Capítulo 23 - Sim ou não?

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A campainha de Harry soou com um toque bastante peculiar o que me fez soltar uma ligeira gargalhada e este abriu a porta com o pijama já vestido.
- Estás bastante elegante! - Ri o que o fez rir também.
- Tudo para te agradar! - Ironizou e abriu caminho para eu entrar. - Vamos. - Caminhou na minha frente e subiu umas escadas que ligavam ao segundo andar da casa.
- Tens uma bela casa Harry.
- Até te dizia o mesmo mas nunca a vi. - Brincou. - Senta-te.
Sentei-me na cama dele e ele sentou-se do meu lado e olhou-me, não com curiosidade nem com maldade mas uma boa ternura, uma ternura que eu gostei de ver nos seus olhos.
- Harry? Não te estou a incomodar?
- Porque haverias de estar?
- Não sei... Eu...
- Não estás. - Sorriu. - Que voz era aquela no telefone? - Suspirei pesarosamente.
- Nem eu sei... Que faço com a minha vida Harry?
- Como assim? - Voltei a suspirar e senti a sua mão no meu ombro. - Podes falar comigo Layna...
- O Liam, aquele rapaz com quem eu falo ou estou nos intervalos...
- Eu sei quem é o Liam. - Sorriu após interromper o meu raciocinio mas não me fez diferença.
- Pronto, ele... Ele pediu-me em namoro...
- E?
- E? E não sei...
- Não gostas dele?
- Gosto.
- Mas?
- Mas tenho medo...
- De?
- De não ser quem eu verdadeiramente goste.
- Layna, que idade tens?
- 17.
- Sabes que é raro encontrares alguém que verdadeiramene ames, verdadeiramente amar podes mas a pessoa com quem passarás o resto dos teus dias é raro encontrar com apenas 17 anos. Ainda tens anos de vida e muito que crescer antes de te entregares verdadeiramente a alguém ou esse alguém se entregar a ti por isso aproveita enquanto podes, namora enquanto sentes algo por alguém e não olhes para trás em qualquer circunstância pois os teus medos aproveitarão qualquer tremor teu para atacar e esses estão atrás de ti.
- Neste caso à minha frente nas aulas - Sussurrei tão baixo que duvidei eu própria ter ouvido. - Esse foi o melhor conselho que alguém me podia ter dado Harry... Acho que as aulas de filosofia estão a dar fruto! - Ri-me.
- Estava inspirado. - Piscou-me o olho. - Mas já sabes o que fazer?
- Acho que sim. - Sorri.
- Queres comer alguma coisa ou beber? - Ofereceu.
- Não sei...
- Eu vou beber um chá, queres?
- Pode ser!
- Boa, assim fazes-me companhia.


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Podia jurar que tinham passado apenas segundos ao lado dele mas tinham passado horas. Abri a porta e o relógio soou a uma da manhã, se a minha avó ainda estiver acordada ela vai-me matar mas ri, sorri e quase chorei com o Harry.

Coloquei o pé no primeiro degrau e ouvi a minha avó respirar no sofá e suspirei de alívio ela estava a dormir e fui até perto dela para a acordar e levar para a cama.
Fechei a porta do meu quarto e deitei-me na cama após vestir o pijama, não estava mentalmente preparada para dar a notícia a Liam mas tinha de o fazer.

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