Capítulo 10

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|MAX|

Estou ansioso pela chegada de Nic hoje. Já não aguento mais tentar conter apenas para mim mesmo a forma como me sinto quando estamos juntos. Tudo nela, o sorriso, o brilho dos olhos, aquele jeitinho reservado e tímido, me deixa cada vez mais fascinado. Para ela, talvez seja só mais um dia em que estará aqui para começar a me ajudar a mobiliar o apartamento, como havíamos combinado em nossa conversa anterior. Mas, para mim, cada instante ao seu lado é uma oportunidade de me aproximar, de conquistar cada pedaço da sua atenção, de provar que podemos ser muito mais do que apenas amigos, como ela pensa.

Quando Nic finalmente chega, sinto o coração acelerar. Nic usa uma calça jeans e uma camiseta simples, mas, para mim, parece a mulher mais linda do mundo. Ela sorri quando me vê, aquele sorriso tímido que só ela tem, e me sinto incapaz de disfarçar o quanto estou encantado.

— Pronta para um dia de aventura, minha doutora Nic? — pergunto, tentando deixar o tom casual, embora saiba que minhas intenções são tudo, menos casuais.

Ela ri, ajeitando os cabelos escuros.

— Acho que sim. E, por favor, Max, pode parar com esse negócio de me chamar de minha "doutora Nic"? — Ela me lança um olhar divertido e envergonhado ao mesmo tempo. — Ainda estou na faculdade, lembra?

— Ah, mas para mim você sempre será minha doutora — respondo, sorrindo. — A melhor e mais brilhante futura médica que esse país terá a honra de conhecer.

Ela fica um pouco sem graça, mas consigo ver que gostou do elogio.

— Bem... vamos ao trabalho então. — Ela muda de assunto rapidamente, apontando para a sala ainda meio vazia. — Por onde começamos hoje?

— Que tal um sofá? — sugiro, levando-a até o canto da sala onde, finalmente, a peça principal do nosso projeto está posicionada. — Não é a cara da nossa... quer dizer, da minha sala?

Ela ri, percebendo minha gafe, mas escolhe não comentar.

— Acho que sim. É bem confortável, pelo menos. — Ela se joga no sofá e, com um sorriso brincalhão, me olha. — E aí? Vai fazer um teste também ou está com medo de se decepcionar?

— Eu? Com medo? — Dou um passo à frente e sento ao lado dela, talvez um pouco perto demais. — Eu só me preocupo com você, sabe. Temos que ter certeza de que o sofá está à altura dos nossos... quer dizer, meus altos padrões.

Ela fica levemente corada, e posso ver que o coração dela está disparado, assim como o meu. Aproveito o momento, aproximando-me um pouco mais dela.

— Sabe, Nic — murmuro, tentando manter a voz suave, mas não consigo esconder o desejo que transborda. — Eu preciso dizer uma coisa... É incrível ter você aqui, ajudando a deixar meu apartamento com a sua cara.

Ela me olha, um pouco surpresa, e vejo que está tentando entender o que quero dizer.

— Max... acho que você não precisava me chamar para ajudar com isso. Eu acredito que você conseguiria fazer tudo sozinho e até melhor do que eu.

— Não é bem sobre precisar, Nic. — Dou um sorriso, tentando escolher as palavras com cuidado. — É que... eu quero que você esteja aqui. Quero que cada canto deste lugar tenha um pouco de você. Assim, sempre que eu olhar ao redor, vou lembrar dos momentos que passamos juntos.

Ela se cala, os olhos fixos nos meus, como se estivesse absorvendo cada palavra. Então, sorrio e decido arriscar um pouco mais.

— E por falar nisso... já que o sofá está aqui... Que tal a gente estrear ele direito?

Antes que ela responda, me movo rápido e a puxo com delicadeza, fazendo-a cair deitada no sofá. Ela ri, surpresa, e o som da sua risada é como música para mim. Tento conter o impulso de beijá-la imediatamente, mas me aproximo mais, apoiando o braço ao lado dela, prendendo-a de leve.

— Max... o que você está fazendo? — Ela parece confusa, mas seus olhos brilham com uma curiosidade irresistível.

Abaixo-me mais, até que nossos rostos estejam muito próximos, e sussurro em seu ouvido:

— Estou apenas admirando a mulher incrível que você é, minha doutora Nic. Sabe, faz tempo que não consigo pensar em outra coisa que não seja você... — Deixo meus lábios deslizarem levemente pelo rosto dela, descendo até a linha do maxilar, distribuindo beijos leves e lentos.

Ela fecha os olhos, e noto um leve tremor percorrer seu corpo. Não consigo segurar um sorriso de satisfação. Cada movimento, cada reação dela, só me faz querer estar mais próximo, me faz querer que ela perceba o quanto eu a desejo.

— Você é linda, sabia? — sussurro, com a boca próxima ao seu pescoço, deixando alguns beijos pelo caminho. — E a cada vez que te vejo... eu fico ainda mais fascinado por sua beleza e doçura.

— Max... — A voz dela sai baixa, quase como um suspiro, e vejo que ela está lutando contra os próprios sentimentos, tentando manter a calma.

Acaricio seu rosto, meu polegar deslizando lentamente pela pele suave e eu inspiro seu perfume embriagante.

— Nic, você não precisa se segurar. Não quando está comigo. Quero que você sinta o que eu sinto, quero que saiba o quanto você significa para mim.

Ela abre os olhos e me encara, e vejo uma mistura de dúvida e desejo misturados em seu olhar de um azul proofundo.

— Max, eu... não sei o que dizer. Você sempre faz isso... mas eu... não sei se...

A coloco ainda mais perto de mim, meus braços a envolvendo com carinho e cuidado.

— Não precisa dizer nada, Nic. Só quero que sinta. Eu já esperei tempo demais para te mostrar o quanto você é especial para mim. Você não acha?

Aproximo meus lábios do pescoço dela e sinto sua respiração prender. Deixo um beijo ali, na curva do seu pescoço, e vejo a forma como o corpo dela reage ao toque. Ela parece se entregar aos poucos, como se estivesse finalmente se permitindo sentir o que evitou por tanto tempo.

— Max... isso é loucura. E se... e se tudo isso acabar complicando ainda mais as coisas entre nós? Entre a nossa amizade...

— Nic, a única coisa que me importa agora é você. Nada mais. Se houver algo complicado nisso, eu dou um jeito. Só quero que saiba que eu te quero ao meu lado. Você e eu... juntos.

Ela finalmente parece se render, seus braços se levantam e envolvem meu pescoço, os olhos fechados, o rosto entregue ao momento. E, nesse instante, sei que meu coração está perdido, preso de forma irreversível a essa mulher. Tenho a plena convicção de que Nic é o amor da minha vida.

— Max...

Calo a tentativa de seus protestos com inteligência. Deixo outro beijo leve em seu rosto, desço pelo maxilar até o ombro, aproveitando cada segundo que tenho com ela ali, em meus braços, sentindo o calor e a ternura que ela desperta em mim.

— Vou tornar este apartamento o nosso lugar preferido, Nic. Porque onde você está, é o único lugar onde eu quero estar também.


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Uma Escolha para Nic [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora