OS REENCONTROS

Capítulo.19

Sem prever o que estava prestes a acontecer, eles voltaram ao cenário, aparentemente mais serenos. Surpreendentemente, chegaram com cinco minutos de antecedência, filmando as cenas de maneira impecável, sem cometer erro algum. A execução foi perfeita, a conexão entre eles era contagiante, verdadeiramente transcendiam em cena.

Diretor: Incrível! Maravilhoso! Que seja sempre assim. Acredito que concluímos; se não houver nenhum problema, podemos voltar para casa amanhã mesmo. — disse o diretor, satisfeito por finalmente ter tudo concluído.

Alfonso: Demorou, mas saiu. — brincou, aproveitando o bom humor do diretor.

Anahi: Amém! — suspirou aliviada; já estava cansativo.

Sofia: Vocês têm muita química, hein. — alfinetou, aproximando-se.

Anahi: Sim! É profissionalismo. — respondeu, debochada.

Sofia: Até demais. — disse, rindo irônica.

Anahi: Não entendi o motivo da risada. Tem algum problema? — questionou, desconfiada. Primeiro estava muito tranquila e agora fazendo piadas; algo não estava certo, ela sentia.

Sofia: Nada, só estou feliz. — mentiu, com tom sarcástico. — Agora, se me derem licença, vou voltar para o hotel; hoje mesmo retorno para a capital. — avisou, passando por Alfonso, ignorando-o na conversa e saindo.

Alfonso: Ela realmente está me odiando. Depois vou conversar com ela. — disse, apreensivo. Anahi nem ligou, estava intrigada com o comportamento diferente dela, até que avistou ao lado de Sofia um desconhecido.

Anahi: Olha, aquele rapaz ali ao lado dela. — apontou para Greg. — Ele não faz parte da equipe, não estava aqui antes de sairmos. Pelo menos eu não o vi, e você?

Alfonso: Também não o notei. — afirmou, simples, observando-o, tentando lembrar, mas definitivamente não estava aqui antes; ele era muito bom com rostos.

Anahi ficou pensativa. Algo nada bom estava acontecendo debaixo do seu nariz; não fazia ideia do que era, podia até estar maluca, mas havia um pressentimento ruim. Não era normal; nada estava normal.

Anahi: Primeiro, ela age como se nada tivesse acontecido, apesar de ignorar o Poncho, ela está tranquila. — pensou em voz alta. — Agora vai embora sem resolver as coisas com você. Tem alguma coisa aí...

Alfonso: O quê? — Não entendia nada do que Anahi dizia; ela falava como se estivesse conversando consigo mesma.

Anahi: Nada. Vem cá! — disse apressada, pegando no pulso dele e o arrastando junto com ela para o primeiro barco. Normalmente, iriam no próximo, mas ela sentia que deveriam entrar nesse.

Eles entraram, se acomodaram ao fundo, de certa forma era injusto eles irem na primeira leva de volta para o hotel, já que chegaram atrasados, mas com seu jeitinho meigo Anahi conseguiu furar fila, além de alegar doença né. Ela não sabia o porque, mas sentia que deveria estar naquele barco, seu instinto gritava. Alfonso, apenas a seguiu, perdido.

Alfonso: Qual será a boa para hoje? No meu quarto ou no seu? — perguntou, digamos bem animado. Com outras intenções, Anahi por sua vez, não prestou atenção.

Anahi: Que? — perguntou, distraída.

Alfonso: Está no mundo da lua? — perguntou, tirando sarro. Ela ignorou mais uma vez, sua atenção estava toda tomada.

Anahi: Já volto. — disse, afastando-se, caminhando sem rumo pelo barco. Não sabia exatamente o que fazer, mas sentia interiormente que algo importante estava prestes a acontecer.