Capítulo vinte.

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Já se passaram seis dias e nada dele acordar, eu estou ficando realmente preocupada, esses foram os seis dias mais exaustos da minha vida, eu tô quase morando nesse hospital.

Mas isso é o menos importante pra mim, não vou sair e deixar ele, eu preciso saber que ele vai ficar bem, que ele vai voltar pra mim de novo, como ele sempre volta.

- Você vai ficar fazendo plantão aqui? - fala Murilo entrando no quarto.

- O que você acha?

- Gabi...- ele fala se aproximando - Os médicos já avisaram que o fígado dele está conseguindo se regenerar e ter atividade no cérebro, é só questão de tempo pra ele acordar.

- Eu sei. Por isso quero ficar, quero estar aqui quando ele acordar.

- Gabriela - Endrick fala entrando no quarto - Você precisa ver suas filhas, não só por vídeo chamada, elas sentem falta dos pais, precisam de você.

- Eu sei...- falo pensativa olhando para o jogador deitado na minha frente.

- Vai ver elas Gabi, elas precisam de você - fala Murilo.

- É...e você precisa de um banho - completa Endrick.

- Cala boca - falo olhando pra ele rindo.

- Mas é sério, faz seis dias que você não toma banho e nem come direito - ele fala.

- Verdade, as batatinhas daqui não são tão boas - fala Murilo.

- Já entendi, preciso ir pra casa - falo me rendendo.

- Aleluia - fala Endrick levantando os braços para cima - Você vai ficar dois dias em casa.

- O que? Dois dias? Você tá louco? Quem vai ficar com ele? - pergunto achando que o Endrick perdeu a noção.

- Dois dias com suas filhas Gabi. - agora Murilo fala - hoje a mãe dele vai ficar aqui o dia e a noite, e amanhã o pai dele vai ficar, não se preocupe, tá tudo bem.

- Tá bom...

Fico meio apreensiva nas aceito a ideia, eu realmente precisava ver minhas filhas ao vivo e a cores, agarrar elas e sentir aquele cheirinho único que só elas tem, e passar o máximo de tempo possível grudadinha nelas. Já estava me preparando pra chuva de perguntas que eu iria receber sobre o Richard.

Fui de carro pra casa, tomei um banho e fui fazer um almoço para quando as crianças chegarem, elas estão na escola, quando largarem a babá vai trazer elas aqui, ela me ajudou bastante com essa dupla.

- Mamãe - ouço as vozinhas me chamando assim que abro a porta.

- Mamãe, olha, é a mamãe - fala Anna descendo do carro e apontando pra mim.

As duas vem correndo e me dão um abraço, que eu nem sabia precisava até aquele momento.

- Obrigada por trazer elas aqui - falo pra mulher.

- Imagina, qualquer coisa me liga tá?

- Tá certo...

- Eu tava com saudades mamãe - fala Evelyn.

- Eu também tava meu amor - falo entrando dentro de casa e fazendo sinal pra elas entrarem também.

- E o papai? Tá melhor? - pergunta Anna.

- Tá sim baixinha, daqui a pouco ele volta pra casa pra encher vocês de beijos.

Elas foram tomar banho enquanto eu terminava o almoço, Evelyn foi a primeira a voltar. Sinto ela abraçando minhas pernas.

- Me pega mamãe - ela fala me olhando.

- O que foi anjinho? - pergunto pegando ela no colo.

- Saudades do papai - ela fala colocando a cabeça no meu ombro.

- Ele vai voltar pra gente, ele sempre volta. - falo sorrindo e colocando ela na bancada.

- Ele conta história melhor que você.

- Evelyn! - falo rindo, mas ela está certa.

- Desculpa mamãe, é verdade - ela fala rindo.

Almoçamos e elas me contaram como foi esses dias em casa com a babá. Depois eu me rendi a elas, coloquei um filme na TV da sala e fiz pipoca, passamos a tarde lá na calmaria, um dia tranquilo com minhas filhas, era isso que eu precisava, mesmo ligando a cada duas horas pra minha sogra pra perguntar se tava tudo bem, e acho que ela já tava ficando chateada comigo, hehe.

No dia seguinte estávamos no shopping procurando fantasias que as meninas queriam comprar, compramos várias, elas não quiseram tirar, então tive que sair andando com elas assim.

Estou aproveitando o dia de hoje com eles, a noite eu vou voltar pro hospital, esse foi o combinado.

Eles ainda tentaram me convencer a passar mais um dia em casa, mas não rola pra mim, não consigo ficar assim sem estar vendo ele, mesmo que ele esteja dormindo.

- Mamãe olha - fala Evelyn apontando com a varinha pra comida dela na mesa - wingardium leviosAAA.

- Para para, você tá fazendo errado, é leviOUsa e não leviosAAA - a Anna a repreende e eu só faço rir daquela situação.

Meu celular tocou e ainda rindo eu atendi.

- Alô? - falo.

- Minha vida?

Não, não pode ser quem eu estou pensando, eu não acredito.

você está em tudo, richard ríos.Onde histórias criam vida. Descubra agora