Tudo se veste de uma igual grandeza
quando a alma entre grilhões as liberdades
sonha e sonhando, as imortalidades
rasga no etéreo Espaço da Pureza.Cárcere das almas, Cruz e Souza
Jeon Jungkook
14 de maio de 2020, quinta-feira
Jimin parecia não querer lembrar do que fizemos na madrugada, talvez ele quisesse esquecer de uma vez por todas. Porém agora que sei um de seus segredos, vou fazer de tudo para infernizar sua vida.
Depois que ele pediu minha jaqueta, ele dormiu no abraço que estávamos, aproveitei para sair do carro antes que os monstros aparecessem, peguei a planta que ele estava tão desesperado e a coloquei na minha mochila.
Era estranho parar para pensar que Pietro conseguiu parte da alma do Jimin apenas quando ele morreu. Comigo foi diferente. Foi depois do acidente, então talvez eu tenha morrido também. Havia outras coisas que minha atenção precisava focar, como o relógio que havia roubado do Jin.
- Posso te perguntar uma coisa? - Perguntei enquanto o via ligar o carro. Sua perna tremia em uma velocidade absurda de rápido. Jimin virou para mim, seu olhar desceu para minha boca e ele assentiu devagar. - Por que fez uma lápide? Você não está morto.
A pergunta parece ter feito ele voltar para a realidade, Jimin começou a encarar o volante e a única coisa que conseguimos ouvir era o som do motor.
- Eu nunca mais me senti... Eu mesmo depois daquela noite, então aquele Jimin está morto para mim. - Explicou calmamente. - Fiz o túmulo um tempo depois que saí do hospital, quando o Tae e o meu pai sentiram confiança em me deixar sozinho de novo... Já se sentiu assim? Já sentiu que morreu?
- Sim? É, acho que sim. - A pergunta era fácil de ser respondida, um simples sim. Por anos, me culpei pela morte do meu pai porque aconteceu logo depois dele ter me tocado, mas ele já estava doente.
Eu me perguntei se tinha como morrer mais vezes, naquela madrugada enquanto todos bebiam e conversavam na festa que acontecia no primeiro andar da minha casa, meu pai me levava ao seu escritório. Às três e quarenta.
- Quantas vezes você já morreu? - Jimin perguntou de repente.
Mesmo que minha mãe tenha pegado a cena e talvez ouvido os meus pedidos de socorro, ela não fez nada. Nari culpou o álcool e a mim por ter seguido ele. Mas qual é, ele era meu pai até aquele momento, crianças confiam nos pais mesmo que eles sejam os piores vilões de um conto de fadas. Não sei se isso pode ser considerado uma morte.
- Tem como morrer mais de uma vez?
- Morte do corpo é uma coisa, da alma é outra. Você pode morrer na quarta-feira e ninguém perceber. - Deu de ombros.
Uma vez, alguém me disse que "morrer é muito mais fácil do que viver", talvez ele estivesse certo. Deveria pesquisar quais as outras formas de morrer, faria isso depois de cuidar do Yoongi-hyung.
- Quantas vezes você morreu, Jimin?
- Duas, eu acho. - Fez um gesto com a mão. Assenti devagar, esperei que ele me falasse como, mas Jimin não fez. - Coloca o cinto.
Me ajeitei no banco e coloquei o cinto, não porque ele mandou, claro. Começamos a voltar para a Inferis School em uma estrada de terra, passando por algumas árvores que sorriem para mim.
Puxei minha mochila para o meu colo, enfiei minha mão nela e segurei o relógio de bolso. Vasculhei na minha mente o nome que o homem havia falado.
- Nas suas visitas ao passado, você já ouviu falar em um tal de Ludriel?
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Bad Bruxo | Jikook
Fanfiction[EM ANDAMENTO] Depois de uma falha tentativa de macarronada, Jeon Jungkook foi enviado para um colégio apenas para bruxos, onde descobriu que uma guerra se aproximava. Almas são apenas poeiras cósmicas, restos de astros que colidiram uns contra os o...