Sentia que estávamos naquele sofá à mais tempo que o relógio mostrava, sem que nenhum mostrasse a sua voz.
- Procuras pela Layna? - Disse ela por fim. Anui. - Eu não o sei. - Senti a esperança desvanecer.
- Não sabe onde fica a casa do pai? - Ela negou.
- E tão pouco quero saber. - Ela levantou-se do sofá e dirigiu-se para a cozinha. Como vou fazer isto? Como vou conquistar a Layna?- Podes sempre esperar por ela no quarto. - Disse ela com os abafos da água da torneira para lavar a loiça.
- Se não se importar...
- Não. És só mais uma escolha errada dentro de muitas. - Suspirei deixando a senhora sem resposta. Ela estava certa e eu não o queria ver.
Subi para o segundo piso e entrei para o quarto vazio mas que o sentia tão cheio.
Sentei-me na cama a admirar o quarto tão de si próprio, parecia qualquer de vivo ou talvez o seu penetrante perfume se fazia assemelhar a algo.
Não era muito cheio mas também não era de todo vazio, parecia ter sido decorado por alguém que pensava essencialmente em si ou então que se conhecia tão bem. Numa das grandes paredes o nosso reflexo era completamente visível, talvez a primeira coisa que se vê assim que se entra nesta imensidão de conhecimento, a segunda a grande cama acizentada algo velha ou demasiado usada. Na outra extremidade, perto da porta da casa de banho completava todo o resto com um enorme armário que cobria o quarto do chão ao tecto, parecendo fazer parte dele e uma secretaria com uma enorme caixa acizentada sobre ela.Não faria mal algum espreitar?
A caixa que à pouco a cobria já se encontrava na minha mão antes que pudesse assimilar o que fazia.
- Que pensas tu que estas a fazer? - Olhei-a com culpa. - Tanto aí como no meu quarto? - Ela ainda se encontrava na porta, tanto quanto eu, completamente imóvel.
- Eu... - Sem conseguir terminar o meu raciocínio, ela arranca-me a tampa da caixa quase rasgada das mãos e atirou-a para debaixo da cama para depois atirar o casaco que trazia vestido para cima da mesma.
- Que estas aqui a fazer?
- Eu...
- Já percebi que sabes pronunciar o eu. - Suspirei alto, que estava mesmo eu ali a fazer? Tudo se dispersara quando a vi é o real propósito desmoronara na minha cabeça. - Acho que me deixei clara na chamada.
- Não. - A minha voz saiu mais irritada do que pretendia e clareei a garganta que sentia cheia. - Não. - Repeti já não tão irritado.
- Não? Não o quê?
- Não vou sair daqui.
- Não pedi que o fizesses.
- Então estamos entendidos nesses assunto.
- Talvez.
- E... Precisava de falar contigo.
- Mas eu não preciso de falar contigo.
- Então ouve-me.
- Ouvir o quê? Que descobriste que era eu naquele beco? Que te menti e que beijaste uma rapariga que desconhecias após me teres beijado? Que te menti?
- Acho que ambos cometemos erros inexplicáveis. - Ela virou-me a cara e sentou-se um pouco ao lado onde o seu casaco jazia.
- Talvez mas isso não explica...
- A tua repentina fuga. - Interrompia.
- Se pensares explica.
- Se me deixasses explicar o motivo que me levou a beijar-te.
- Talvez o perceba mas...
- Eu não tive qualquer motivo que me levasse a fazê-lo.
- Começas bem. - Disse ela num leve sussurrar. - Eu não quero ouvir as tuas desculpas absurdas e as tuas palavras manipuladoras e influenciadoras.
- Não me queres ouvir de todo.
- Exatamente.
- Então como me poderei explicar.
- Talvez seja isso que eu não quero que faças.
- Mas eu senti-me rejeitado por ti e ela, quer dizer, tu, não me deixaste outra escolha. Eu nunca fui rejeitado, eu nunca tive alguém que não me quis como tu. Eu...
- Eu não te beijei então recorreste a um outro plano, beijares uma outra pessoa sem ser quem realmente gostes?
- Exatamente.
- E o que queres que te diga?
- Eu queria ouvir um perdão...
- Não o iras.
- Porquê?
- Porque eu não te conheço tão bem quanto julgava, ou então imaginei a pessoa que algum dia amaria ter do meu lado mas vejo que tu não és quem eu quero que sejas, eu não quero ser trocada cada vez que faço algo que te agrade menos.
- Eu nunca o faria.
- Já o fizeste.
- Por ti própria.
- Não o sabia que era.
- E tu sabias quem eu era e mesmo assim não me contaste.
- Não o merecias.
- Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para te fazer feliz.
- E no final fiquei tudo menos isso. Aliás nem sei porque continuo a deixar-te manipular-me. Quero que saias.
- Não, já te o disse. Agora que quero saber o teu motivo tu foges. - Aproximo o meu corpo do seu que não se demovia.
- Não fujo, não te quero ouvir simplesmente. - Cruzou os seus braços e esperou que a alcançasse, não o fiz mas fiquei a escassos centímetros dela.
- Mas eu quero que me ouças. - Soava ríspido e como se fosse uma ordem. Ela continuava sem se demover.
- Se eu te eu beijasse aqui e agora fugirias ou fazias como na biblioteca.
- Magoava-te.
- Um risco que vale a pena correr.
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A Deep Regret Z.M.
Fanfic"E quantas vezes falaste "esta é a última vez"?" Best ranking: #132 in Ficção de fãs #258 in Love #248 in onedirection #132 in zaynmalik