Capítulo 16

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As portas da ambulância se abrem com um tranco, e os paramédicos se apressam ao colocar Max deitado na maca, o rosto pálido e sereno. Meu coração parece estourar, e as lágrimas caem descontroladamente. Tento falar, mas minha voz falha, e tudo que consigo fazer é balbuciar entre soluços.

— Ele... ele me protegeu. Por favor, cuidem dele! — minhas palavras saem entrecortadas, e as lágrimas caem ainda mais fortes. — Ele tomou um tiro... não sei se ele vai aguentar. Por favor...

Os paramédicos tentam me acalmar, dizendo que ele está estável, que parece que a bala não perfurou profundamente. Mas isso não ameniza meu pavor. Subo na ambulância e seguro a mão de Max com todas as minhas forças, como se segurá-lo fosse impedir que ele escapasse, que ele se afastasse de mim.

— Max... por favor, fica comigo. — Minha voz é baixa, mas cheia de desespero. Ele está de olhos fechados, tão sereno que me dói. — Você não pode... eu... eu não posso viver sem você. Eu nem sequer tive tempo de dizer o que sinto... — Minha voz quebra, e um soluço profundo escapa do meu peito.

Max não responde. Os paramédicos olham para mim e tentam me acalmar, mas eu ignoro, pois o medo de perdê-lo é tudo que sinto. Durante o trajeto, continuo falando, ainda que ele não possa me ouvir.

— Max, você tem que ficar bem... Não posso suportar a ideia de te perder assim. — Sinto o peso das minhas próprias palavras, o vazio e o desespero da possibilidade de que ele não esteja mais aqui. — Por favor... por favor...

Chegamos ao hospital, e os enfermeiros levam Max para o atendimento enquanto eu fico para trás, incapaz de desviar o olhar enquanto eles o conduzem para longe. Meu peito dói tanto que parece que vou desmoronar ali mesmo. Caminho de um lado para o outro na sala de espera, com o telefone nas mãos trêmulas. Depois de muita hesitação, finalmente decido ligar para os pais dele. A ligação toca por alguns segundos, até que ouço a voz grave de Oliver, o pai de Max.

— Alô?

— Senhor Oliver... é a Nic... — minha voz sai fraca, tremendo. — Max... ele... ele foi ferido... Está no hospital... Eu sinto tanto...

— Onde vocês estão? — Oliver parece alarmado, e é possível ouvir Michele perguntando o que aconteceu ao fundo. Digo o nome do hospital e desligo, sem conseguir segurar as lágrimas e o medo que me consomem.

Minutos depois, Oliver e Michele chegam. Ela corre até mim, e me envolve em um abraço apertado, enquanto eu soluço descontroladamente.

— Querida, respire. Vai dar tudo certo — diz Michele, acariciando minhas costas. Seu toque materno me acalma um pouco, mas as lágrimas continuam caindo.

— É tudo culpa minha... ele se colocou na minha frente... por minha causa...

Antes que ela possa responder, o médico aparece, e meu coração para por um instante. Ele se aproxima de nós, com uma expressão tranquilizadora.

— O paciente está estável — diz o médico, e sinto uma onda de alívio tão grande que minhas pernas quase falham. — A bala apenas o atingiu de raspão no ombro. Ele está bem e já pode receber visitas.

Respiro fundo, tentando assimilar as palavras, e sigo para o quarto de Max junto com Oliver e Michele. Ao entrar, vejo Max deitado na cama, com um curativo no ombro, mas um sorriso leve no rosto ao nos ver.

— Hey... olha só o escândalo que vocês fizeram... — ele brinca, tentando esconder a dor no rosto. Mas minha expressão deve dizer tudo, pois ele ri baixinho, com um olhar terno. — Nic, achou que dessa vez você ia se livrar de mim, hein?

Solto um suspiro misto de alívio e lágrimas, sem conseguir sorrir de volta. Michele avança até ele, olhando-o com uma expressão severa e ao mesmo tempo amorosa.

— Max, meu filho... por que foi fazer isso? Arriscou a própria vida! — A voz dela é séria, mas o alívio em seu rosto é inegável.

Oliver se aproxima também, dando um tapinha leve no ombro de Max.

— Herança de família, meu filho. A gente tem o costume de fazer qualquer coisa pela mulher que amamos, mesmo que seja um pouco... exagerado. — Ele lança um olhar carinhoso para Michele, e ela sorri, balançando a cabeça.

Sinto meu rosto esquentar, completamente sem graça, e começo a gaguejar, tentando negar.

— Não é... a gente não... nós não... — murmuro, olhando para Max, que ri baixinho com minha reação.

— Claro que não, Nic... imagina... — ele diz, com um tom irônico, mas os olhos brilham com uma sinceridade que me deixa ainda mais envergonhada.

Logo, Michele e Oliver decidem que é melhor deixar Max descansar, mas não antes de Oliver lançar um olhar cúmplice para mim.

— Cuide bem do nosso teimoso, Nic. Ele vai precisar de alguém para vigiar esses instintos heróicos dele.

Eles se despedem, e de repente, estamos sozinhos no quarto. Um silêncio profundo cai entre nós, e o peso da situação começa a se dissolver, mas as emoções ainda fervilham dentro de mim. Max quebra o silêncio, sua voz suave.

— Ei... Nic... para de chorar, ok? — Ele sorri, mesmo que seu rosto ainda mostre o cansaço. — Você não tem ideia de como isso me parte o coração.

Seco algumas lágrimas, ainda nervosa, e dou um passo hesitante em direção à cama. Ele estende a mão para mim, e entrelaço meus dedos nos dele, sentindo o calor e a firmeza do seu toque, que traz uma calma inesperada.

— Foi só um susto, Nic. Eu estou bem... e o importante é que você está segura também. — Ele me olha com ternura, e vejo o quanto ele está tentando me tranquilizar.

— Max... eu... você não tinha que ter feito isso. Não tinha que ter se colocado em risco... — Minha voz sai baixa, mas carrego todo o peso da culpa nela. — E se... se algo tivesse acontecido com você?

Ele sorri, balançando a cabeça.

— E se algo tivesse acontecido com você, Nic? — Ele me puxa levemente para mais perto, e posso ver a seriedade em seus olhos. — Eu não suportaria te perder.

Essa confissão me pega de surpresa, e sinto o coração disparar. O alívio, o medo, a admiração, tudo se mistura, e percebo que talvez eu tenha estado com medo de amar e arriscar esse tempo todo, quando ele claramente não teme o mesmo.

— Max, eu... — minha voz falha, mas ele me puxa suavemente, até que estou ao lado dele, a mão dele acariciando meu rosto.

— Nic, eu não me arrependo de nada. Porque isso me fez perceber o que é realmente importante... — Ele me olha, a intensidade em seus olhos me fazendo estremecer. — Você.

De repente, sinto que o medo de perder tempo, de me arriscar, de talvez quebrar a cara, não importa. Porque ele vale cada segundo, cada risco. As lágrimas continuam caindo, mas desta vez são de alívio e amor.

— Max, eu... eu sinto muito por não ter dito antes... — gaguejo, a voz embargada. — Eu não quero perder você. Eu percebi só agora que estava apenas com medo... mas não quero mais desperdiçar tempo.

Ele sorri, e sinto como se o peso das dúvidas estivesse finalmente desaparecendo...


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