005) Plano de resgate

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𝕁𝕒𝕟𝕖 ℍ𝕠𝕡𝕡𝕖𝕣

   Fui até o quarto da Emma, as luzes que colocamos ainda estavam lá, e sua cama estava bagunçada, passei a mão sob a mesma tentando pensar na situação, as luzes começaram a piscar novamente.

— Emm? É você? — Sussurrei para não chamar atenção, a casa estava cheia de policiais.

 As luzes continuaram a piscar, as segui pelo corredor, desci as escadas até... o porão. Abri a porta e entrei no cômodo, a lanterna que o Sr. Johnson havia encontrado estava em cima de uma cômoda, embalada como prova do crime. 

— Ei! O que faz aqui? É parte da cena do crime, tem que sair garota. — Um policial me impediu de continuar, mas não senti nada, como antes.

— Emm? — Chamei, o policial me levou para fora e fechou a porta.

 Emma caiu para fora do guarda-roupa, em um porão completamente diferente, mas ainda era o mesmo porão, da mesma casa.

— Pai? Papai! —  Chamou, Emma voltou ao guarda-roupa mas o portal não estava mais lá.

 A garota ouviu um barulho vindo do andar de cima, alcançou a lanterna no chão do cômodo e saiu, impressionada em como o quarto parecia uma réplica perfeita de seu porão, mas ao mesmo tempo não era, invés disso era escuro e sem vida. Emma Subiu as escadas devagar, tinha algo no andar de cima, a garota se escondeu rapidamente no banheiro. 

 Era um som alto de pegadas pesadas, vinham de algum animal, ela tinha certeza de que andava em quatro patas e, de que em um lugar assim não seria um animal amigo. Obviamente não era seu pai, ela correu até seu quarto e trancou a porta, as pegadas passaram pela porta, ela se escondeu em baixo do lençol em sua cama e tentou conter o choro, seu corpo não parava de tremer, estava muito frio.

— Onde eu estou? Quero voltar para casa... — Choramingou, o animal ouviu seus resmungos e foi até a porta, ele começou a arranhar a madeira. — Não! Vai embora!

 Ela gritou com todas as forças, as luzes do quarto piscaram, Emma achava que se passava apenas de outro pesadelo, outra vez presa em sua própria mente. Mas dessa vez parecia diferente, mais realista.

— Me deixa em paz! Vai embora! — Gritou, o rosto estava vermelho e úmido. 

— Emm? É você? 

— Jane? Jane! — Ela gritou, a voz estava tão perto mas ao mesmo tempo tão distante...  

 Foi aí que avistei as luzes, Emma pensou o mesmo que eu, ela poderia usar as luzes para me guiar. Ela apontou para os fios e mentalizou qualquer coisa, qualquer atividade, fazendo com que as luzes piscassem. A garota se enrolou nos fios de luzes e caminhou silenciosa pela casa, cautelosa para não encontrar um animal pelo corredor, desceu as escadas.

— Vamos On, me encontre! — Implorou, Emma ouviu alguém na cozinha e correu rapidamente para o porão. — Aqui! On! É aqui! 

 Os passos a seguiram até o porão, ela se escondeu atrás das caixas mas a coisa abriu a porta, seu coração estava quase saindo pela boca. Emma estava tão assustada que mal conseguia abrir a boca, não era um animal, era um monstro, tinha braços longos e uma boca enorme cheia de presas afiadas, um demogorgon.

 Seu pai por outro lado, havia passado a noite em claro, procurando pela filha amada, não parecia ser um desaparecimento normal. Clarke considerou até mesmo fuga, mas a garota não tinha motivos para fugir, talvez algo envolvendo Russos? Era sua única alternativa, haviam encontrado a filha e agora ela estava em perigo. O Sr. Johnson foi à escola naquela manhã avisar do desaparecimento, e aproveitou para deixar alguns papéis. Assim que o avistamos no corredor, colando o cartaz no mural, fomos todos interroga-lo. 

Garota Estranha, Stranger ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora