010) O primeiro contato

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   De repente tudo estava frio e escuro, ele finalmente conseguiu me pegar, agora estávamos lutando em nossas mentes, estava tentando achar uma forma de me libertar mas estava tão cansada e era tanto poder... tanta informação entrando e saindo da minha cabeça, memórias enterradas que nem me lembrava.

Meus olhos estavam leitosos novamente, o corpo penso no ar, estava pálida feito neve. O sangue escorria pelo meu nariz e olhos formando uma pequena poça em baixo de mim, comecei a gritar, até que uma grande explosão de ar nos desfez me fazendo cair no chão, Will assistiu tudo boquiaberto.

— Emma! Emm? Acorda, ei! Eu to aqui! — Disse tentando me acordar, toda a dor e cansaço que estava sentindo diminuiu.

— O-onde ele está? — Abri levemente os olhos procurando pela tempestade, levantei e limpei o sangue com a manga da minha camiseta.

O Devorador de Mentes não estava mais lá, me senti aliviada, e feliz por Will estar seguro.

— Ele se foi, acho que você o venceu. — Will disse, tentando me ajudar a ficar em pé.

— N-não Will, acho que não. — Caminhamos até a floresta, enquanto eu o procurava atrás de nós, não havia nem mesmo sinal de Demogorgons.

— Passou por aqui? E-eu conheço outra passagem, fica na floresta.

— Nossos amigos estão nos esperando do outro lado. — Will parecia receoso, segurei seu ombro. — Confia em mim.

Will concordou, ele veio logo atrás de mim na água, mergulhamos outra vez e passamos facilmente pelo portal, quando saí do outro lado Lucas e Dustin vieram nos ajudar, aliviados em nos ver bem.

— E agora? — Mike perguntou.

— Vamos pra casa. — Will respondeu, casa, estava na hora de voltar.

Os meninos me deixaram perto de casa, caminhei cautelosa até o meu lar, não haviam mais vans brancas nem homens de jaleco, só o meu pai sentado nos degraus da varanda, analisando alguns papéis, parecia decepcionado.

— É aqui que mora o Sr. Johnson? — Perguntei, ele pulou de onde estava, incrédulo.

— Filha, por onde você esteve, graças à Deus está bem. — Ele veio em minha direção aliviado em me ver.

— Oi pai. — Não me contive e o abracei forte, estava tão cansada, só queria voltar para casa.

— Por onde esteve? Pensei que tinha te perdido... por que está encharcada?

— Os russos, você os chamou? Como me encontraram? — Fui direto ao assunto, ele teria que se explicar primeiro.

— E-eu fui em todos os lugares, a delegacia, eles não faziam nada. Então tive que tentar de outra forma, eles sabem encontrar pessoas como você.

— Pessoas como eu? O que quer dizer com isso.

— Sabe que é diferente das outras crianças, nem todas fazem essas coisas. — Ele disse em um tom estranho.

— Coisas pai, poderes.

— Querida, eu não quero discutir agora, o importante é que está em casa, vem pra casa. Precisa de um banho quente, e roupas limpas. — Dizia me levando para dentro. — Conversamos sobre isso depois, está bem?

Concordei, afinal estava realmente cansada, o dia foi longo e ao menos meus amigos estavam seguros novamente. Subi para tomar outro banho quente, para normalizar a temperatura do meu corpo, neste ponto já havia me acostumado com o frio.

Enquanto me vestia, notei uma veia escura em meu pescoço, diferente de qualquer outra, as únicas veias escuras eram roxas, mas esta era quase preta sobre a pele, a cutuquei mas não senti nada. Deixei passar por um instante, poderia ser qualquer coisa, sequelas do meu passeio em outra dimensão.

Garota Estranha, Stranger ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora