Capítulo 14

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Dois dias se passaram desde o acontecimento estranho nessa loja.

Ontem, não vi praticamente ninguém já que a Luiza precisou resolver algumas coisas e eu não saí daqui nem por um minuto.

Lembro apenas da Joana vir me trazer um prato de comida na hora do almoço, o que achei muito gentil da parte dela.

Agora, restam alguns minutos pra fecharmos a loja e ainda tem clientes chegando.

Melanie- por que todas parecem...- tento achar a palavra certa, mas tenho dificuldade.

Luiza- desesperadas?!- fala e eu assinto- noite de baile, todas correm pra comprar algo de última hora- explica, enquanto ainda analisamos algumas mulheres olhando cada peça ao seu redor.

Ficamos os últimos minutos paradas aqui atrás do balcão, já que o caos não pode mais ser controlado.

Escuto um toque e acabo me lembrando que o meu celular não está aqui comigo.

Definitivamente nunca vou me acostumar a lembrar de sempre estar com essa coisa por perto.

Luiza- ah, eu vou matar esse moleque- resmunga e eu olho pra ela.

Melanie- o que foi?- pergunto, franzindo a testa ao ver a expressão no seu rosto.

Luiza- o Davi me pediu pra arrumar a costura de uma camisa e disse que só precisaria dela semana que vem- começa a explicar, digitando algo no celular e parecendo estar irritada enquanto faz isso- mas agora, esse vagabundo, tá falando que precisa pra hoje- acrescenta, largando o celular no balcão.

Melanie- você disse pra ele que não está pronto?- pergunto, percebendo sua irritação apenas aumentar a cada instante.

Luiza- na verdade, já tá pronto- me corrige- mas eu não tenho como entregar pra ele hoje- explica- nem sei que horas essas mulheres vão sair daqui e ainda preciso ir pra casa me arrumar- diz, passando a mão pelo cabelo.

Vejo algumas mulheres passarem por nós correndo e entrarem nos provadores.

Melanie- eu posso entregar- sugiro e ela me encara.

Luiza- é sério?!- pergunta, erguendo as sobrancelhas.

Melanie- é claro- afirmo, com um pequeno sorriso no rosto.

Luiza- ah, muito obrigada- agradece, aliviada- você vai me salvar- acrescenta.

Ela abre uma das gavetas ao seu lado e retira uma sacola de dentro da mesma, depois me entrega.

Luiza- depois que entregar, pode ir direto pra casa- diz e eu assinto.

Melanie- onde ele está?- pergunto.

Luiza- ah, claro- fala, pegando seu celular de novo- vou deixar você levar meu celular, aí é só fazer o que a voz falante mandar- explica, mas ainda fico confusa.

Depois de poucos segundos, ela me entrega o aparelho é eu vejo um mapa aberto na tela, com um caminho específico em azul.

Melanie- tá bom- assinto- até mais- falo, me afastando dela.

Luiza- eu aviso ele aqui pelo computador que você tá indo- diz- muito obrigada mesmo- agradece mais uma vez.

Melanie- imagina- digo, chegando na porta.

Assim que passo pela porta, me assunto ao ouvir uma voz feminina vindo do celular na minha mão.

"Siga em frente" é o que a voz diz.

Lembro do que a Luiza me disse e faço o que a voz ordenou, começando a caminhar pela enorme rua que se estende à minha frente.

Enquanto caminho, percebo a linha azul ficar mais curta no mapa e acho que entendo o que significa.

Operação CegaOnde histórias criam vida. Descubra agora