002) Um recomeço

104 5 3
                                    

   Danna girou a garrafa, e o jogo deu início, beijos e segredos vieram à tona no círculo, enquanto alguns garotos bebiam cerveja e aproveitavam, o clima estava desconfortável, meus ombros estavam tensos só de imaginar o que Lizzie queria comigo, naquele jogo.

— Sua vez Johnson. — Pediu, engoli em seco e girei a garrafa, ela apontou para mim e Gina, Lizzie sorriu e sussurrou algo no ouvido da garota.

— E-eu... ouvi dizer que tem uma tatuagem, onde você fez?

— Vamos Johnson, responda a pergunta. — Pediu, engoli em seco. — Ou prefere beijar a Gina? Acho que pode até gostar não é? Nunca se interessou por nenhum garoto.

— Isso é estúpido. — Levantei e deixei o quarto, Rick levantou e veio atrás de mim.

— Ei Emm, Emm!

— Olha Ricky, se você e a Lizzie estão planejando alguma coisa idiota contra mim, podem parar, já entendi, eu não sou ninguém aqui. Sou só a novata. — Expliquei, ele negou.

— Não é isso, Lizzie e eu não temos nada, aliás me desculpe por ela, é só uma garota implorando por atenção.

— Não se desculpe. — Pedi e continuei andando.

— Emm, ei, espera! — Ricky insistiu, parei quando ele me segurou pelo braço. — Confia em mim?

Assenti, por mais desconfiada que estivesse, sabia que Ricky não fazia parte do círculo de amizade de Lizzie. Ele segurou minha mão, e me levou até um quarto vazio, abriu a janela e me ajudou a subir no telhado do último andar, em baixo, conseguíamos ver alguns jovens bebendo e se jogando na piscina, a música estava mais baixa, e tudo parecia mais calmo.

— Podemos subir aqui? — Sussurrei, segurando sua mão, preocupada com a altura.

— É uma festa, quem se importa? — Deu de ombros, nos sentamos no telhado, quase caí em cima dele, mas Ricky conseguiu me segurar firme, garantindo minha segurança.

— Por que estamos aqui? — Perguntei, me ajeitando ao lado dele.

— Pra ter uma experiência legal na sua primeira festa.

— Tarde demais, Lizzie já estragou esta e provavelmente as futuras experiências. — Praguejei, Ricky encarou seus joelhos.

— Olha, ela não fez por mal, sabe como ela é.

— Pensei que fosse minha amiga, mas agora sei que ela me trata feito um animal selvagem. — Disse decepcionada, pensei que finalmente estava me adaptando, mas as coisas só ficaram piores depois que me mudei.

— Se isso de deixa melhor, você não é a única.

— Do que está falando? Você é o lindo e perfeito Rick Keller, com rosto angelical e futuro pai dos bebês dela. — Brinquei, imitando sua voz fina e irritante, ele gargalhou alto.

— Ela não diz isso de mim, diz?

— Cada palavra.

— Que vergonha. — O loiro corou, nem imaginava o quanto Lizzie o idolatrava. — E ao menos você me acha lindo?

— Cala a boca. — O empurrei, tentando conter a risada, ele me segurou para impedir de continuar. — Rick, por que estamos aqui? De verdade.

— O céu. — Ele deitou, fiz o mesmo, o céu estava repleto de pontinhos brilhantes, estrelas. Elas me lembravam de um único dia especial, com Will Byers, em Hawkins, quando criamos nossas próprias estrelas.

— Tinha me esquecido de como é lindo. — Sussurrei, meus olhos azuis brilhavam com o azul escuro do céu.

— É calmo e... perfeito. — Sorri, suas palavras me traziam tranquilidade. — Como você.

Garota Estranha, Stranger ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora