20/ Entre Lágrimas e Lembranças.

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24 de Agosto, 2023

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24 de Agosto, 2023.

É uma tarde fria de 24 de agosto de , e o peso dos últimos três dias impregnava o ar. As algemas tinham transformado Benjamin, meu ex-namorado, em um espetáculo público, com cada palavra e olhar da cidade apontando para mim como a autora de um desfecho indesejado. Os sussurros acusadores ecoavam, sugerindo que minha ação drástica fora apenas uma vingança por uma traição que eu queria esquecer.

A luz pálida do dia invadia meu quarto enquanto eu dobrava com cuidado as lembranças de uma história que agora parecia pertencer a outra vida. Cada peça era uma emoção guardada em forma de objeto tangível, e minha mala tornou-se uma cápsula do tempo, pronta para ser selada e empurrada para o canto mais distante da minha existência.

O telefone tocou, interrompendo meus pensamentos. Era meu pai, uma voz tranquila do outro lado da linha.

— Mary, como você está lidando com tudo isso? – Ele questionou, a preocupação evidente em sua voz.

Suspirei, buscando palavras que pudessem traduzir a confusão dentro de mim.

— Pai, é como se meu mundo tivesse desmoronado. Mas estou tentando  seguir em frente.

— Há uma força dentro de você que você nem imagina, querida. Lembre-se de que eu e sua mãe estamos aqui para apoiá-la, não importa o que aconteça. Sobre o seu plano que você nos disse ontem, acho que é uma boa ideia.

A chamada foi encerrada com promessas de amor e apoio. No silêncio que se seguiu, eu me vi olhando para a mala, contendo não apenas roupas e lembranças, mas também o peso das expectativas e dores não compartilhadas.

Ontem eu conversei com os meus pais de ir embora daqui, eu simplesmente não consigo mais andar nessa pequena cidade sem sentir os olhos das pessoas e os comentários sobre mim, eu tenho uma tia que mora na Europa e meu pai disse que iria conversar com ela, apenas para que eu pudesse esfriar a minha cabeça e ficar longe de isso tudo.

Decidi ligar para minha psicóloga, Dra. Jenny. O telefone tocou algumas vezes antes que ela atendesse, e sua voz serena ecoou no aparelho.

— Mary, como você está se sentindo hoje? – ela perguntou, sua experiência evidente nas palavras que escolhia.

Respirei fundo, permitindo-me ser vulnerável.

— Dra. Jenny, sinto-me perdida. Estou tentando trabalhar nos planos que a senhora fez para mim.

Ela ouviu em silêncio enquanto eu desabafava, compartilhando meus medos, mágoas e a sensação de solidão que me envolvia. Suas palavras eram um bálsamo para minha alma ferida, uma luz fraca no final do túnel escuro que eu estava atravessando.

Jenny conversou em particular comigo no domingo, conversamos sobre a minha situação e ela me disse algumas coisas e fez uma programação para mim.

Todos os dias eu irei sentar e meditar, irei respirar fundo por vinte e cinco vezes enquanto me concentro no método. Se eu sentir vontade de chorar ou gritar eu irei tirar todo o peso de mim, ela disse que isso vai me ajudar a tirar a dor de mim.

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