#1: Piloto

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Daniel, 25/30

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Daniel, 25/30

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DANIEL

Hamburgo, Alemanha, 2023.

Oi, meu nome é Daniel Müller, tenho 30 anos e me mudei há pouco tempo pra Hamburgo, mas já moro na Europa há praticamente cinco anos. Minha história não começa aqui e nem agora, mas em Navegantes, quando 2018 estava acabando e a vida do Daniel de 25 anos mudou completamente.

Navegantes, 29 de dezembro de 2018.

— Oi, Pedrinho!

— Bebeto!

O garotinho vem em nossa direção e abraça Humberto, meu namorado há cerca de dois anos.

— Oi, garoto. — digo fazendo carinho no cabelo dele.

— Oi, Dani. — ele diz me abraçando.

Pedrinho é um garoto órfão de 9 anos que eu e o Bebeto sempre visitamos no orfanato há pouco mais de um ano, a gente já vinha antes, mas com o Pedrinho é algo a mais. Quando ele chegou no orfanato depois que os pais morreram num acidente de carro, ele se isolava e não interagia com as outras crianças, mas eu e o Bebeto falamos com ele e o mesmo gostou da gente.

Ele melhorou muito desde então, amamos demais esse garotinho, e eu planejo casar com o Humberto pra gente criar o Pedrinho.

— Do que quer brincar hoje?

— Eu quero pular corda.

— Vai chamar os seus coleguinhas pra gente bater corda pra vocês. — digo.

Não é só o Pedrinho que adora a gente, todas as crianças daqui também.

[...]

Estou pulando corda incessantemente há uns quinze minutos, as crianças estão envolta gritando "Pula!".

— Ai, cansei. — digo me sentando no chão, eu quase me joguei na verdade.

As crianças murmuram em discordância.

— Continua, vai.

— Não dá. Eu tô velho.

— Conta outra, Daniel. — diz o Humberto.

— Muito bonito, eu aqui morto e você só olhando.

Ele ri.

— Tá vendo, crianças, o que o tio Bebeto faz comigo?

Eles riem.

— Pode fazer outra coisa aí, amor, as crianças querem ficar abraçadas comigo.

— Esse grude hoje tá fora do normal. — digo sorrindo. — Vocês não gostam de mim, não?

Eles se entreolham com o Humberto.

— Abraço coletivo!

Eles correm até mim, me dando um abraço e pulando em mim.

— É claro, Daniel.

— A gente te ama, óbvio. — diz o Humberto me dando um selinho.

— Ah, bom!

Brincamos mais um pouquinho com as crianças e nos despedimos delas.

— Me carrega? — o Humberto diz me abraçando por trás enquanto andamos.

— Pulei corda até quase morrer e ainda vou ter que te carregar?

Ele murmura manhoso.

— Claro que eu carrego, meu amor. Sobe aí, vai.

Ele sobe nas minhas costas e abraça meu pescoço, então eu volto a andar. Humberto não é muito alto, então não é difícil carregar ele.

— Eu te amo, Daniel.

— Eu também te amo, vida.

— Vamos parar pra um sorvete?

Sorrio.

— Claro.

Sento ele num banco de praça perto da sorveteria, então compro nossos sorvetes e volto.

— Colinho.

Rio.

— Bebê. — digo beijando a bochecha dele.

— O seu bebê.

— Verdade.

Ele senta no meu colo e nós começamos a comer.

— Você vai pro hotel hoje?

— Sim.

Isso me lembra, eu sou formado em hotelaria e trabalho em um bom hotel de Balneário Camboriú, já o Humberto é formado em fotografia e trabalha num estúdio aqui mesmo.

— Queria passar a noite com você hoje.

— Que tal amanhã? E essa tarde a gente tá junto.

— É maravilhoso quando a gente tá junto.

— Muito. — digo pegando na cintura dele.

— Eu amo todos esses momentos que passamos juntos, e que vamos passar.

— Eu também, amo tudo isso. — digo pensando na gente casando e montando nossa casa.

Sorrio bobo, quero que isso aconteça logo, vou passar numa joalheria essa semana ainda.

Continua...

Perdido (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora