Capítulo.5

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Na manhã seguinte, no Fórum dos estúdios Televisa, na Cidade do México...

Pedro D: Você está me dizendo que temos apenas 5 meses para gravar 200 episódios? — Perguntou nervoso. Seu assistente balançou a cabeça confirmando. — ESSES EXECUTIVOS SÓ PODEM ESTAR DROGADOS. — disse, aos berros.

Assistente: É impossível! Não tem como, Pedro. Os atores vão ficar exaustos, ainda tem shows que vão começar logo, a logística será toda bagunçada. Repito, é impossível! — Afirmou. Pedro escutava, transtornado. — Você terá que resolver isso.

Pedro saiu da sala bufando, consciente de que isso era trabalho escravo. Os atores já estavam cansados, e mal haviam começado as gravações. Porém, era uma guerra praticamente perdida. Ele sabia, todos sabiam: a Televisa dominava o México. Se quisesse ser um artista de sucesso, teria que se render à "máfia Televisa".

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O elenco praticamente todo estava nas salas de descanso/camarim, exceto Dulce, que gravava uma cena externa. Apesar de a Televisa ser considerada a maior emissora mexicana, suas instalações eram precárias. Eram divididas em um camarim feminino, um masculino por novela e, às vezes, disponibilizavam uma sala de descanso.

Diretor: Próxima cena, primeiro beijo de Mia e Miguel! Repassem o texto. — A voz saía de um alto-falante localizado na área de descanso.

Anahi: Escove os dentes, garanhão. — Disse a Alfonso, que ignorou. — Ei, que foi? — Acertou uma almofada na cara dele, que não gostou muito.

Alfonso: Não dormi direito. — Respondeu curto e grosso.

Anahi: Noite longa pelo visto... — Alfinetou.

Alfonso: Você nem imagina. — Disse sarcástico. Anahi estranhou, chegou mais perto dele.

Todos liam seus textos separadamente, acabavam sem querer ignorando as interações dos demais. Christopher passava seu texto com Christian; dificilmente conseguiam se manter sérios por muito tempo, zoavam o tempo todo. Já Anahi, estava deitada antes de começar a implicar com Alfonso, que se encontrava quieto, cabisbaixo.

Anahi: Vem cá, do nada você ficou estranho comigo? Na viagem não tínhamos selado a paz? — Disse, sentando ao lado de Alfonso, que não mexeu um músculo.

Essas mudanças de humor irritavam profundamente Anahi. Quando finalmente ela começava a "gostar" da companhia dele, até criar um laço mais forte de amizade, parecia que tudo regredia por culpa de Alfonso.

Alfonso: Estamos em paz, só estou cansado. Dormi mal. — Sorriu leve. — Me desculpe por qualquer coisa. — Disse simpático, o que fez Anahi dar um pulo, estranhando.

Anahi: Desculpa? Está mal mesmo. — Riu, apertando as bochechas de Alfonso, deixando-o avermelhado.

Alfonso: Chega, chega... — Disse entre risos, retirando a mão dela de seu rosto.

Anahi: Você sabe que mesmo eu te detestando, te odiando, querendo te matar às vezes, você sempre pode contar comigo para tudo, né? — Disse séria, porém de forma carinhosa. Alfonso sorriu, comovendo-se.

Alfonso: Posso? — Disse manhoso, ela assentiu com a cabeça, sorridente. Então, Alfonso a abraçou tão forte, parecia que tinha medo que ela fosse fugir. Anahi, de início, estranhou esse comportamento todo dele; no entanto, apenas retribuiu o abraço, curtindo cada minuto. — Cheirosa. — Comentou entre o abraço, inalando o perfume dela.

Anahi: Sempre, né! O único que não toma banho aqui é você, Pochito. — Disse com voz de "bebê". — Agora chega, né! Você está me amassando. — Ainda com voz de "bebê". Separando-se.

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