011) Dia da independência

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— Emm, ei, eu sei que se chateou, mas o Mike não disse por mal. Ele só está preocupado com a Jane. — Katie dizia, encostada na porta, implorando para que Emma saísse.

— O Mike é um babaca, não liga não. — Max tentou ajudar, mas nada, ela continuou em silêncio.

— Não adianta, ela não vai sair de lá. — Nancy desistiu, já estava sem paciência. — E não vai deixar ninguém entrar.

— Bom, tem alguém aqui que ela vai deixar entrar... — Katie sugeriu, todos no cômodo olharam para Will.

— Eu? — Will disse, sem graça, envergonhado.

— Era namorado dela. Foi quem mais passou tempo com ela. — Katie explicou.

— Espera, era? Vocês terminaram? — Nancy perguntou.

— Sim. — Lucas, Max, Mike e Will responderam juntos, Nancy se sentiu desinformada.

— Bom, estando juntos ou não, ainda são amigos, aposto que ela vai te deixar entrar. — Max deu de ombros, como se fosse algo óbvio.

Will engoliu em seco, foi até a porta, e se aproximou para tentar ouvir algo, nada. Ele olhou em volta, todos estavam esperando algo acontecer, qual seria a sua próxima ação, bater? Dialogar?

— Emm, sou eu... posso entrar? — Engoliu em seco, nervoso.

Will não a ajudou durante suas crises, nem mesmo quando estava com medo, ele não estava muito presente nos últimos dias, e sabia disso. Ele não estava lá para rir, para trocar piadas e aprender coisas novas com ela, não era sua culpa estar ausente, ou não ter prestado muita atenção. Poderia ter sido seu primeiro beijo, mas certamente não seria seu último amor, a confiança de Emma não era mais dele, ela pertencia a outro...

— Nada. Ela não vai sair pessoal, sinto muito. — Ele deu de ombros, cabisbaixo.

— Bom, acho que agora só podemos esperar. — Nancy disse, Will sentou-se em um sofá perto de Jane e Mike. Hunter deixou a sala sem chamar atenção, foi até a porta, e sentou no chão pensando em quanto tempo Emma precisava para se recuperar, de certa forma, preocupado.

— Deve ser assustador ter poderes, e monstros te perseguindo, eles não entendem, mas eu entendo. Sabe, não sinto falta do meu pai... ele era uma pessoa muito ruim, quase um monstro. E-ele fazia coisas ruins comigo. — Hunter respirou fundo, lembrando. — As vezes queria ter poderes como você, ser forte, enfrentar todos eles.

De repente, o garoto ouviu o som do trinco da porta se abrir, ele levantou, pensando se deveria avisar os outros ou apenas entrar. Ele engoliu em seco e entrou no banheiro, estava vazio, Emma só tinha um lugar para onde ir, a banheira... Hunter caminhou até ela, e abriu a cortina, Emma estava encolhida no canto, seu rosto estava úmido, e os olhos avermelhados, indicando que ela estava chorando minutos atrás. Ele entrou na banheira, e sentou do lado oposto ao dela.

— Eu to com medo. — Ela sussurrou, tão baixo, que era possível ouvir Nancy conversando com os outros do outro cômodo.

— Eu sei. Tudo isso é muito assustador. — Hunter olhou em volta, e abraçou seus joelhos.

— Queria que meu pai estivesse aqui... e-ele saberia o que fazer. E-eu me sinto... perdida. — Deu de ombros, segurando o choro.

— Emm, seu pai diria pra continuar firme e forte. Você não está sozinha, estamos aqui pra garantir que não esteja. — Hunter se aproximou, tentando anima-la, Emma sorriu fraco.

— N-não sou... forte Hunt. — Ela se encolheu.

— É claro que é! Você é a garota mais incrível, forte, e corajosa que eu já conheci. — O garoto afirmou sem hesitar.

Garota Estranha, Stranger ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora