Capítulo 5

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Visto a camisa escura e vejo que ficou exatamente do meu tamanho.

Abro a porta do quarto e passo pela mesma, indo em direção a sala.

Ainda é muito estranho andar por essa casa como se eu conhecesse a muito tempo, afinal faz apenas um dia que estou aqui.

Assim que chego na sala, vejo a mulher que conheci a alguns minutos e a garota que realmente mora aqui.

XXXX- tudo bem mesmo se eu usar as suas roupas?- pergunto, atraindo a atenção delas.

Maya- claro- responde, sorrindo- ficou bem em você- comenta.

Evelyn- tá bom, podemos ir- fala, indo em direção a porta.

XXXX- pra onde, exatamente?- questiono, curiosa, enquanto seguimos ela.

Maya- pensamos em te mostrar como são as coisas por aqui- responde, encolhendo os ombros.

Eu apenas assinto e logo já estamos do lado de fora da casa, indo em direção ao meio da rua.

Caminhamos pela rua, então eu aproveito que as duas estão em uma conversa animada e presto atenção em cada detalhe ao nosso redor.

As pessoas parecem tão tranquilas, mas todas me encaram enquanto nós passamos, com seus olhares curiosos e cochicham umas com as outras.

Maya- não liga pra isso- fala, percebendo meu incômodo.

Evelyn- é- concorda- ninguém vai mexer com você aqui- acrescenta.

Eu apenas assinto, tentando demonstrar um pouco mais de tranquilidade e elas parecem acreditar.

Caminhamos por algum tempo e, por cada lugar que passamos, elas me explicam sobre ele.

Poucos minutos depois, decidimos parar em uma praça onde as pessoas costumam vir com seus filhos.

Consigo ver várias crianças brincando e rindo bastante.

Evelyn- ah, preciso de um sorvete- comenta, atraindo a minha atenção.

Maya- boa ideia- concorda.

Percebo que as duas estão olhando pro homem na frente de um carrinho de sorvete, do outro lado da praça.

Evelyn- você quer um?- pergunta, olhando pra mim.

XXXX- ah, eu não sei se gosto de sorvete- falo, um pouco sem graça.

Evelyn- quer experimentar então?- questiona.

XXXX- tá, tudo bem- respondo, sorrindo levemente.

As duas começam a andar na mesma direção que estavam encarando há poucos segundos.

Antes de conseguir ir atrás delas, meu olhar é atraído na direção de um pequeno grito e eu estreito os olhos enquanto procuro o dono da voz.

Vejo uma menina no meio da praça, uma criança que não deve ter mais de dez anos e que está sentada no chão.

Outras meninas da sua idade estão perto dela, mas parecem estar preocupadas demais com a brincadeira pra perceber o que aconteceu.

Percebo as mãos da garota na sua própria perna e arregalo levemente os olhos quando vejo um pequeno líquido vermelho escorrendo pela mesma.

Corro o mais rápido que consigo na sua direção e, quando me aproximo o suficiente, me abaixo na sua frente.

XXXX- você tá bem?- pergunto, analisando sua perna.

XXX- tá doendo- fala, chorando.

XXXX- o que aconteceu?- pergunto, encarando seus olhos.

XXX- eu caí em cima da minha perna e essa pedra tava embaixo- responde, com dificuldade pro conta do choro.

Operação CegaOnde histórias criam vida. Descubra agora