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Domingo, 19:30, de volta em Milão

— Daniel. — o Paolo me chama quando saio no desembarque.

— Oi. — digo desanimado.

— You look down (Você parece pra baixo).

— Pretty much (Bastante).

— Wasn't the wedding good? (O casamento não foi bom).

— It's because it was good that I'm sad (É porquê foi bom que eu tô triste). — I'm not jealous, I'm happy for my cousin, but... (Eu não tô com inveja, eu estou feliz pelo meu primo, mas).

— You couldn't marry Humberto (Você não pôde casar com o Humberto).

— Yeah. I cried over that already (Eu chorei por isso já).

— I'm sorry.

— Vamos pra casa.

Ele assente.

— Thanks for picking me up (Obrigado por me buscar).

— Eu te trouxe, né.

Vamos pro carro dele.

— They were so beautiful at the altar. I wish it was Humberto walking down the aisle towards me (Eles estavam tão lindos no altar. Eu queria que fosse o Humberto andando até o altar em minha direção).

— God knows how much I wanted for you not to suffer like that, Daniel (Deus sabe o quanto eu queria que você não sofresse assim).

— Obrigado pelo suporte, Paolo.

Chegamos no prédio.

— Quer companhia? Se quiser comer comigo... — Paolo diz.

— Quero, sim.

— Vou cozinhar aqui em casa, deixei os ingredientes até na bancada.

— So I'll take a shower and we can meet later (Então eu vou tomar um banho e a gente pode se encontrar depois).

— Okay.

Entro em casa pra tomar banho e logo estou batendo na porta do Paolo.

— Tá aberta!

Entro e o encontro na cozinha.

— My mom said I should start seeing a therapist (Minha mãe disse que eu deveria começar a ver um terapeuta).

Paolo me olha.

— Com certeza. It's good, and you need it (É bom, e você precisa).

— Yeah.

— You're not taking a summer trip, are you? (Você não vai fazer viagem de verão, vai).

— No way! (Nem pensar). I can't even think about it (Não consigo nem pensar nisso).

— I don't really have something planned, so I'm going to stay with you (Eu não tenho nada planejado, então vou ficar com você).

— You sure? (Tem certeza).

— Tell me you won't like my company (Me diga que não vai gostar da minha companhia).

— Claro que vou!

Ele ri.

— Ótimo.

— I talked to my parents about you, they're happy that you're supporting me (Falei com meus pais sobre você, eles estão felizes que você está me apoiando).

— And I'm happy to (E eu estou feliz de fazer isso).

— You make me feel less miserable (Você faz eu me sentir menos triste).

Terça-feira, 31 de dezembro, 20:30

Estou na minha cama todo encolhido chorando sem parar, eu tentei segurar o dia inteiro e agora não deu mais. Hoje faz exatamente um ano que o Humberto morreu, e eu só saí da cama na hora do almoço querendo sumir.

Tenho feito terapia e está me ajudando um pouco, mas hoje tudo me atingiu como uma bola de demolição. Tô me sentindo em "ghostin" da Ariana Grande.

— Meu Deus... Faz essa dor passar.

Não tenho condições de ficar sozinho. Levanto e saio de casa correndo, batendo na porta do Paolo incessantemente.

— Paolo! Paolo!

Depois de um tempo ele abre a porta de toalha, então eu o abraço.

— Paolo, por favor, eu preciso de alguém! Por favor, fica comigo hoje! Desculpa, eu sei que você ia encontrar um carinha hoje, desculpa.

— Ei, se acalma, Daniel. E nem pense em se desculpar, eu sou se amigo e estou aqui por você.

Choro no ombro dele.

— Eu tô definhando...

— Entra aqui, meu amigo.

Entro e ele fecha a porta, então me sento no sofá.

— Eu desmarco com ele, deixa eu só vestir uma roupa.

Ele vai pro quarto, voltando minutos depois já vestido.

— Vem até minha casa? Quero deitar na minha cama, se você puder me fazer um cafuné...

— Deita na minha cama, Daniel. Vem.

Ele me puxa pela mão e me leva até o quarto dele, então deita e faz sinal pra eu acompanhá-lo. Deito junto com ele e fungo, então ele começa a me fazer carinho enquanto eu choro de soluçar.

— Shh... It's okay, Daniel.

— The sadness hit me all over again (A tristeza me atingtiu tudo de novo).

— Eu sei, meu amigo, mas aproveita seu amigão aqui.

— Eu sinto tanta falta dele, it's like my heart is all wounded (é como se meu coração estivesse todo ferido).

— Sinto muito, muito mesmo.

Vou me acalmando, então o Paolo limpa minhas lágrimas com sua camisa.

— Eu posso te consolar, Daniel.

Ele beija minhas bochechas.

— Talvez eu não devesse, mas...

Ele beija minha boca, mas eu me afasto.

— Paolo, we-we shouldn't (Não devemos).

— Me deixa te consolar.  — ele diz passando a mão no meu peito. — Eu tenho certeza do que eu quero.

Ele volta a me beijar, e dessa vez eu não só não o impedi como também correspondi ao beijo. Pego na nuca dele e fico por cima do mesmo, sugando seus lábios e enfiando a língua em sua boca, o beijo segue molhado até o fôlego acabar.

Fiquei doido de tesão, rasguei a camisa dele e comecei a beijar seu pescoço apertando seus mamilos.

— Haa, Daniel... — Paolo geme manhoso alisando minhas costas. — Tira a camisa.

Tiro a camisa e ele sorri malicioso alisando meus bíceps, então eu faço um chupão no pescoço dele.

— Gostoso... Deixa eu te chupar, prometo tirar tudo da sua cabeça por um tempo.

O sexo entre nós foi bem intenso, o Paolo é insaciável, e eu confesso que também tava bastante.

— Haah, fuck me, Daniel. — ele geme enquanto eu estoco rápido na posição papai e mamãe.

— You like it? — beijo ele.

— Yeah, give it to me!

Fomos dois rounds, e depois dormimos bem cansados.

Continua...

Perdido (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora