Realidade (nome): qualidade do que é real; o que existe de facto; conjunto de todas as coisas reais.
Layna
Abri os olhos com o embalar calmo e o olhar meigo que a minha avó me transmitia.
- Bom dia. - Disse-me e eu sorri fracamente devido ao excesso de sono que exercia mas levantei-me com todo o esforço do mundo.
Coloquei uma pêra na boca quando fechei a porta de entrada atrás de mim já com a mochila às costas, hoje não era um bom dia para ir à escola, quer dizer nenhum dia era.
Parei num dos quiosques de rua entre a minha casa e a escola para comprar pastilhas elásticas e voltei a traçar o caminho que pretendia.
A escola encontrava-se quase vazia mas cheia o suficiente para me dar náuseas.Ainda faltavam algum tempo para o primeiro toque da manhã e caminhei até à biblioteca para passar um pouco do tempo, olhei onde conheci o rapaz de cabelos encaracolados e ele não se encontrava em qualquer parte o que deu a entender que ainda não tinha chegado ou então que não era ali que se encontrava.
Caminhei até ao final da biblioteca e encontrava-se sozinha, sem rapazes de cabelo tão escuro quanto breu para me atormentar e sentei-me no espaço mais escuro para que pudesse fechar os olhos sem luzes a incomodar as minhas pálpebras. Coloquei os auscultadores para entrar num mundo só meu.O dia estava acinzentado e a chuva ameaçava cair e corri para que não apanhasse qualquer pinga mas não o consegui evitar, as gotas, grandes e grossas caíram por toda a cidade não me deixando de lado e todo o meu corpo se molhou sentindo calafrios pela minha pele.
Escondi-me debaixo de umas das cobertas de um dos hotéis que enfeitavam a cidade.
- Parece que não fui só eu que me molhei. - Disse-me uma voz conhecida mas no entanto diferente e todo o meu corpo estremeceu, não do frio da chuva mas do dono da voz.
- Tu? - Perguntei a gaguejar mas o corpo apenas me sorriu e aproximou-se de mim beijando a minha testa e entrelaçando a sua mão com a minha.
- Vamos? - Apenas anui pasmada com a situação.Acordei com o som estridente do primeiro toque e guardei os auscultadores que já não se encontravam mais nos meus ouvidos mas sim pelo chão.
Por pouco não caí quando bati em alguém que me agarrou prontamente.
- Desculpa! - Tratei de me desculpar. - Peço imensa descul... - Parei de falar e todo o meu eu parou de funcionar quando vi em quem tinha sido. Zayn olhava-me espantado com a sua mão no meu pulso e eu corri dali para que este não me dissesse nada. Da mesma maneira que o meu corpo parou no sonho também parou quando o vi no corredor agarrado a mim, porque será que me tinha ajudado? Isto não era o seu comportamento normal mas também não era o meu sonhar com ele.
Caminhei, já calmamente, pelo corredor quando já não o avistava para a sala de aula e ainda a sala estava fechada, provavelmente a professora ainda estaria a chegar ou não vinha de todo.Sarah em minutos chegou para nos informar que o diretor lhe tinha dito que a professora não vinha e que tínhamos furo nesta hora. Depois do que acontecera com Zayn vê-lo durante 50 minutos não eram bem o que pretendia para agora, caminhei até à biblioteca e sentei-me na sala de estudo para terminar a minha parte do trabalho com Bryan. Em menos de 30 minutos tinha terminado uma parte significativa do trabalho e decidi ler mais um pouco do livro que tinha requisitado.
Já tinha lido por volta de 6 novas páginas quando alguém me interrompe a leitura.
- Estás a gostar? - Diz perto do meu ouvido, demasiado perto.
- Sabes que não se deve interromper a leitura de ninguém? - Brinquei com um sorriso de troça na cara.
- Quando sou eu é sempre agradável interromper. - Entrou na brincadeira e sentou-se do meu lado.
- Estou a adorar. - Fechei o livro com o separador no sítio correto.
- Uma rapariga bonita como tu está sempre sozinha, porquê? - Perguntou. As minhas bochechas que já por si eram rosadas mais rosadas ficaram mas apenas sorri, não queria responder a qualquer tipo de questão como aquela. - Não é que mereças andar por aí sozinha mas se gostas quem sou eu para duvidar, queres ficar sozinha? - Perguntou enquanto se levantava.
- Não! - Coloquei a minha mão sobre a sua travando-o.
- Ainda bem porque não queria sair daqui. - Brincou.O intervalo já tinha quase terminado e Harry ainda não me tinha deixado sozinha, era um rapaz divertido e amigável, alguém com quem adorava passar imenso tempo.
- Tenho que ir! Ainda tenho que arrumar as minhas coisas e depois ir para a aula. - Desculpou-se. - Importaste? - Neguei com a cabeça e ele deixou-me sozinha como estava antes de ele me fazer companhia. Guardei todas as minhas coisas e ia sair da sala antes que o toque soasse mas um papel que caiu da minha mochila captou toda a minha atenção.Layna,
não quero que seja a última vez que falemos. Liga-me quando quiseres.Harry.
E continha um número de telefone. Harry tinha acabado de me dar o seu número de telefone? Gravei prontamente o seu número no meu telemóvel caso perdesse o papel.
Caminhei pelos corredores enquanto era atropelada por alunos desatentos, descuidados e dispersos.
Esperei no corredor que dava acesso à sala onde teria a aula, sozinha como sempre.***
O corredor estava escuro e o meu corpo sentia-se calmo naquele lugar e em paz mas não por muito tempo, tornara ele a invadir o meu espaço sagrado.
- Novamente aqui? - Disse ele a sorrir.. O que queria ele?
Sentou-se do meu lado, perto o suficiente para quase lhe sentir o calor do corpo mas afastado para que não se torne um momento estranho.
- Parece que sim, mas digo-te o mesmo. - Respondi. Ele sorriu, ao contrário de mim.
- Gosto deste lugar, é calmo e mantém-me calmo.
- Pensava que calma não estava no teu dicionário.
- Eu posso parecer muitas coisas que na verdade não sou, e pareço sentir muitas coisas que na verdade não sinto. - Suspirei e a aversão que sentia a este rapaz desaparecera.
- É. Suposições podem complicar a vida das pessoas. - Disse seriamente em tom de brincadeira.
- E tu?
- Eu o quê? - Perguntei curiosa.
- O que fazes aqui?
- Eu venho sempre para aqui a esta hora.
- Tens a sorte de ter conhecido este lugar primeiro que eu. - Brincou. - Espero que não te importes que se torne também o meu. - Fiquei calada como se consentisse. Não queria que fosse mas se Zayn continuasse como está a ser poderia se tornar uma companhia brilhante.- Não me apetece ir ao treino.
- Pensava que gostavas de ir ao treinos. - Riu não percebendo a piada.
- Se eu contasse as vezes que a palavra pensava soa em meu redor. - Riu novamente. - Mas estou cansado. Vou faltar hoje.
- Cansado? - Perguntei. O que estava eu a fazer?
- Cansado de atitudes que ando a ter. A tratar mal pessoas que não merecem. - Estaria ele a falar de mim?
- Então para que o fazes? - Ele olhou-me, não para mim mas para o meu reflexo, apesar de não me ver ele olhou-me e encolheu os ombros e tanto quanto ele fiquei calada. Ele suspirou pesadamente.
- Sou burro. Muito burro. - Ele não fazia a menor ideia do porquê de tratar mal as pessoas e eu pergunto-me será que tem motivos para o fazer? Se calhar são apenas ideias que lhe incutiram ou então porque me fizeram mal e eu caí que nem uma patinha mas ele despertara-me para algo que eu não sabia que existia, um Zayn humano e com coração.
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A Deep Regret Z.M.
Hayran Kurgu"E quantas vezes falaste "esta é a última vez"?" Best ranking: #132 in Ficção de fãs #258 in Love #248 in onedirection #132 in zaynmalik