LORENA
Quando voltamos ao salão de festa, reparei que as pessoas não nos olhavam, como se não tivessem notado nossa ausência, e, quando finalmente nos viram, não pareciam estar surpresas. Cansada demais para tentar entender o que Sanguinetti fez para as pessoas não notarem nossa ausência, esqueci o assunto e me concentrei no restante da noite.
Hera e eu chegamos em casa no começo da madrugada. Mergulho num banho relaxante na banheira assim que tenho a oportunidade. Hera surgiu minutos depois, se despiu e se sentou atrás de mim.
Ela começou a massagear meus ombros com as mãos firmes e inevitavelmente fechei os olhos, deixei a sensação tranquilizadora me tomar.
— Você está bem tensa. — Ela diz, respondo com um dar de ombros.
— Tem como não estar? — Ficamos em silêncio por um tempo antes de Hera pigarrear.
— É por causa do jantar de Mário? — suspiro ao me lembrar do fatídico jantar a que fomos convidadas quase um mês atrás.
— Temos mesmo que ir? — pergunto.
— Sim, temos. — Nervosa, esfrego meus joelhos submersos na água quente. Hera me empurra para o lado e me olha fixamente. — Eles não vão encostar um dedo em você. — Ela acaricia minha bochecha com o polegar. Concordo com a cabeça, não muito confiante.
Faltam uma semana e alguns dias para o jantar acontecer e ainda não consigo esconder ou matar o medo paralisante que sinto todas as vezes que imagino este reencontro. Depois de tanto tempo, depois de tudo o que me fizeram passar, depois de tornar o que me tornei, ainda tenho medo e isso me preocupa.
Me viro ficando de frente para Hera e me sento em seu colo. Ela se ajeita em baixo de mim e prende um cacho solto atrás da minha orelha. Seus olhos dourados penetram minha mente e se não soubesse que a nossa ligação é tão rara e especial, desconfiaria nesse momento pela intensidade com a qual nos olhávamos. As mãos de Hera pousam em minha cintura e a apertam levemente.
Meu olhar percorre seu rosto e para em sua garganta, inadvertidamente o som de seus batimentos cardíacos preenchem meus ouvidos e a imagem de sua artéria saltando prende minha atenção. Quando volto a encará-la, um sorriso malicioso desponta dos seus lábios e Hera inclina a cabeça sutilmente para o lado, gesto que quase me arranca um gemido.
Mordo o lábio inferior numa tentativa falha de conter o impulso de mordê-la e me assusto em constatar minhas presas alongadas. Sem querer, corto meu lábio inferior com elas. Hera aproxima o rosto e suga meu lábio inferior lentamente, suas mãos apertaram mais minha cintura, a outra sobe para as minhas costas e me puxa contra ela.
Depois de sugar meus lábios, Hera beija minha mandíbula e distribui beijos em meu pescoço, deixando propositalmente o seu pescoço a alguns centímetros da minha boca.
Sorri.
"Acho que você entendeu o recado..."
A voz dela acaricia minha mente e meu sorriso aumenta.
Nossos corpos se colam ainda mais, não sobrando espaço entre eles. Meu coração bate acelerado, assim como o de Hera. Encosto meus lábios em seu pescoço e inalo fortemente o cheiro da sua pele, mordo fraco o seu pescoço e crio uma trilha de beijos até seu ombro. Hera aperta minha bunda com uma das mãos enquanto a outra se prende em minha nuca e me puxa para mais perto. Quando minhas presas perfuram sua pele lentamente, o suspiro prazeroso de Hera chega aos meus ouvidos, suspiro que respondo com um gemido.
Seu sangue enche minha boca e o sabor adocicado com cheiro metálico faz uma descarga de energia percorrer meu corpo. Estremeço quando engulo a primeira golada de sangue. Com os olhos fechados aproveito o momento intenso e prazeroso que era me alimentar da minha companheira. O cheiro característico da nossa união chega até meu nariz e me esfrego em seu corpo para ter mais dela e, quando dou por mim, estou rebolando num ritmo lento no colo de Hera enquanto suas mãos me percorrem por completo.
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PASSADO - SÉRIE ONE WOLF VOL. 3
Fantasi** HISTÓRIA LÉSBICA** ** HISTÓRIA LÉSBICA** ** DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS** Os acontecimentos da guerra mal passaram e Lorena já se vê presa em outra guerra, desta vez, uma guerra interna: seus pais. Quatro anos desde a última vez que os viu, Lor...