Entrei no quarto angustiada, paranóica, caminhando de um lado para o outro no quarto.
- Ele sabe. Merda, e se ele souber?! - Dizia, puxando os cabelos, ele não sabe. - Cala a boca. Quieta!
Calei meus pensamentos, queria poder ajudar, influenciar ela.
- Se ele souber, eu mato ele. Sem papai para a pequena Emma.
Uma lágrima escorreu, a limpei, poderia jurar à ela de que ele não sabia. Não seria o suficiente.
- Dormir. É melhor dormir. - Ela deitou-se na cama e se cobriu, como uma boneca, sem sentimentos. - Bons sonhos Emma.
Quando acordei, estava descendo as escadas, fui até a cozinha e peguei uma faca de carne. Não! O que pensa que está fazendo?!
- Quieta! Cala a boca! - Sussurrou alto, tentei soltar a faca, estava presa como cola em minhas mãos.
Caminhei até o quarto do meu pai e fui até a cama, era difícil levantar a mão, mas com relutância o fiz, esfaqueei a cama, ele não fez som algum, quando tirei o cobertor não havia ninguém, esperto.
Senti meu pai me pegar e tirar a faca da minha mão, não tinha forças contra um adulto com o dobro da minha altura.
- Quem é você? Onde está a minha filha? - Gritou me segurando, tentei me soltar enquanto gritava feito animal.
- Papai! Está me machucando! Sou eu, por favor não me machuque! - Gritei alto tentando me soltar.
- Qual é o nome da sua mãe? - Ela não respondeu, estava desesperada. - Quem são seus amigos?
- Will Byers! Will Byers é meu amigo!
- Os sobrenomes? Mike, Jane, Max, Dustin, Lucas? Quais são seus sobrenomes?
- Eu não sei! Me solta! - Gritei, mordi sua mão, ele conseguiu aguentar até o sangue escorrer.
Quando me soltou, corri para a janela, passei por ela e desci, corri para a floresta o mais rápido que pude, já distante da casa parei para recuperar o fôlego.
- Para onde? Um lugar seguro! - Gritei, ela estava procurando, não. - Dustin.
Dustin, quando dormi em sua casa, não era seguro, ele estava correndo perigo agora e era culpa minha... caminhei até sua casa, meus pés doíam, estava descalço e com frio.
Quando cheguei na sua casa, estava tudo escuro, com exceção da varanda. Fui até a porta e me ajeitei, tirei algumas folhas do meu cabelo, e bati na porta.
- Querido, atenda a porta para mim, estou ocupada terminando o jantar! - Ouvi sua pobre mãe dizer.
- Que docinho. - Sorri, sua voz era fofa, como resistir a mãe gentil de Dustin.
Me encolhi, estava frio e meu corpo instintivamente estava começando a sentir, Dustin abriu a porta surpreso com a minha visita.
- Emm? O que está fazendo aqui? Não acha que está meio... tarde?
- E-eu briguei com meu pai, pensei que pudesse ficar aqui, sabe? Como da última vez. - Me abracei e olhei para a rua escuro. - Por favor.
- Ta bom, entra. - Ele me levou até a cozinha. - Mãe, essa é a Emma, ela vai ficar aqui hoje.
- Oi querida! Chegou na hora do jantar! - Ela dizia animada.
- Estou faminta. - Sorri acariciando o estômago.
- Eu imagino querida, está tão pálida. - Ela apertou minha bochecha, e tomou um susto com o frio.
- Dustin ela está congelando!
- Vamos Emm, vou pegar umas cobertas. - Dustin me levou até seu quarto.
Sentei-me na cama, quando Dustin deixou o quarto, seu rádio ligou, havia apenas chiado até estabelecer conexão.
- Dustin? Dustin está aí? É a Emma. Temos um problema. - Mike estava tentando avisar o amigo. Eles sabem.
Desliguei o rádio antes do pior, Dustin não precisava saber ainda, o escondi em baixo da cama antes dele chegar.
- E-eu vou dormir no chão desta vez. - Ele dizia.
- Desta vez?
- Sabe, minha mãe sabe que você está aqui, ela pode entrar e... você sabe o resto. Não quero ficar de castigo. - Explicou. Sorri, surpresa com o acontecimento.
- Entendi, poxa. Que pena.
- Crianças, o jantar está pronto! - A mãe de Dustin nos chamou.
Ele riu, meio sem jeito, fui até a porta e percebi que ele havia ficado.
- Pode ir, vou arrumar tudo para você dormir. - Respondeu, assenti e fui até a sala de jantar.
Desci e me juntei a mãe de Dustin na mesa, ela estava colocando a comida em vasilhas de vidro, o cheiro de carne vermelha era delicioso, no ponto perfeito.
Enquanto encarava a mãe de Dustin como o meu jantar, o garoto se perguntava o que estava errado, porque eu havia ido visitar ele tão tarde. Brigar com meu pai? E fugir no meio da noite? Não pareciam coisas que eu faria, e eu também parecia não lembrar da noite em que dormimos juntos. O que para ele havia sido algo importante, enquanto pesava, tropeçou no rádio em baixo da cama.
- O que? Eu não coloquei isso aqui. - Dustin analisou o rádio e o ligou. - Alguém?
- Cara! Que merda! Por que não responde? - Mike gritou furioso, Dustin baixou o volume do rádio.
- Desculpa, a Emma veio para cá e acabei esquecendo do rádio. - Ele dizia quando Mike o interrompeu.
- Ela o que? Segura ela aí! Estamos indo!
- Do que você está falando? Mike? Mike! - Chamou, Dustin estava demorando, fui até seu quarto chama-lo.
- Dustin, está tudo bem? - Perguntei, perto da porta.
- Você não é a Emma. - Dustin alcançou um taco. - O que fez com a minha amiga?
- Calma aí amigão. Por que não seria eu? - Me aproximei devagar. - Acho que você não está bem Dustin, qual é, depois da noite que passamos juntos.
- Se afasta ou...
- Ou o que? Ambos sabemos que não vai me machucar. Emma pode não sentir, mas eu sinto. - Estava cada vez mais perto dele.
- Sentir o que?
- Qual é Dustin, você a ama, e não é apenas como amiga.
- Cala a boca!
Sorri, agora ele estava na minha mão, os sentimentos nos tornam mais fracos, Dustin estava rendido por seus sentimentos.
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Garota Estranha, Stranger Things
Fanfiction༄ Stranger Things ❝ Tudo muda quando uma garota estranha muda-se com sua família para uma cidadezinha em Indiana. Emma terá que lidar com sua nova vida enquanto explora os mistérios de Hawkins, mas felizmente terá seus amigos ao seu lado, a quem...