Bad Bruxo | Jikook

23: Generosidade Do Diabo

Falsa gentileza vã,
A quem segue o teu verdor!
Adverte, que se hoje és flor,
Serás caveira amanhã.
Essa beleza louça
Te está mesmo condenando.

Gregório de Matos (Boca do Inferno).

Jeon Jungkook

15 de maio de 2020, sexta-feira

Eu já havia recebido uma ameaça do Pietro, não estava tão preocupado porque acreditava que não fosse fazer aquilo, embora tivesse presenciado o assassinato de dois bruxos por ele.

Taehyung havia posto o Jimin deitado na cama que eu estava sentado, o Kim estava em pé ao meu lado. Parecia que o Jimin se engasgava com as palavras enquanto estava desacordado.

Jimin parecia esperançoso antes de encontrar Pietro, mas agora só estava com medo, eu acho. Ele me encarava, esperando algo, só que não sabia exatamente o que.

– Então eu vou matar ele antes. – Respondi, tentando soar confiante, mas eu não sabia como faria isso.

Taehyung mexia no seu cabelo, desfazendo os cachos perfeitos com os dedos, ele percebeu que eu o observava e fez uma careta desgostosa, saindo de perto e ficando na minha frente.

Percebi que nenhum deles iria falar nada a respeito. Jimin parecia ter se perdido no próprio mundo para perguntar algo, então resolvi continuar a conversa: – Existem outras coisas que quero perguntar.

– Lá vem. – Taehyung murmurou. Tenho quase certeza que revirou os olhos também.

– Mariposas.

Ambos se olharam, Taehyung, como se costume, parecia com raiva. Se algum momento ele não sentisse apenas isso, me atiraria no fogo. Já o Jimin estava lembrando de algo, posso até chutar o que foi. Quando o Kim falou pela primeira vez sobre as mariposas, no dia anterior ainda.

“Mariposas, quando usadas de maneira inapropriada, podem manipular memórias, visões ou locais, também ações da pessoa atingida.” Foi o que o Taehyung explicou, mas eu queria saber mais. Foi o momento em que desconfiei também.

– Por que vocês dois querem saber tanto das mariposas?

– Vocês? – Olhei para o Jimin, esperando que ele dissesse que também havia perguntado mesmo que já estivesse óbvio. Como ficou em silêncio e de cabeça baixa, decidi não perguntar. Virei meu corpo para o Taehyung, então lhe disse: – Quero saber onde posso encontrar os olhos que você usou.

– Quer ver se o Yoongi vai usar em você? – Riu de forma irônica e cruzou os braços na altura do peitoral. – Você nem deveria estar perguntando sobre isso. Nós dois estudamos sobre criaturas, se frequentasse mais as aulas, saberia.

– Taehyung, para com isso. – Jimin se mexeu, ficando sentado na cama, e, virando para mim, falou: – Te dou os olhos de camarão mantis mais tarde, mas eu vou querer saber o porquê.

Respirei fundo, estava bom demais o Park querer me dar por pura compaixão. Esse bruxo das bijuterias precisa tirar um proveito de tudo. Mesmo não querendo, acenei com a cabeça, era a única maneira de saber se aquele maldito do Winston havia usado as mariposas em mim.

– Não funciona em si mesmo. – Taehyung avisou, olhando atentamente para nós dois. – E vamos voltar para o que interessa! O Pietro e a outra que ninguém se importa.

Revirei os olhos, ele nem queria conversar no começo. Talvez a ideia que a guerra não fosse acontecer o deixasse animado.

– O que você acha que foi, Tae? – Jimin perguntou, dando atenção para o melhor amigo. Ele se sentou na cama com ajuda dos antebraços para de levantar.