Capitulo 11 - Desabafo.

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Desabafo (nome): ato ou efeito de desabafar; desafogo e alívio.

Layna

O toque de entrada soou e eu teria que voltar ao mundo real onde Zayn me prefere ver estatelada no chão do que propriamente a ter uma conversa inteligente, algo que eu nunca pensei que Zayn fosse.

Saí quando notei que Zayn não se ia mexer, entrei dentro de um dos corredores para que ele não tivesse a ideia de ver quem eu era.

- Layna. - Ouvi chamarem-me.
- Harry? - Ele sorriu-me.
- Perdeste o telemóvel? - Brincou.
- Esqueci-me completamente...
- Até te perdoava mas... - Olhará-o perplexa.
- Mas?
- É melhor esquecer. Vais para aula? - Anui. - Precisas de companhia?
- Claro! - Sorri e coloquei o meu braço entre o seu e caminhamos até à porta da minha sala.

- Já alguma vez te aconteceu sentires que deves ajudar alguém que não merece a tua ajuda? - Perguntei a Harry.
- Porquê?
- Por nada...
- És melhor quando, apesar de tudo, os ajudas. Sentes-te melhor aqui... - Apontou para o seu coração. - E aqui. - Colocou a ponta do seu dedo na testa.
- Se calhar tens razão. - Afastei-me dele e entrei na minha sala após acenar em despedida.

***

- Layna podes repetir o que acabei de dizer? - Pediu o professor e engoli em seco. Estava tão distraída que o assunto da aula me passou completamente ao lado. Os risos ensurdecedores dos meus colegas assustaram-me. - Deixa o mundo da lua Layna!

Olhei o meu caderno que continha vários desenhos aleatórios e olhei para o assento de Zayn que se mantinha vazio e a conversa que tivemos no corredor escuro saltou na minha mente, ele estava realmente perturbado com a situação e aquilo mexeu comigo.

Já é a segunda vez que nos encontramos naquele lugar e admito que me sinto empolgada para lá voltar enquanto ele lá estiver, não quero estragar o clima que criamos neste dois pequenos encontros sem intenção ao contar quem realmente sou. O toque soou e arrumei as minhas coisas rapidamente para sair tão rápido quanto respirava.
- Layna? - Chamou uma voz algo conhecida mas ignorei pois devia ser para gozar comigo. - Layna? - Voltou a chamar e não resisti olhar.
- Ah és tu.
- E esse entusiasmo é digno de funeral.
- Desculpa, pensava que era outra pessoa.
- Presumo que não subi às tuas espetativas.
- Não e ainda bem, não é boa a pessoa que esperava que fosse.
- Então ainda bem. Onde ias?
- Ver fantasmas. - Brinquei e ele olhou-me a tentar perceber o que acabei de dizer. - Queres novamente companhia?
- Desculpa?
- Quando as aulas acabarem.
- Ah claro, sim quero. - Sorri.
- Fico à tua espera na entrada. - Piscou-me o olho e afastou-se de mim.

Retornei o caminho que estava a fazer antes de ser interrompida e procurei o rapaz pelo corredor mas este já não se encontrava em lado algum do lugar. Foi bom enquanto durou.


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