Daniel é um jovem metade brasileiro e metade alemão, o mesmo perde o namorado num ato de violência na virada do ano e vai tentar a vida na Europa. Será que ele encontrará o amor novamente?
Estamos no Cabo da Boa Esperança, que é uma reserva natural que fica numa península ao sul da Cidade do Cabo. Aqui tem uma vista privilegiada do Atlântico, e do Índico, além de um belo farol e umas trilhas.
— Talvez daqui dê pra ver o Brasil. — Axel implica.
Rio.
— Oh, não me zoa, amor.
— É que você devia ser tão fofo criança.
— Algum dia eu te mostro uma foto. Mas eu trabalho com trocas.
— Ah, tá. — ele faz uma careta e a gente ri. — Sei bem.
Andamos um pouco de mãos dadas, tirando algumas fotos pra não perder esse lugar lindo de vista.
— Vamos de escada mesmo? — o Axel pergunta quando chegamos na escadaria que leva até mais perto do farol, e lá encima tem as escadas do próprio farol.
— Sim, é mais rápido que o funicular.
Subimos.
— As escadinhas do farol não são lindas? — digo quando vejo o farol.
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— São. — Axel responde. — Muito interessantes.
Subimos aqui também.
— Agora sim dá pra ver o Brasil.
Abraço ele por trás e coloco a cabeça no ombro dele.
— Você não vai esquecer isso, né?
— Não. Eu vou ficar imaginando um Danielzinho agora.
— Então eu vou imaginar um Axelzinho dormindo com um ursinho de pelúcia.
— Oh, céus, a gente é tão piegas.
— Não quero nada menos que isso.
— Enfim, é super interessante o encontro do Atlântico com o Índico, não?
— É bastante. Geografia pra mim é tudo.
[...]
Outro dia...
Acabamos de chegar em Skukuza, uma pequena cidade perto do Kruger Park, próxima da divisa com Moçambique. Nós vamos fazer safari no Kruger Park, e aqui tem um hotel super interessante, ele fica num trem que está parado numa ponte.
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Como eu sou louco por hotéis, assim que descobri que esse existia eu quis incluir no itinerário da viagem.
— Nosso quarto fica nesse vagão... — digo andando pela passarela do lado da ponte com o Axel.
Há vários macaquinhos na passarela.
— Ainda acho que poderíamos ter ficado num quarto fora do trem.
— Não se preocupa, amor.
Abro a porta e nós entramos, junto com um rapaz que trouxe nossas malas.
— Enjoy your stay. — ele diz depois de deixar nossas malas.
— Thank you. — respondemos juntos.
Abro a cortina.
— Que vista! — digo boquiaberto.
Daqui dá pra ver o rio e até um jacaré descansando encima de uma pedra que fica na água. Os animais ficam descansando debaixo da ponte periodicamente.
— É, maravilhosa.
Do lado que a janela fica não tem jeito de passar, a passarela fica do outro lado do trem, onde não há janelas. O quarto tem ar condicionado, uma bela cama e um banheiro com chuveiro walk-in e banheira, além de uma bela decoração africana.
— Ai, adorei. — o Axel diz sentando na cama, apoiando as mãos e se inclinando pra trás.
— Adoraria trabalhar num hotel assim.
— Seus olhos estão mesmo brilhando. Vem cá.
Sento com ele.
— Escuta, seu namorado não importa te deixar um gato desse dividir um quarto com outro?
Rio, então o faço deitar e fico por cima dele, com as mãos dos lados de sua cabeça.
— Ele nunca reclamou, sabe?
— Ah, é?
Nos beijamos e o Axel abraça meu pescoço.
— Não conta pra ele que eu sou doido por você. — digo beijando todo o rosto dele, que fica vermelho.
— Então ele não pode saber que eu também sou doido por você.
Me deito e pego uma mão dele pra alisar.
— Essa viagem tem aproximado a gente ainda mais. — digo.
—Acho que com o jeito que estamos apaixonados um pelo outro, não é tão difícil.