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LORENA
Uma hora depois os invasores foram detidos pelas Equipes de Contenção e Segurança, mas só saímos do abrigo após duas horas, e mesmo assim, Lia, eu, Zoey e Emma fizemos uma vistoria em todo o orfanato antes de permitir que as crianças e os funcionários saíssem.
Quando temos certeza de que nenhum invasor está escondido no orfanato, limpamos tudo antes das crianças saírem. Depois de me certificar que as crianças estavam seguras e dormindo em suas camas, Lia e eu fomos embora para a mansão, com Juliana ainda inconsciente no carro de Lia.
- Será que ela vai surtar? Espero que não, precisamos dela - Lia comenta e fecho os olhos cansada. Mesmo tendo lavado as mãos e os braços repetidamente, o cheiro pungente de sangue impregnou em minhas mãos. - Quem vai contar?
- Espero que não seja eu - digo, sabendo que eu seria a pessoa a ter que explicar a Juliana o que ela é, no que ela se transformou.
- Hera ficou brava? - Lia pergunta e dou de ombros.
- Aparentemente não, mas vamos ver quando chegarmos em casa — respondo.
- Por que atacaram? O que queriam dessa vez? Quer dizer, esse ataque foi diferente dos outros, eles estavam instalando explosivos pela cidade. - Ela reflete e confirmo com a cabeça, me lembrando da informação que Hera havia me passado por telefone.
- Destruir o condomínio, devia ser esse o objetivo - sugiro e Lia assente e me encara.
- Você está bem? — pergunta e suspiro.
- Só exausta, psicologicamente - explico.
- Quer mudar de assunto? - ela me olha e concordei com a cabeça novamente, sem muita vontade de dialogar. - Bom... meu pai está me evitando, minha mãe não tá falando comigo, mas chora todas vez que vou lá. Thiago é o único que me apoia, segundo ele eu fui sortuda de poder escapar das garras do meu pai - ela sorri e lamento por Lia. Ela brinca e faz piada, mas percebo como ela está triste com a situação.
Depois do acordo de Lia com Hera, ela passou a viver conosco na mansão. Os pais dela, sempre amorosos, tiveram coragem de expulsá-la por não seguir os costumes, eles não querem uma filha trabalhando de forma alguma, aos olhos da sociedade, não é aceitável para uma dama, principalmente se o trabalho em questão é fazer parte da Guarda Real.
Lia foi expulsa depois de contar para os pais que trabalharia na Guarda Real e que foi chamada especialmente por Hera.
Me surpreendi quando ela apareceu na mansão, chorando, e em choque. Ela só conseguiu contar o que havia acontecido no dia seguinte. Não esperava isso dos pais dela, sempre soube que eram religiosos e seguiam os costumes à risca, mas não imaginei que tanto ao ponto de desfazer da própria filha.
Lia não me contou sobre a pressão que eles faziam nela, não sabia que as idas às baladas era para que ela pudesse sentir um pouco de controle - mesmo que pequeno - sobre a própria vida. Realmente, as aparências enganam, e a imagem que a família de Lia sempre mostrou é de uma família feliz e unida que até eu acreditei.
Agora, Lia tenta se reconciliar com eles, mas não acho que conseguirá tão cedo.
- E Miguel? - pergunto e ela revira os olhos.
- O de sempre. Nos pegamos esses dias na cozinha, mas não passou disso, quis arrancar a cabeça dele, de verdade - ela revela e sorrio. - É de consenso geral que não se deve deixar as pessoas à beira de um orgasmo e não terminar o serviço. Isso. Não. Se. Faz. Nunca - reclama e rio. - Isso mesmo, vai rindo de mim, você é uma vaca sortuda por ter Hera, isso sim, não sabe o que estou passando com aquele traste.
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PASSADO - SÉRIE ONE WOLF VOL. 3
Fantasia** HISTÓRIA LÉSBICA** ** HISTÓRIA LÉSBICA** ** DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS** Os acontecimentos da guerra mal passaram e Lorena já se vê presa em outra guerra, desta vez, uma guerra interna: seus pais. Quatro anos desde a última vez que os viu, Lor...