Garota Estranha, Stranger Things

008) Vamos lutar juntos

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   O caminho era silencioso, Dustin fazia questão de me carregar em suas costas, meu corpo todo estava dolorido não aguentaria até em casa, quando tossi ele me entregou uma garrafa com água, era incrível como estava sempre pronto para qualquer situação.

— O que vieram fazer aqui? — Perguntei ao pessoal, estavam me procurando nos trilhos?

— Emm. É o Will, ele foi atrás de você no Mundo Invertido. — Mike disse, tentando não me deixar tão preocupada.

— Ele fez o que? Por que fez isso? É perigoso! E-eu preciso voltar! — Disse tentando descer das costas de Dustin.

— Calma, você está fraca agora, precisa ir para casa e se recuperar, depois procuramos pelo Will. — Max disse, Dustin concordou me segurando firme.

— Esses homens, como me encontraram? — Perguntei tentando mudar de assunto, ninguém respondeu. — Pessoal? O que não estão me contando?

— Foi o seu pai. Estávamos indo encontrar o Sr. Johnson e a casa estava cheia de vans e homens de jaleco branco. Não sei o que ele estava tentando fazer Emm, mas tenho certeza de que foi para o seu... — Dustin dizia, não me contive e desci.

— Bem? Está louco! Esses homens tentaram nos matar! Quase acabaram com o Mike! — Apontei para o garoto, Jane o segurou firme. — E-eu não vou voltar. Não quero que ele saiba que voltei, não por enquanto...

— Eu te empresto minhas roupas. — Max sugeriu me dando apoio, concordei aliviada.

— Pode ficar na minha casa. — Dustin segurou minha mão, o abracei.

— Certo, eu me recupero e vamos procurar o Will.

— Está bem, amanhã nos encontramos e vamos atrás dele. Ou melhor, assim que estiver bem. — Mike disse, concordamos.

 Dustin me levou até a casa de Max, peguei algumas roupas e fomos para a casa dele, sua mãe estava dormindo quando entramos. Seu quarto era fofo, com vários bonecos e pôsteres, Dustin me guiava enquanto meus olhos curioso analisavam o local.

— O banheiro fica na porta a direita, Emm cuidado, se minha mãe souber que trouxe uma garota pra cá ela me mata, então cuidado. — Pediu, concordei com cada palavra.

 Fui até o banheiro e finalmente pude tomar um banho quente, fazia tempo que meu corpo não sentia água quente sobre a pele, a sujeira escorria pelo ralo do chuveiro aliviando-me de tanto nojo. Senti um pouco de dor em pequenos cortes, que antes estavam cobertos pela sujeira, chorei enquanto os limpava com sabonete, um pouco de sangue escorria pela minha pele, quando terminei, me vesti e fui até o quarto de Dustin.

— Vou dormir aí? — Me referi a cama improvisada que o garoto havia feito no chão.

— Não, claro que não, pode dormir na minha cama. E-eu fico no chão. — Respondeu rapidamente, me sentia culpada em fazê-lo dormir no chão mas sua cama era tão confortável.

  Quando retirei o cobertor para me deitar um gatinho pulou em cima da cama e miou para mim, sorri e o peguei para fazer carinho.

— Oi fofinho... — Sussurrei enquanto fazia carinho, Dustin levantou e veio até mim e o pegou.

— Ah você encontrou o Miau 2.0.

— Por que 2.0?

— A nossa gatinha sumiu e minha mãe ficou muito triste, então adotamos o Miau. — Disse levando o pequeno gatinho até a porta.

— Dustin, já chegou querido? — A mãe dele dissera da porta, Dustin segurou para que não entrasse.

— Já mãe! 

— Seu jantar está na geladeira! — Ela avisou, Dustin riu meio sem jeito.

— Está com fome? — Perguntou, concordei, estava faminta. — Vamos dividir.

 Dustin saiu do quarto, levantei-me e voltei a explorar o pequeno cômodo, ele tinha um aquário com uma tartaruga pequena, ouvi um chiado, vinha de um rádio na mochila de Dustin, corri até a cama e o peguei.

— Alô? — Chamei, ninguém respondeu, apenas chiados. — Will é você? Estou aqui! É a Emma!

 Nada, podia jurar que ouvi uma voz, tinha alguém lá... Dustin entrou no quarto com um prato em mãos com duas fatias de pizza e algumas barrinhas de chocolate, sorri.

— É o melhor jantar da cidade. — Ele disse e me entregou o prato, quase engoli uma fatia inteira, estava faminta.

— Calma, a pizza não vai fugir da sua mão. — Brincou, mastiguei devagar.

 Depois de jantar deitei-me na cama, Dustin voltou para o quarto e se arrumou para dormir, como ele conseguia dormir? Estava preocupada demais para fechar os olhos.

— Dus... — Chamei sua atenção, ele riu.

— Dus?

— Todos os amigos tem um apelido especial, pensei que poderia te chamar assim... m-mas se não gostar eu chamo pelo seu nome. — Expliquei, ele negou rapidamente.

— Não, tudo bem, eu até gostei desse. 

— Acha que seria estranho deitar aqui comigo? E-eu to com medo... — Pedi meio sem graça.

— C-claro, posso sim. — Dustin levantou, cheguei para o lado, a cama era grande o suficiente para dois. — Está com medo de que?

— De tudo... — Sussurrei, a noite estava tranquila, não queria nem mesmo ouvir meu tom de voz alterado pelo medo. — O meu pai e, o Will.

— Ele vai ficar bem Emm.

— Será mesmo? Só consigo pensar que tudo isso é minha culpa.

— Não é sua culpa. Acredite, já passamos pelo pior.

— E se o Devorador de Mentes vir atrás de nós? E-ele é assustador. — Me abracei, com receio de ter colocado todos em perigo.

— Eu sei, mas não se preocupe Emm, não será a primeira vez.

— Eu vi coisas assustadoras lá... não quero que ele traga tudo para este mundo.

— Ele não vai. Vamos enfrenta-los, juntos, como uma equipe.

— Como uma família. — Segurei sua mão, Dustin sorriu.

 Fechei os olhos, Dustin me encarou até eu dormir, queria ter certeza de que não acordaria com um pesadelo.