Capítulo 62 - Pai.

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Deitei-me na cama e as lágrimas caiam desalmadamente. Como pude eu não responder?

Sempre pensei que Zayn não sentia nada por mim e que apenas fosse um amigo chegado apesar de o amar com todo o meu ser, será que foi isso a ruína do primeiro beijo que experimentei de Zayn?

Olho o telemóvel varias vezes, mando mensagem ou não mando mensagem?
Peguei nele e desbloqueei para ver se tinha alguma, definitivamente não terei mais nenhum contacto com Zayn.

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Acordei completamente gelada, ainda vestia as roupas de ontem e a minha mão agarrava o telemóvel afincadamente, estou eu tão desesperada pelo seu contacto mesmo a dormir?

Dirigi-me até à casa de banho e olhei-me ao espelho, estava miserável.
Tomei um banho para rejuvenescer e vesti qualquer coisa para caminhar nos corredores da escola pelo menos vou ver Zayn, o que me dá um pouco de força.

- Hoje vou contigo para a escola. - Informou-me a minha avó.
- Porquê?
- Vou para esses lados.
- Está bem. - Ela olhava-me entristecida.
- O que se passa?
- Nada. - Apressou-se a responder.
- Já te conheço à 17 anos, achas que já não sei que se passa algo? - Ela suspirou.
- Falamos enquanto caminhamos para a escola.
- Vamos então? - Ela concordou e o seu estado de humor começava a trabalhar em conjunto com o meu e não estava a gostar de como a situação se estava a debater.
Enquanto caminhávamos ela suspirava mais vezes que o normal.
- O que se passa? - Arfou, talvez para se preparar para falar.
- O teu pai... - Não surti qualquer tipo de efeito quando ela falou no nome dele, até gostava de sentir qualquer coisa, raiva, amor, paz, qualquer coisa que mostrasse que ele teve impacto na minha vida mas apenas sentia vazio, ou talvez nem isso.
- O que tem?
- Ele contactou-me. - Olhei-a. - Quer-te conhecer. - Não respondi nada mas eu sei que ela esperava que dissesse que não, que não quisesse aquele homem na minha vida mas admito que a curiosidade para conhecer a pessoa que me deu vida é enorme.
- Está bem.
- Está bem de um está bem eu quero conhecê-lo?
- Não, um está bem de esta bem para o assunto. - Ela sorriu fracamente e entrega-me um papel.
- Esse é o número dele. - Olhou uma ultima vez para mim e beijou-me a testa antes de se desviar para o caminho que ela pretende seguir. Ainda olhava o papel meio amachucado, pergunto-me quantas vezes tentou ela colocá-lo ao lixo.
Preciso falar com Zayn.

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Já passavam quase 10 minutos de aula e o lugar de Zayn encontrava-se vazio, que raio?
Mas antes que pudesse perguntar do porquê ele bate à porta e o meu coração fica sossegado mas ele olha-me com um olhar desaprovador, encolhi-me apenas com o seu olhar mas ainda tinha que falar com ele, como?

A aula acaba rapidamente e todos saem tão depressa quanto o meu respirar mas Zayn é deixado para trás.
- Zayn? - Chamo mas ele não responde e volto a chamar desta vez tocando-lhe com o braço. - Zayn? - Este olha-me furioso mas...
- Não venhas para aqui passar sida ao pessoal. - Aquele comentário deixou-me de rastos, ou talvez a pessoa que o disse e sai muito antes que o meu corpo reagisse aquilo.

Corri para o meu canto e o meu corpo comprimia-se para não chorar mas logo senti voltas ao estômago quando ele apareceu no final das estantes.
- Olá misteriosa. - Brincou. Como pode ele estar tão bem disposto depois do que me disse? Sentou-se ao meu lado.
- Olá. - Disse fracamente.
- Como estas?
- Bem e tu? - Respondi demasiado depressa.
- Tratei a rapariga que gosto como não devia novamente. - Nada disse, rapariga que gostas o tanas. - Senti-me mal.
- É normal. - Encurtei as minhas palavras.
- O que se passa? - Perguntou.
- Gostas dela e trataste-a mal?
- Parece que sim...
- Porquê? - Perguntei.
- Não sei, senti raiva do que ela me fez.
- Que foi? - Estava a responder um pouco bruta demais.
- Ela não me beijou de volta e aquilo enfureceu-me.
- Já te perguntaste do porquê de ela ter feito isso?
- Não mas também não preciso, dediquei-me de corpo e alma a ela.
- Ela pode ter ficado em choque por tu lhe beijares. - Expliquei mais calma e este suspirou.
- És capaz de ter razão mas ela também pode não gostar de mim e não vou estar a gastar as minhas forças em alguém que não sente o mesmo que eu.
- Eu acredito que ela goste mais de ti do que tu realmente achas.
- Gostava que ela o mostrasse. - Sussurrou.
- Preciso de uma ajuda... - Pedi, estava a falar indiretamente com ele e ele não sabe da minha situação ao pormenor o que era perfeito.
- O que se passa?
- Desde que não julgues. - Ele olhou-me à espera de resposta. - Nunca conheci o meu pai e ele contactou a minha... - Não posso dizer avó. - Mãe está semana para me conhecer e soube hoje.
- Queres saber o que faria se estivesse no teu lugar? - Anui apesar de saber que ele não me via. - Eu conhecia-o. Ele pode ter tido as suas razões para o ter feito, talvez até sejam mais graves do que realmente pensamos. - Ele tinha razão, pousei a minha cabeça no seu ombro e deixei-me repousar.
- Ela costumava fazer isso. - Sorri.
- Tu gostas realmente dela. - Afirmei um pouco à sorte.
- Mais do que previa. - Aquilo abriu-me um sorriso de orelha a orelha.
- Também gosto mais do que previa de ti. - Murmurei tão baixo quando era impossível ouvir e ele entrelaçou os nossos dedos, que sensação refrescante e que saudades.

A Deep Regret Z.M.Onde histórias criam vida. Descubra agora