Capítulo.15

99 12 0
                                    

E lá se foi Alfonso, como um raio. Quanto mais rápido ele fosse, mais rápido voltaria; esse era o motivo de tanta pressa. Seus passos largos em direção oposta a Anahi eram como se o coração dela se despedaçasse lentamente. Apesar dele ir rápido, na cabeça dela, demoraria uma eternidade.

A princípio, ela não entendia o que sentia. No fundo, desconfiava que seria ciúmes, mas não tinha coragem de admitir para si mesma. Aceitar tal sentimento seria um caminho irreversível, para o qual ela não estava preparada para encarar, pelo menos não por agora.

No meio desse turbilhão de emoções, Anahi respirou fundo, tentando se acalmar. A música alta, as luzes piscantes e a agitação ao redor pareciam ecoar seus próprios sentimentos confusos. Enquanto isso, Alfonso desaparecia na multidão, e ela, sem perceber, apertava com força o copo em suas mãos. O que era aquilo que estava começando a aflorar dentro dela?


Garçom: Senhora! — chamou, fazendo-a sair do transe de fúria.


Anahi: Oi, oi. — respondeu atrapalhada, recobrando a consciência.


Garçom: Se apertar mais, vai quebrar o copo! Pode se cortar toda, cuidado! — avisou simpático; ela apenas assentiu, sem graça.


Em questão de segundos, o copo que ela esmagava com raiva ficou vazio, tornando-se apenas mais um entre dezenas de outros copos virados em sequência.

---

Sofia, apesar de desconfiada, não estranhou a demora. Sentia-se segura, pois antes de ele ir ao bar, ela se certificou de onde Anahi estava. Não a encontrou em nenhum lugar, presumindo cedo demais que ela já tivesse ido embora.


Alfonso: Aqui! — entregou o drink com um sorriso contagiante.


Sofia havia se distraído, conversando com outros membros da equipe, mas assim que ele chegou, sua atenção se voltou totalmente.


Sofia: Obrigada! Uau, está tão sorridente. — observou a mudança brusca em sua expressão.


Alfonso: Efeito do álcool. — brincou animado, demonstrando uma felicidade genuína.



Sofia: Então, vamos dançar! — convidou, irradiando um sorriso, ao que ele assentiu prontamente.

Num gole rápido, Sofia esvaziou seu drink, dirigindo-se aceleradamente ao centro da pista. Ao puxar Alfonso pela camisa, quase o fazendo tropeçar, iniciaram uma dança ao ritmo do reggaeton, uma música vibrante que permitia certo distanciamento físico. Contudo, Sofia parecia determinada a dançar de forma intensamente próxima a Alfonso, até mesmo se esfregando nele, enquanto ele tentava, discretamente, manter alguma distância.


Anahi: Só pode estar de brincadeira com a minha cara. — esbravejou alto, lançando um olhar fulminante na direção do duo dançante.



Garçom: Aqui, senhora, sua tequila, dose tripla! — entregou a Anahi, que a consumiu num piscar de olhos. A velocidade surpreendeu até mesmo o garçom, que não tinha testemunhado as outras OITO doses previamente ingeridas por ela. — Vai com calma! — alertou, visivelmente preocupado.



Movida por uma mistura de raiva e algumas (muitas) doses de tequila, Anahi, desconsiderando o alerta do garçom, concentrou sua atenção no "casalzinho de dançarinos".

"Eles vão ver só" — Pensou Anahi.

Impulsionada pela raiva e uma dose extra de coragem proveniente da tequila, Anahi se levantou do banco, degustando sua última dose de determinação (mais uma tequila). Marchando em direção ao centro da pista, focando em seus alvos (Alfonso e Sofia). Seu semblante permanecia fechado, as bochechas avermelhadas de ira. Sem um plano claro, estava decidida a não deixar a situação passar impune. Mesmo levemente alcoolizada, evitaria um escândalo, mas faria com que enfrentassem consequências, por menores que fossem.

OS REENCONTROS Onde histórias criam vida. Descubra agora