25: Borboletas Mortas - Parte 1

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Não me diga que não há mais esperanças. Juntos, nós resistimos, divididos, nós caímos♪
Hey You, Pink Floyd

Park Jimin

16 de maio de 2020, sábado

Acho que não é normal ver seu melhor amigo como um ser que tem quatro olhos, sendo dois deles nas bochechas, e que é tão branco quanto um floco de neve.

– Está olhando demais. – O Tae disse, me fazendo andar junto a ele. Para que não ficasse para trás, tive que me agarrar ao seu braço. – Não vai me dizer o que está vendo?

Pensava que bebidas com álcool humilhavam, mas percebi que o ritual da verdade faz isso muito melhor. Mal conseguia andar, parecia que pisava nas nuvens, isso se desse para pisar nelas.

– Só vamos para o quarto logo. – Pedi, minha voz saiu arrastada e baixa.

Não sei em que momento chegamos ao nosso quarto, só sei que me joguei na cama de algodão doce roxo, a jujuba gigante usei como se fosse um travesseiro, até provei o lençol de chiclete, só para saber se era real.

Não era.

O Tae me acordou duas vezes para que eu pudesse comer e ir ao banheiro. Na primeira vez, eu dormi antes que conseguisse comer mais do que queria. Na segunda, eu consegui terminar toda a comida, e só adormeci depois que saí do banheiro, antes de chegar no algodão doce, sorte que o meu melhor amigo me segurou antes.

Na terceira vez que acordei, foi no meio da madrugada, a cama já não mais de algodão doce, ainda assim as formas estavam estranhas, significava que o ritual estava passando. Porém não sei dizer se era para demorar tanto.

– Pesadelo de novo? – Perguntei ao Tae, precisei limpar minha garganta para que conseguisse me entender. Ele estava sentado no chão, abraçando seus joelhos com um dos braços apenas, ele não chorava dessa vez. Segurava minha mão tão forte que jurava que ele queria quebrar os ossos dela.

– Aquele monstro. – Murmurou, haviam finas lágrimas rosa choque nos seus olhos, mas nenhuma caiu.

Afastei-me do colchão, me encostando na parede gelada.

– Vem aqui.

O meu melhor amigo deitou-se ao meu lado, ele olhava para a porta com medo, esperando que nada entrasse por lá, ainda segurando minha mão fortemente.

– Chulsoo foi assassinado pelo monstro, alguns dias depois de ter matado Minsoo, mas não parecia que ele tinha feito o ritual.

O monstro que ele devia estar falando era um devorador de almas. Era normal o Tae sonhar com aquilo. Eu tinha pesquisado sobre esse monstro e escrito em um papel, deixando em um livro sobre magia para iniciantes.

Não sei onde foi parar aquele livro.

– Hoje foi diferente. Dessa vez não parou antes do monstro atacar... – Engoliu o seco. – Parecia tão real.

Ele deve ter feito um desenho, já que haviam várias folhas rasgadas na sua cama.

– Hyung, eu estou com medo. E se o monstro ainda estiver vivo e querer me matar? – Consegui ouvir os seus batimentos acelerados, batidas em uma melodia confusa.

Queria ter falado algo antes de voltar a dormir, não foi o que aconteceu, mas afinal, o que eu poderia dizer? O Tae sabia que tinha sido atacado por um devorador de almas na floresta escura. Não lembro o porquê fomos lá, sabemos que é perigoso, já não acredito mais nas minhas memórias.

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⏰ Última atualização: Jul 28 ⏰

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