004) Velhos amigos

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   Rick correu para fora da lanchonete, e caminhou rapidamente até o carro, sua expressão era de alívio.

— Olha, a boa notícia é que a polícia não sabe ainda, do que houve na escola. — Rosie ligou o carro, enquanto Rick nos contava as notícias.

— E a má notícia?

— Considerando que você tem três dólares, e eu não vou falar de você. — Apontou para Rosie.

— Ei! Eu sou a carona, seu mal agradecido.

— Essa lata velha? Preferia ir andando. — Praguejou, não era melhor carona do mundo, mas ainda sim servia de algo.

— Pessoal, discutimos isso depois,

Algumas horas na estrada, e a gasolina acabou no meio de uma rua deserta, nenhum caminhão, nem ninguém para nos dar carona. Comecei a chutar pedrinhas na calçada, enquanto caminhávamos sem rumo.

— E você, reclamando da minha caminhonete velha. Não acredito que a deixamos lá. — Rosie praguejou, tivemos que deixar sua caminhonete para trás, sem gasolina e sem posto não podíamos fazer muito.

— Olha, só temos que chegar em alguma lanchonete de estrada, podemos conseguir carona. — Ele dizia, com os olhos distantes.

— Serve aquela? — Rosie apontou, para a nossa sorte, havia uma lanchonete, e ao lado, um posto de gasolina.

— Eu to morrendo de sede. — Corri até uma máquina de refrigerante, coloquei o dinheiro e esperei a lata cair, nada aconteceu. — Ah qual é!

— Quem sabe na próxima. — Rosie segurou meu ombro, praguejei.

— Era só o que eu tinha.

— Use os seus poderes então. — Olhei em volta, e a puxei.

— Está louca? O Rick não pode ouvir isso! — Sussurrei alto, Rosie recuou confusa.

— Espera, o seu namorado não sabe que você tem poderes?

— Não, e nem vai saber! — Retruquei, ela fez que se rendeu.

— Meninas, eu consegui carona com um caminhoneiro, parece que ele está indo pra Sacramento, que é bem perto da Califórnia, mas... temos companhia. — Rick disse, Rosie e eu trocamos olhares.

— Espero que não tenham alergia a pelos. — O homem barbudo e baixinho disse, e foi até as portas traseiras do caminhão, ajeitou as calças, e abriu as portas.

— Puta merda.

Várias ovelhas olharam para nós de dentro do caminhão, algumas fizeram som de "méh" me fazendo rir.

— É, ele não tava brincando. — Rosie pulou dentro do caminhão e me puxou, Rick subiu logo depois.

Depois de um tempo na estrada, Rick sentou do meu lado, encostei a cabeça em seu ombro, seria um longo caminho até lá... ele segurou minha mão, e a encarou enquanto entrelaçava nossos dedos.

— Vocês são nojentos. — Rosie resmungou do outro lado, ela fechou os olhos e fingiu dormir.

— Você está bem? — Rick sussurrou para mim, no silêncio da estrada, parecia que apenas nós, estávamos ali.

— Meu pai deve estar nos procurando agora, eu só fugi sem me explicar. Ele deve estar bravo e preocupado.

— Ele vai entender. — Rick tentou me reconfortar.

— Por que veio com a gente? Você nem pensou duas vezes.

— Porque eu confio em você, precisava de ajuda, e eu decidi ficar. — Ele conseguiu me convencer, por hora, seus motivos para estar ali eram de menor importância, comparado ao grande problema envolvendo Lizzie.

Garota Estranha, Stranger ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora