Perdido (Romance Gay)

#24

Nova York, dezembro

WADE

Estou em Nova York com o Hugo pro final de semana, e amanhã meus pais vêm pra gente assistir uma peça na Broadway. Eles já conheceram o Hugo, nós passamos uns dias em Connecticut com eles antes de virmos pra NY.

— O inverno aqui em Nova York é tão interessante. — o Hugo diz olhando pela janela. — Deve ser por causa do "Esqueceram de Mim 2".

— Oh, a gente deveria assistir esse de noite! — digo animado.

— É uma boa pedida. Mas e "Duro de Matar"?

— É, acho que decidimos que esse é um filme de Natal.

— Bom, eu acho que não deixa de ser.

— Concordo.

Ele se vira pra mim.

— A gente em Nova York, falando de "Duro de Matar", o que te lembra? — o mesmo pergunta.

— Não sei... Ah! "Friends"!

— Exato. O Bruce Willis faz uma participação.

— Pois é, que coisa.

— Vamos sair?

— Vamos.

Nos agasalhamos, descemos até o lobby e saímos do hotel.

— Aonde fica a padaria que você quer me levar? — Hugo pergunta.

— Dobrando aqui na próxima direita.

— Você disse pra eu experimentar o new york roll de chocolate com pistache, certo?

O new york roll é um croissant super diferente do original.

— Amor, você precisa de ver que delícia. — respondo enquanto andamos.

— Já vi, tava na minha cama. — ele diz.

Olho pra ele rindo.

— Saiadinho, você.

— Eu tô só falando a verdade, oras. E de mim, você não tem nada pra falar?

— Você também é uma delícia, mas é um outro nível comparado com o new york roll.

— Bom saber, você tem amor à vida.

— É claro.

Chegamos na padaria, pedimos nossos pães e sentamos pra tomar um café.

— Nossa, amor, é uma delícia! — Hugo diz impressionado ao comer.

— Eu te disse. Grande parte do motivo de amar Nova York é esse pão, foi tão bom crescer só há poucas horas de carro daqui.

— E sua mãe adora peças de teatro.

— Os concertos também me facinam.

— Ei, eu deveria te levar em um na filarmônica de Hamburgo.

— Eu vou adorar.

[...]

— Ó, não vai rir de mim se eu cair. — o Hugo diz quando entramos no rinque de patinação do Rockfeller Center.

— Claro que não, meine liebe. E eu vou te ajudar, vamos no seu ritmo.

Seguro nas mãos dele e fico na frente do mesmo, patinando devagar.

— É só manter o equilíbrio e ir com calma. Depois você ganha um beijo.

Ele sorri.

— Eu vou ganhar cinco até.