É outro dia, eu estou na praia central de Balneário tirando fotos da praia e dos prédios pro Axel. Eu acabei de vir do hotel onde eu trabalhava, visitei os meus antigos colegas de trabalho e foi uma festa.
Quando eu fui embora eu nem conseguia pensar nessa praia, tudo o que eu sentia era uma tristeza profunda. Eu ainda sinto a dor da tristeza, mas eu aprendi a viver com ela, e as memórias do Humberto não me dão mais vontade de morrer.
Recebo uma mensagem do Axel depois que eu mando as fotos pra ele.
Axel: Que lindo!
Daniel: É, não é? Esse lugar é conhecido como a Dubai brasileira.
Axel: Não me surpreende. Uau.
Daniel: Eu amo a Alemanha, mas o Brasil tem metade de mim.
Axel: É.
Daniel: Só queria que estivesse um pouco mais quente.
Axel: Aqui tá bastante.[...]
No dia do meu aniversário...
É de noite, estou em casa com meus pais, a Elaine, o Geraldo e o Pedrinho.
— Parabéns, Daniel. — Pedrinho me abraça.
— Obrigado, garoto. Tô muito feliz que você veio, bem, todos vocês.
— A gente te ama. — ele diz.
— É bom passar meu aniversário de volta em casa com pessoas tão importantes pra mim quanto vocês.
— Estamos todos felizes de volta, agora acostumados com a dor. — diz o Geraldo.
— Vocês estão mais fortes agora, o tempo sabe o que faz. — diz minha mãe.
— É. — concorda Elaine.
— Alguém tem que dizer, o Daniel está radiante hoje, não é? — diz meu pai.
Todos concordam.
— 30 cai bem em você. — diz o Pedrinho.
— Ih, daqui a pouquinho cê chega lá.
— Eu, não, você que tá velho. — ele ri.
— É o que, garoto?
Rio e pego ele no colo tão rapido que ele nem reage.
— Daniel! — ele dá um gritinho assustado e gargalha.
— Tô velho mas te pego no colo, e olha só o seu tamanho.
— Tá bom, eu me rendo. Me põe no chão, vai.
Coloco ele no chão.
— Posso tirar umas fotos sua? — ele pergunta.
— Ele leva jeito pras fotos. — diz a Elaine.
— Sério?
— Isso veio do Bebeto.
— Ah, Pedrinho, você é o melhor.
Ele pega na minha mão e sai me puxando.
— Vem, vou tirar umas fotos suas.
— Vocês ouviram. — rio olhando pros outros.
Chegamos no quintal, e eu vejo que tá tudo decorado com luzes brancas.
— Então essa era a surpresa que meus pais falaram?
— Era. Eu queria tirar fotos suas num lugar bonito, é pra mostrar pra você mesmo que você passou pela tempestade e que o arco-íris está aparecendo.
Sorrio.
— Fica de costas pra essas luzes aí.
Obedeço.
— Agora dá um sorrisão.
Obedeço e ele tira a foto.
— Você tá bonito hoje.
— Obrigado.
— Olha. — ele me mostra.
— Ficou bom. Gostei, garoto.
Ele sorri.
— Agora eu quero que você faça uma expressão mais séria, mas com charme, e uma bela pose.
— Que vergonha, eu não sou nenhum modelo.
Ele ri.
— Qual é, Daniel, sou eu.
— Tá bom. — sorrio.
Ele tira mais algumas fotos, em ângulos e poses diferentes, o garoto manda bem definitivamente.
— Meninos, vamos jantar.
Arrumamos a mesa do jantar no quintal iluminado, então todos jantamos juntos.
— Pode soprar a vela no três. — diz o Pedrinho quando estou atrás do bolo.
Desligamos as luzes e agora só o que ilumina é a vela.
— Um, dois, três!
Assopro e ele tira a foto.
— Hum, boa...
— Deu certo?
— Se deu certo? Deu ótimo!
Continua...
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Perdido (Romance Gay)
RomanceDaniel é um jovem metade brasileiro e metade alemão, o mesmo perde o namorado num ato de violência na virada do ano e vai tentar a vida na Europa. Será que ele encontrará o amor novamente?