04: Alma Rebelde

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Há tantos anos que já perdemos
Com rancor e um coração ferido
Eu tento entender como poderia ser ♪

Alma, Julitorre

⌛🎼⌛

Park Jimin

24 de março de 2020, terça-feira

No refeitório, enquanto todos deveríamos comer apenas, Jin-hyung não para de olhar para o Namjoon. Me perguntei o que na outra mesa eles conversavam, com certeza era sobre nós, deviam estar dizendo bobagens.

— Taewan quer que eu veja a alma dele. — Digo despreocupado, voltando a almoçar. — Acho que pode ser ele.

Jin corta o contato visual, voltando a olhar para mim.

— Como pode ter tanta certeza? —Taehyung rouba algumas batatinhas fritas do meu prato, Jin-hyung faz igual. — Não faz cara feia para mim.

— Ele tem um jeito da Helene. — Limito minhas palavras, não tinha certeza e era melhor deixar em segredo até que pudesse afirmar com toda a razão. — Posso estar errado.

— Você nunca erra. — Meu hyung revirou os olhos, voltando a roubar minhas batatinhas.

— Cara, eu perguntei se iam querer e vocês disseram que não. — Bati na mão do Tae que tentou roubar mais uma das minhas batatas.

— Você devia saber que sempre que dissermos não para comida, é por educação. — Jin consegue roubar mais fritas, mostro meu dedo do meio para os dois. — Mas sempre vamos comer quando chegar.

Revirei meus olhos, desistindo de vez de tentar resistir aos canalhas, que apenas tiram as batatinhas das minhas mãos e continuam comendo.

Discretamente, olhei para Jungkook e observei suas várias tatuagens. Se os meus cálculos estivessem certo, ele deveria ter seus recém dezesseis ou dezessete anos, e devia ter dinheiro já que tatuagem é cara.

— Taehyung. — Jin chama, tendo a atenção do Kim e de mim. — Se resolveu com o Yoongi?

O Tae engoliu o seco e abaixou o olhar, olhando em algum lugar que não fosse os olhos do hyung. Então, negou devagar.

— Hm. — Jin voltou a comer, como se nada tivesse acontecido.

Me questionei o porquê o Jin perguntou aquilo. Ele notou algo que eu não tinha notado? Taehyung ficou quieto pelo resto do almoço.

Saindo do refeitório, me distanciei do Jin-hyung e comecei a caminhar em direção ao dormitório. Para descobrir a alma do Jungkook, precisaria de algumas coisas que tinha em meu quarto. Taehyung estava andando ao meu lado, mas ele estava quieto.

— O que foi? — Pergunto direto. Viramos no primeiro corredor. — E aquela cena no refeitório?

— Nada. — Ele não me olhava nos olhos, parecia envergonhado.

— Não minta para mim. — Revirei os olhos.

Eu gosto quando as pessoas são como música; Cantam o que pensam em uma melodia que se adequa a letra.

— Caso não queira me contar, é só dizer. — Cocei meu nariz. — Não precisa mentir dizendo que não é nada.

Taehyung apenas assentiu e continuou calado. Ao chegarmos no nosso quarto, suspirei e me joguei na minha cama. Percebi as cobertas azuis do Tae jogados no chão, mas ignorei.

— Quando vai encontrar o garoto? — Tae se jogou em cima de mim. Talvez nem todos acreditem, mas Taehyung fica carente  quando algo lhe incomoda. — Pode ficar um tempo comigo?

Bad Bruxo | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora