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LORENA
Acordo com o cafuné de Hera em meus cabelos. Com algumas piscadas reconheço o quarto de hospital e as lembranças de tudo o que aconteceu voltam. Hera dá um beijo rápido em minha testa e encontro seu olhar preocupado.
— Minha mãe acabou de trazer, está quente ainda, você precisa comer — ela fala. Sua afirmação deixa explícita a ordem. Sorrio.
Como senti falta da minha companheira mandona.
— Como se sente? — pergunto me sentando, reparando só nesse momento que estou com quase todo meu corpo em cima do dela. Ela sorri com a minha pergunta.
— Me sinto ótima, mas vou ficar melhor quando estivermos no nosso quarto com a nossa privacidade — responde passando a língua nos lábios e vejo seu olhar percorrer meu rosto, parando em minha boca.
Rio.
— Você acabou de quase morrer e está pensando em sexo? — questiono e ela inclina a cabeça para o lado, nem um pouco constrangida.
— Sim, eu quase morri, por isso estou pensando em aproveitar muito mais a minha companheira — ela explica com um sorriso de lado.
Pego a bandeja em cima duma pequena mesa ao lado da cama com dois pratos, retiro os talheres das embalagens e posiciono em cima da cama, mais especificamente, em cima do colo de Hera, que segura a bandeja enquanto eu me arrumo ao seu lado na cama.
Começamos a comer e ficamos em silêncio, Hera para hora ou outra para me oferecer um pouco da sua comida e dar na minha boca, algo que ela passou a fazer com frequência. Quando terminamos de comer, deposito a bandeja com os dois pratos na mesma mesa e volto para a cama. Nos ajeitando novamente na cama, deitadas uma de frente para a outra com as pernas entrelaçadas, nossos rostos quase se tocando.
Hera pigarreou.
— Meu pai me contou o que aconteceu — ela diz e desvio meu olhar, sem saber o que falar. Ela segura meu queixo, me fazendo olhá-la. — Obrigada por ter cuidado de mim.
— Não tem que agradecer.
— Eu quero te agradecer e te dizer que... te amo muito para não agradecer. — Ela sorri e meus olhos voltam a marejar. — Quando quiser conversar sobre o que aconteceu, estarei aqui, sempre — diz. Fecho os olhos quando nossas testas se encostaram e Hera dá um beijo na testa. — Já estou liberada para ir pra casa, só estava esperando você acordar, estava muito cansada. — Ela avisa e concordo com a cabeça.
— O quê o médico disse sobre você? — pergunto curiosa.
— Disse que estou bem e que não existe resquício do veneno em meu sangue — ela responde e solto o ar que não sabia estar prendendo. — Quando chegarmos quero que se alimente, meu pai disse que você se esforçou bastante, vai precisar de sangue. — Pela primeira vez na vida, concordo sem me sentir incomodada. — Depois, vamos fazer amor, e vamos fazer nossa cerimônia de união, sem interrupções dessa vez.
Rio.
— Você não vai desistir dessa cerimônia, né? — pergunto.
— E você não cansa de fugir, né? — retruca, me imitando.
***
Lia, Anna, Aliandra, Elisângela e até Miranda, estão no quarto comigo, me ajudando a me preparar para a cerimônia de união mais uma vez.
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PASSADO - SÉRIE ONE WOLF VOL. 3
Fantasía** HISTÓRIA LÉSBICA** ** HISTÓRIA LÉSBICA** ** DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS** Os acontecimentos da guerra mal passaram e Lorena já se vê presa em outra guerra, desta vez, uma guerra interna: seus pais. Quatro anos desde a última vez que os viu, Lor...