07: Flechas Envenenadas

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Gato preto não dá azar, pio de coruja não é sinônimo de mau agouro, corvos não indicam morte, sonhar com cobra não é traição.
Todas essas lendas indicam que nós humanos somos desprovidos de sensibilidade e compreensão da Mãe Natureza, se esses e outros animais estão palmilhando esse Planeta conosco é sinal que somos todos um prolongamento do outro, somos um elo de vida neste imenso Cosmos.
Afinal, SOMOS TODOS UM, PERANTE O COSMOS.
Preconceito é ignorância, é doença da alma.

Amara Antara

Jeon Jungkook

30 de março de 2020, segunda-feira

- Você vai trabalhar em um café. - Shon disse para mim. Ela entregou alguns papéis que eu não entendi o que significava, mas fingi que sabia. - Um aluno que trabalha lá acabou sendo afastado por um tempo, ficará no lugar dele. Você começa na quarta.

Lembro de quando fui para o quarto do Kim Taehyung, ele havia dito que tinha faltado no café e eu não o via no refeitório fazia um tempo. Deveria ser ele, seguindo a lógica.

- Das oito da manhã até às doze. Você almoça e depois tem as aulas às treze e meia...

Eu não havia escutado a maioria das coisas, acabei me perdendo depois do primeiro número que Soojin falou. Ainda era cedo, não passava das nove, não havia acordado o suficiente para prestar atenção.

- Entendeu? - ela arrumou os óculos escuros que usava.

- Sim. - Não.

- Ótimo. - Shon se levantou da cadeira ré caminhou até a porta, abrindo-a para mim. - Nos vemos na aula de história bruxesca.

Acenei com a cabeça e sai da sala dela. Enquanto caminhava para o jardim de vidro, vi as mensagens do meu celular, algumas ligações perdidas de Nari e umas mensagens da Jisoo que eu não respondi. Nada da Rosé.

Eu gostava da Rosé. Não como uma amiga, eu queria bem mais que só isso. Uma vez, Hyun disse que não existe amizade entre homem e mulher, que sempre vai ter algum ou os dois com interresse. Talvez ele estivesse certo pela primeira vez na vida.

- Jungkook. - Kan Yongsun saudou assim que cheguei no jardim de vidro.

Ele tinha cabelos ondulados e tingidos de verde, nenhuma tatuagem ou piercings. Mas ele vendia cigarros e maconha. Conheci Yongsun no sábado quando um garoto ruivo comprando dele.

- Yongsun. - Respondi, sentei-me ao lado dele. - Tem cigarros?

- Tenho. - Concordou, mas ele parecia esquisito. Só conhecia ele fazia dois dias e ele não era assim. - Olha, Jungkook. Eu acho que você está abusando dos cigarros.

Revirei os olhos porque ele falava igual todo mundo. Nari, os professores, Rosé, Jisoo, o Hoseok e o Yoongi. Será que nenhum deles entendiam que eu não pararia só por causa de simples preocupações?

- Eu te dou o dinheiro agora. Te pago bem e mais do que você deveria receber. Não está gostando, Yongsun? Posso comprar com outra pessoa. - Percebo o medo dele, não sei o que ele fazia com o dinheiro, mas parecia desesperado por ele.

- Não! - Yongsun tira um pacote de cigarros da bolsa e mostra para mim. - E-eu só quis dizer que é o terceiro que você me pede.

- E é o terceiro que eu te pago. Para de reclamar. - Tirei minha carteira e o dinheiro entreguei para ele.

- Jungkook, só toma cuidado com essas coisas. Eu posso até vender, mas é a sua alma que está sendo ferrada. - Ele se levantou e foi embora.

- É você quem está se ferrando. - Respondi alto para que ele conseguisse escutar.

Bad Bruxo | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora