Garota Estranha, Stranger Things

014) O ponto fraco

𝔼𝕞𝕞𝕒 𝕁𝕠𝕙𝕟𝕤𝕠𝕟

   Mike estava apavorado, e por dentro eu estava surtando, nossos corações batiam rápido o suficiente para ligar um carro. Saí do quarto com a arma em sua nuca, ele não tinha reação, estava tão assustado que o corpo entrou em choque. Me desculpe por isso Mike.

— Não faz isso Emm, eu sei que está aí, não precisa fazer isso. — Ele dizia enquanto descia as escadas.

— Eu não sou ela, lembra? Quer ser o bonzinho agora? — Disse e sorri, pressionando a arma contra sua nuca.

Meu pai vinha atrás de nós, com medo de algo acontecer, ele também não conseguia reagir.

— Pessoal, para trás! Vamos deixar a Emma sair! — Pediu, todos saíram de suas posições, assustados com a situação.

— Mike! — Jane gritou aterrorizada, ela usou seus poderes para me empurrar para trás, Mike escapou e correu até os amigos.

Atirei duas vezes, por sorte nenhum dos tiros os acertou, peguei a arma com as mãos trêmulas e mirei em minha cabeça.

— Ele escapou, mas ela não escapa! Para trás! Não se movam! — Gritei, sangue escorria pelos meus olhos, estava morrendo.

— Por favor não façam nada! — Meu pai gritou.

— Logo todos vocês vão morrer como ela! Ninguém estará seguro, o meu pai tem grandes planos, para esse mundo nojento de vocês! Nós vamos pegar todos! — Gritei, só eu sabia os planos do Devorador de Mentes, havia estado na mente dele.

— E-escuta, me leve, pode me levar, mas não machuque a minha menina. — Meu pai pediu, tudo que eu queria era poder abraçar ele, era poder lutar.

Soltei a arma e encarei minhas mãos, Jane a arremessou longe com seus poderes, meu pai me abraçou impedindo de me mover. Meu corpo todo estava frágil e dolorido, quase moído por dentro, o vírus estava me matando.

— Acabou! Te pegamos! Sai da minha filha agora! — Ele gritou, tentando espremer o vírus para fora, usando a força.

— Não papai, isso não vai acontecer! — Gritei tentando me soltar.

A casa começou a tremer feito terremoto a cada vez que eu gritava, era como se toda a força estivesse sendo usada contra ela. Jane veio até mim, ele me encarou nos olhos e tocou o meu rosto.

— Sai da minha cabeça! — Gritei outra vez, Jane conseguiu entrar.

De repente estava naquele lugar escuro e úmido outra vez, era nosso ponto de comunicação, avistei Jane um pouco distante.

— Jane! Aqui! — Corri até ela, e a abracei como se fosse tudo em minha vida. — E-eu juro que não fiz isso, foi ela, eu não fiz nada.

— Nós sabemos. Está tudo bem Emm. — Ela me tranquilizou, respirei fundo aliviada.

— On, eu vi coisas, e-eu estive na mente dele. É verdade o que ela disse, sobre os planos. — Segurei seus braços, Jane me encarou, ela estava tão preocupada quanto eu.

— Emm, primeiro temos que achar uma forma de tirar ela de você. Estiveram mais tempo juntas do que posso contar, me diz, como?

— A água. A água é o ponto fraco dela.

— Isso. Obrigada Emm. Nós vamos te libertar, precisa aguentar mais um pouco! — Jane disse e me abraçou outra vez. Ela sumiu em meus braços e voltou a realidade.

— O quê você viu? — Meu pai perguntou, enquanto me segurava firme.

— O chuveiro, coloque ela em baixo do chuveiro. — Pediu, meu pai não contou tempo e me levou até o banheiro.

— Não! Me solta! Vocês vão morrer por isso! — Gritei chutando as paredes, deixando marcas de pés.

Quando avistei a banheira, sabia que era o fim, ganhamos. Meu pai colocou minha mão em baixo da torneira da pia, as veias sumiram como fumaça, e eu gritei como se estivesse queimando a pele.

— Vai funcionar. — Ele disse e ligou o chuveiro, enquanto enchia a banheira, sabia que era o fim.

Tentei me conter até meus últimos segundos longe da água, meu pai me pôs à força, a água começou a ferver e meu rosto, queimar.

— Vai matar ela! Vai matar sua filha! — Comecei a implorar em meus últimos segundos.

Estava me afogando, nós duas estávamos lutando para continuar vivas, a água entrava em meus pulmões em pequenas quantidades.

— Cala a boca! — Ele gritou e me empurrou dentro da água.

Os outros vieram ajudar a me segurar, choramingando, com medo de presenciar a morte. Me debati de todas as formas em baixo da água, lutando pela vida, segurei os braços do meu pai na tentativa de me soltar, a água foi escurecendo e depois desaparecendo. Os movimentos, diminuindo, até meu corpo se afundar completamente na banheira, como uma âncora, meu pai tentou me puxar mas estava presa ao fundo, os garotos ficaram boquiabertos, assustados com a situação.

— Me ajudem! — Gritou tentando puxar meu corpo.

Todos correram para tentar puxar, era mais pesado que uma casa, algo estava me prendendo ao fundo.

— Que merda é essa! — Ele disse assustado.

— Espera! Espera! — Jane tirou suas mãos, meu corpo soltou-se do fundo.

Meu pai o tirou da água, e deitou no chão do banheiro. Ele acariciou meu rosto pálido e procurou por pulso, nada, não estava respirando, ele começou a massagem cardíaca enquanto todos olhavam assustados, Dustin pôs as mãos na cabeça,ax abraçou Lucas, Mike segurou o ombro do melhor amigo.

— Vamos Emm. — Jane sussurrou.

— Depois de tudo que passamos, você não vai me deixar, não agora! Por causa dessa merda de vírus! — Praguejava, e nada, nenhuma resposta.

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Sem resposta...

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