Capítulo 3

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|NICOLE|

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|NICOLE|

É difícil. 

É uma tarefa muito difícil ter que me segurar no lugar e resistir a tentação que as provocações de Max me proporcionam. Afinal de contas eu sou um ser humano normal que possui um bom par de olhos e hormônios a flor da pele. E acredite em mim eles estão realmente a todo vapor, em completa ebulição dentro de mim com apenas o toque dele. Max está me deixando maluca de propósito, só pode ser isso. E ele parece estar se divertindo muito com toda essa situação, pois sequer se moveu de onde está. Ele permanece da mesma forma, ainda me abraçando apertado no calor de seu peitoral.

Entretanto, eu sei muito bem que não posso estremecer e nem desmonstrar como isso mexe comigo. Existe limites que precisam ser estabelecidos e reconhecidos, como por exemplo a grande diferença de idade que há entre nós dois e que nos distancia de várias forma. Eu sou uma garota de dezoito anos de idade, Max já tem tem seus vinte e oito anos, ou seja, ele é um homem mais velho, bem mais maduro do que uma pessoa jovem como eu, que ainda está apenas começando a vida, no entanto ele já está vivendo outra fase da sua. Ele tem planos, experiência e foco totalmente diferentes dos meus, e que jamais poderiam se encaixar no meu estilo de vida, caso um dia eu decidisse arriscar a dizer como sinto. Não, ele não poderia abrir mão de tudo aquilo que alcançou até agora somente por uma garota. 

É besteira... irreal e sem lógica. Não faz sentido algum.

-Max, chega de brincadeira por hoje. Você nem devia estar aqui para começo de conversa.

Eu digo sacudindo os ombros com ímpeto para sair de dentro dos seus braços, e dou dois passos para frente para criar certo distanciamento entre nós, e assim poder tanto respirar, quanto como conseguir pensar com mais clareza por estar longe de seu forte magnetismo e influência. 

-Sabe, às vezes acho que você é apenas um desocupado que não tem emprego, e por isso vive passeando de um lado para o outro sem destido, o dia inteiro.

Eu o alfineto enquanto começo a caminhar rumo a saída do campus da universidade, louca para que ele saia do meu pé. Mas, Max não desiste e nem se ofende com o comentário, muito pelo contrário, ele se diverte ao rir do que acabo de dizer e passa a também caminhar ao meu lado, acompanhando-me no mesmo ritmo, ao mesmo tempo em rodeia meu pescoço com o braço esquerdo como se se fossêmos alguma espécie de casalzinho fofo e romântico de estudantes. Mas nem em sonho!

-Para com isso, seu doido. 

Eu me irrito com sua atitude um tanto ousada e me desvencilho de seu agarre, olhando rapidamente para ambos os lados para me certificar de que nenhum dos meus colegas de curso tenham visto a cena. 

-Parar com isso o que, minha querida doutora Nic? 

Ele faz menção de se aproximar novamente, entretanto, eu lhe dirijo um olhar tão sério e  fulminante que o faz parar no meio do percurso, com uma sombrancelha arqueada no alto e um sorriso no canto dos lábios o qual ele tenta inutilmente esconder, mas não tem êxito.

-Primeiro ponto, eu não sou sua querida. Segundo ponto, eu ainda não me formei, então também não sou uma médica em exercício, portanto pare de me chamar assim, Max. E fim desse assunto, ok? 

-Tudo só depende da perspectiva pela qual você observa os fatos, querida Nic. Essas coisas ainda não são de fato uma realidade... e eu disse ainda, preste atenção à isso. 

Ele diz dando ênfase no termo ainda, como se tais coisas realmente pudessem mudar em um futuro adiante, simplemente porque ele assim deseja.

-Por exemplo, você ainda não é uma médica até o fim deste ano. Porém, após concluir a graduação e passar no exame, no próximo ano você será uma. E quanto a outra questão...

Max lança a frase no ar e quando menos espero, sua mão captura a minha, fazendo com que seus dedos se encaixem perfeitamente nos meus, como se tivessem sido feitos especialmente para isso, e me puxa na direção oposta, rumo ao estacionamento, a alguns metros a frente onde seu carro está estacionado. 

É um misto de susto e surpresa.

Como um cavalheiro educado, ele abre a porta para que eu entre e me sente no banco do carona, mas quando espero que ele vá soltar a minha mão que ainda mantém presa a sua, Max se inclina sobre mim, fazendo com que seu rosto paire sobre o meu de modo tão próximo e intimista, que eu quase posso contar todos os fios de sua barba escura e bem aparada de tão perto que ele se encontra agora. Isto é, isso se eu conseguisse pensar de forma coerente neste exato instante de grande tensão e expectativa.

Nossas respirações colidem, se misturam, se confundem... 

-Você só precisa deixar isso ir entrando naturalmente em sua cabeça, Nic. Deixe acontecer...

Max sussurra baixinho, mas em um tom grave e profundo que aquece todas as minhas células corporais, e incendeia alguma parte ainda desconhecida da minha anatomia inexperiente. As sutis rugas que se formam ao redor de seus olhos, quando ele esboça um pequeno sorriso provocante e matador para mim, é um charme a mais que só o deixa ainda mais lindo, sexy e irrestível. 

Pelos céus, sobre o que nós estávamos discutindo mesmo? É o que eu me questiono já com o cérebro na consistência de mingau. Ah Max, como você é um homem terrível! Eu pondero ao fechar os olhos na mesma hora, não podendo mais manter o contato visual com ele por mais tempo. 

Eu não consigo fazer isso... eu não posso mais resistir dessa forma... É o que penso com a sensação de várias borboletas levantando voo em minha barriga, e institivamente aperto minhas mãos contras as coxas no intuito de deter os movimentos delas, no instante em que Max roça os fios ásperos de sua barba por fazer na linha do meu maxilar de alto a baixo. 

Eu me arrepio, minha espinha endurece, gela, mas eu não posso sucumbir a essa tortura e tocá-lo de volta como quero ansiosamente fazer. 

Eu tenho que me conter. Não devo deixá-lo perceber que isso é exatamente o que desejo fazer... desenhar os traços da sua face com as pontas dos meus dedos, mapear sua barba por fazer, sentir o atrito gostoso que ela provoca contra minha pele sensível... Mesmo que eu só queira puxá-lo pelo pescoço em minha direção e beijá-lo até perder o fôlego, a razão e os sentidos. Contudo, eu não posso permitir que essas pequenas e perigosas palavras saiam da minha boca de modo algum. Não mesmo, pois se eu deixar estarei confessando a verdade, estarei dizendo que estou lentamente me deixando apaixonar por ele. E isso não pode acontecer. Nunca.

Que Deus me ajude! 

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Uma Escolha para Nic [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora