A Deep Regret Z.M.

Capítulo 83 - Pior.

Zayn...

A sua voz assombrava as minhas noites em forma de sonho e até mesmo aí não consigo deixar de me apaixonar por aquele ser em forma de anjo com os seus vestidos longos que realçavam as suas melhores silhuetas, por ela toda a minha vida mudou e continua a mudar.

Zayn...

Voltou a chamar desta vez já mais perto e todo o meu eu arrepiou. Abri os meus olhos para encarar a escuridão aborrecida do meu quarto, não sabia bem que horas eram mas a dor latejante na minha cabeça era, completamente, absurda.
Desci os degraus despidos de tapeçaria da escadaria principal de minha casa e caminhei até à cozinha gelada devido às correntes fortes de ar que circulavam através das pequenas frinchas em volta das janelas.

- Zayn... - Senti a falha na minha respiração depois de ouvir o meu nome numa voz cortante, sabia que não era a dela mas o meu cérebro processou no seu tom, no seu belo tom.
- Doniya. - Repeti quase com o meu tom apesar de a minha voz ameaçar falhar.
- O que estás a fazer acordado? - Perguntou com receio da minha resposta. Esta era a primeira vez que falávamos desde a pequena confusão.
- Temo ter que te perguntar o mesmo.
- Eu...
- Desculpa mas não quero ter conversas a esta hora. - Não fazia a menor ideia da hora que era mas temia que ela fosse forçar coisas que se tornavam vulneráveis neste horário.
- Tens razão. - Em deceção caminhou pela cozinha até à próxima divisão da casa e senti o meu corpo suspirar.
- Não consegui dormir. - Falei, por fim.
- Já somos dois. - Sorriu fracamente.
- Desculpa a confusão do outro dia... - Apenas a ouvi suspirar, sabia que ela não tinha ficado zangada mas, neste momento, consideraria-a a pessoa em que podia confiar.
- Eu estava realmente preocupada contigo...
- Eu sei. - Sentei-me numa das cadeiras que enfeitava o balcão da cozinha. Sentia o olhar penetrante e curioso dela sobre mim, dava o que podia para saber o que passava por aquela mente curiosa. - Não... - Olhou-me desconfiada. - Não sei o que fazer.
- Como assim? - Sentou-se perto de mim.
- Sinto-me a afundar. - Ri com este desabafo ridículo. - Conhecia-a na melhor época da minha vida no que acabou por se tornar a pior. - O seu pesado e duvidoso olhar voltou a cercar-me. - Ela não sente por si o que eu sinto por ela. - Ela riu.
- Nunca sentirá. - Agora quem a olhava era eu. - Tu sabes o seu melhor e o seu pior enquanto que ela apenas sabe o seu pior.
- Mas... - Suspirei pesadamente. - Não sei o que fazer.
- Porque não?
- Porque ela está com o ex. - Ela colocou as suas mãos sobre as minhas.
- O teu tempo virá. Se for para realmente acontecer, irá. - Levantou-se e voltou a ser somente eu e a aragem gelada.

Eu realmente amava aquela rapariga mas que posso eu mais fazer para que ela me apenas veja a mim? E que saiba que tudo o que ela conseguiu foi tornar-me numa pessoa melhor.

Com força voltei ao meu quarto e entrei numa onda escura e adormecida.