010) Armadilha do diabo

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— Tem certeza que quer fazer isso? E-eu posso ir com você.

— Não. Aposto que você teria sentido algo se tivesse. — Hunter dizia, colocando o capuz.

— Por favor toma cuidado, Kat e Marcos não sabem que estamos aqui. — Emma disse, descendo da bicicleta.

Hunter assentiu e correu até sua casa, tudo estava tão quieto que lhe arrepiava a espinha, mas ele precisava de roupas. Emma não tirava seus olhos da casa escura, a luz do poste que lhe iluminava começou a piscar, ela olhou pra cima, e sua respiração começou a ficar desregulada, as vezes uma luz falhando poderia ser apenas afiação ruim, mas ela esquecia disso. De repente, uma mão tocou seu ombro, fazendo-a derrubar sua bicicleta, a luz do poste explodiu.

— Emm! Sou eu! — Hunter disse, arrumando sua mochila.

Ela respirou aliviada, Hunter pegou sua bicicleta, e ambos foram até a casa dos Johnson, quando estavam perto, desceram e decidiram caminhar até a casa.

— Você está bem? — Emma perguntou.

— Sim, claro. — Hunter respondeu rápido demais, foi uma resposta automática, ele não estava bem.

— Sente falta deles? Dos seus pais. — Ela perguntou, cheateada.

— Da minha mãe e irmã, elas eram... boas comigo.

— Elas são. Hunter elas são boas. — Emma disse, assim que pararam em frente a casa.

— Eu fiz uma coisa pra você. — Hunter mudou de assunto, tirou um desenho da mochila.

— Sou eu, e lobos! Obrigada Hunter. Eu adorei. — Ela disse, com um enorme sorriso no rosto.

— Emm e-eu gosto...

— Aí estão vocês! É sério? Sair assim no meio da noite? Vocês sabem que a mamãe ta se recuperando ainda, ela não pode ficar se preocupando assim. — Katie disse assim que abriu a porta, acabou interrompendo o que Hunter ia dizer.

— Desculpa, Hunt precisava de roupas, e tivemos que voltar na casa dele.

— Quer saber, esquece, entrem logo, já está tarde e Marcos comprou pizza. — Katie abriu a porta, Emma e Hunter deixaram suas bicicletas no quintal, e entraram.

— O que estava dizendo? — Emma perguntou, tirando seu casaco para pendurar.

— Nada demais. — Encarou o chão, sem resposta, Emma foi até o quarto onde Grace estava se recuperando.

— Oi. — Ela disse, e deu duas batidas na porta.

— Oi. Como você está? — Grace perguntou, suas olheiras de cansaço ainda eram bem visíveis.

— Bem. Um pouco cansada, mas não mais que você. — Grace riu com a falta de delicadeza. — Emm, sabe onde está o seu pai?

— Illinois. Com Hop. E-eu não sei o que estão fazendo, mas ele não atende o telefone. — Emma explicava, Grace assentiu.

— Emm, eu descobri uma coisa, e você precisa ver. — Segurou o braço da garota.

— Amanhã, está bem? Você precisa descansar hoje, estamos todos aqui. — Emma segurou em sua mão, tentando acalma-la.

Grace assentiu, e fechou os olhos, era difícil pra ela dormir depois de tudo que aconteceu, mas sabia que precisava, mesmo com medo de ter pesadelos ou de não voltar ao controle, confiava nas palavras de Emma.

Marcos dormiu no sofá da sala, com um olho aberto e outro fechado, apenas de guarda para qualquer coisa, Katie dormiu ao lado da mãe, e Emma dormiu no seu quarto, com Hunter. Assim que Grace descansou, logo de manhã já estava de pé, algo realmente estava incomodando ela, Marcos levou todos de volta a biblioteca, ela insistia em voltar ao lugar, e mostrar a garota o que descobriu.

Garota Estranha, Stranger ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora