangue escorrer, mas estou disposto a morrer se isso fazer com que meus irmãos possam acabar com essa vadia sem empecilhos.

Abham -Spin-Off de Os Ceos da MaffiaOnde histórias criam vida. Descubra agora