Capítulo 38 - Rosto rosado.

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Já sentia uns pequenos arrepios no meu corpo devido ao frio.
- Vamos?
- Onde? - Perguntou curiosa.
- Embora, está demasiado frio. - Ela concordou e levantou-se com a minha ajuda e colocou o seu braço à volta do meu pescoço servindo-se de apoio.

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- Queres subir? - Fiquei espantado a olhar para ela. - Apenas se quiseres. - Olhei o relógio.
- Não posso. Ainda não jantei e a minha mãe vai-me matar.
- Não sabias me ter dito? Anda que eu cozinho-te qualquer coisa.
- Ma...
- Não aceito um mas. Anda lá, quero que alguém experimente a minha especialidade!
- O Liam?
- Ele detesta picante.
- E quem te disse que eu gostava de picante?
- Gostas de picante?
- Gosto.
- Está aí a tua resposta. - Sorriu e continuou.

- E o que vais cozinhar para mim? - Perguntei assim que me encostei a um dos balcões rústicos da cozinha sem intenção de solicitar qualquer ajuda.
- Vais? Vamos. - Corrigiu e entregou-me uma faca. - Corta aquelas batatas.
- Dominadora? Nunca pensei que fosses assim.
- Tivesses vontade de me conhecer em vez de me gozar.
- Já me calei.
- Agradecida. - Brincou e a conversa morreu por ali.
Acabei de cortar as batatas e após lavar as mãos, por intuição peguei na cebola e cortei enquanto a água escorria sobre o vegetal.
- Deves pensar que vivemos de água. - Desligou.
- Por causa dos ácidos, para não chorar.
- E tu sabes isso como?
- Ouço mais do pensas, penso mais do que o que sabes e sei mais do que imaginas. - Pisquei-lhe o olho e voltei novamente a ligar a água e cortei a cebola rapidamente para desligar a água e picar em pequenos pedaços para uma mais rápida execução.

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Coloquei os talheres na ordem para terminar a minha refeição.
- Que achaste?
- Senti-me demasiado observado mas no geral estava espetacular. - Ela festejou um os braços disfarçadamente e olhou-me.
- Não tenho culpa que pareças um animal a comer e faças imenso barulho e eu tenha que olhar.
- O problema é que não foi por isso que olhaste. - Piscou-me o olho e não lhe sei hipótese de continuação. - Para a próxima posso ser eu a surpreender-te com um dos meus cozinhados?
- Haverá uma próxima vez? - Brincou.
- Só para te compensar com o jantar mais nada.
- Tu, às vezes és bastante bruto. - Olhei-a com confusão. - Nas palavras que usas. - Levantou o seu prato e colocou-o novamente na mesa devido às dores da perna e eu levantei ambos e coloquei-os sobre o lavatório e vi-a puxar ambas as mangas para cima dos cotovelos e pular para perto da banca e ligou a agua para tratar da limpeza da louça, encostei-me à banca perto dela.
- Obrigado Zayn.
- Por?
- Me teres feito companhia, me teres ajudado a cozinhar, por me teres levado lá fora e pelos colos. - Sorriu e eu sorri também.
- Leva isso como uma parte do meu enorme e imperdoável perdão. - Sorri.
- Está bem, vou ter isso em consideração. - Piscou-me o olho e fixou o seu olhar novamente no prato. E os meus fixaram no seu rosto rosado que contrasta com a sua pele branca mas que lhe dá um ar um tanto doce e invejável mas um outro misterioso e provocador que torna toda a minha pele arrepiada e todo o meu eu maravilhado.

A Deep Regret Z.M.Onde histórias criam vida. Descubra agora