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HERA
Caminho de um lado para o outro no escritório improvisado num quarto da mansão. Miguel, Matheus e os comandantes da Equipe de Segurança e Contenção me encaram. Paro em frente a mesa redonda no centro, cheia de papéis espalhados sobre ela, um deles é o mapa com as delimitações de terras indígenas.
— Eu não nasci aqui, não conheço o Brasil o mínimo suficiente para cuidar disso, preciso da ajuda de vocês — digo. Os comandantes acenam positivamente. — Expliquem esse mapa, não estou entendendo nada. — Aponto para o papel.
Meu trabalho seria mais fácil se eu fosse Alfa de qualquer alcateia no Canadá ou Estados Unidos, já o Brasil? Não sei nada do Brasil. Amaldiçoo a ideia do meu pai. Como eu posso ajudar aqui se não conheço nada? Inferno.
Os comandantes se aproximaram da mesa.
— Esse mapa mostra as terras dos povos indígenas ao nosso redor. Esse espaço pertence a um povo, esse a outro e esse aos Tupis. São terras que não podemos ultrapassar sem a permissão deles. — Fábio explica pacientemente.
— Ok, me mostra as terras onde não existem indígenas perto de nós. Eu quero saber o alcance que temos na floresta, até onde podemos ir — peço e eles confirmam com a cabeça.
Com uma caneta em mãos, Marcelo marca as áreas ao nosso redor no mapa.
— Preparem uma equipe de seis pessoas, escolham cinco, o sexto eu e Miguel vamos escolher, e precisamos de alguém com conhecimento em tecnologia — falo e eles assentem. — Me tragam a lista amanhã.
Depois que eles saem, e enquanto repasso o plano com Miguel, Lia entra abruptamente na sala, exasperada. Ao ver sua expressão, um frio sobe pela minha espinha.
— O que foi? Cadê a Lorena? — pergunto preocupada e ela levanta as mãos, num claro sinal para me acalmar.
— Ela está bem, acabamos de chegar, mas... Ela não está bem psicologicamente, acho que ela não tá muito a fim de conversar...
— Fala logo, Lia — Me irrito. Lia joga o jornal em cima da mesa e passa a digitar algo no celular.
— Olha a manchete debaixo — ela pede sem tirar os olhos do celular.
Apanho o jornal irritada, leio duas vezes antes de perceber. Um símbolo igual a marca da Lorena — e da guerra — está estampado na fachada de um laboratório de pesquisas. Lia se aproxima de mim e me entrega o celular.
— Agora lê isso. — diz.
Enquanto leio a pesquisa sobre a empresa, Miguel vê a manchete no jornal.
— Que merda — Miguel diz.
Poucos minutos depois de ler a manchete e a pesquisa de Lia, vou para o quarto, afinal, o trabalho por hoje acabou. Lorena está deitada no seu lado na cama, de costas, aparentemente, dormindo.
Depois de tomar banho me deito ao seu lado, ela não se move quando a abraço. Esticando o pescoço, tento ver seu rosto, ela está acordada.
— Vira aqui — digo puxando ela gentilmente pela cintura, no começo ela resiste, mas logo cede. A coloco deitada sobre o meu peito.
No momento não me vem palavras para consolá-la, por isso só a abraço e acaricio suas têmporas, até que ela durma, para só então, eu descansar.
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PASSADO - SÉRIE ONE WOLF VOL. 3
Fantasy** HISTÓRIA LÉSBICA** ** HISTÓRIA LÉSBICA** ** DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS** Os acontecimentos da guerra mal passaram e Lorena já se vê presa em outra guerra, desta vez, uma guerra interna: seus pais. Quatro anos desde a última vez que os viu, Lor...