Capítulo 15

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Permaneço a uma distância que acredito ser mais segura.

Por mais esforço que eu faça, não consigo desviar meus olhos das armas por mais que um minuto.

Sei que estão sussurrando entre si, consigo ouvir, mas não olho pro rosto de nenhum deles.

Então, desviando o olhar das armas mais uma vez, devido fazer algo que está me incomodando há um tempo.

Melanie- me desculpa- digo, atraindo o olhar dele.

Lucas- o que?- pergunta, franzindo a testa.

Melanie- por aquele dia, quando eu acertei sua costela- respondo- só queria me desculpar por te acertar- explico- então, foi mal- digo, por fim.

Ele permanece em silêncio por mais um tempo, sem desviar os olhos do meu rosto.

Lucas- de boa- fala, me deixando um pouco mais aliviada.

Antes que eu possa dizer mais alguma coisa, escuto a porta ao nosso lado ser aberta e olho na direção da mesma.

Miguel- Cruz e Matos, estão no comando pelo resto do turno- ordena, enquanto passa pelos homens.

O homem loiro o segue, vindo na nossa direção também.

Nos últimos minutos, eu fiquei aqui fora esperando ele resolver algum problema com o Davi.

Lucas- vejo vocês à noite- fala, fazendo um toque com os dois.

Miguel- vai lá, irmão- diz e o homem assente.

O homem que ficou esperando aqui comigo até agora, me lança um pequeno sorriso e eu retribuo, vendo-o se afastar logo em seguida.

Davi- cara- escuto ele falar.

Vejo o loiro fazer um gesto com a cabeça pro homem ao seu lado e olho na direção que ele indicou.

Meus olhos encontram três garotas se aproximando de onde nós estamos e acabo franzindo a testa ao reconhecer uma delas.

Miguel- ah, agora não- resmunga, depois de um suspiro.

O homem se afasta de nós e consehue chegar até onde elas estão antes que se aproximem mais.

Melanie- quem são?- pergunto, ainda encarando elas.

Davi- acho melhor você nem saber- responde.

Eu não o questiono mais, apenas continuo prestando atenção nos rostos de cada mulher.

Uma delas, eu reconheço e, por incrível que pareça, consigo lembrar seu nome.

As outras não são familiares e, não sei exatamente o motivo, mas o jeito que estão olhando pro homem diante delas, me deixa levemente incomodada.

Melanie- parece que vão atacar ele- comento, pensando que apenas eu fosse escutar.

Davi- isso é normal, você vai se acostumar- diz, rindo levemente.

Pouco tempo depois, o homem volta até onde nós estamos e faz um gesto com a cabeça na minha direção.

Miguel- vamos- diz, fazendo um rápido toque com o loiro ao meu lado.

Davi- até mais tarde- se despede e sai andando pra longe de nós.

Eu sigo o homem que começa a andar à minha frente, me mantendo atrás dele o tempo todo.

Logo ele para na frente da moto que também é familiar e sobe na mesma.

Eu faço o mesmo, colocando o capacete que ele me alcança logo em seguida.

Assim que escuto o motor sendo ligado, não consigo evitar de olhar na direção onde as mulheres estavam a última vez que eu vi.

As três agora estão cercadas pelos homens que estavam na frente da pequena casa onde entrei há vários minutos.

Mas, o que me deixa curiosa, é apenas o olhar da loira na minha direção.

...

Evelyn- eu não acredito nisso- escuto sua voz e olho na direção da mesma- Melanie Miller, por que não tá pronta ainda?- pergunta, com as mãos na cintura.

Eu acabo rindo com a expressão no seu rosto e com sua postura de autoridade enquanto me encara fixamente.

Melanie- bom, eu...- dou uma breve pausa- vou ficar por aqui mesmo- digo, vendo sua testa franzir.

Evelyn- o que?!- fala- por que?- pergunta, fazendo uma careta.

Melanie- eu estou um pouco cansada e não estou me sentindo muito bem- respondo, com algumas palavras que não são tão verdadeiras.

Ela me analisa por mais algum tempo e chego a pensar que está tentando ler a minha mente.

Evelyn- tá bom- fala e eu fico surpresa- vou aceitar dessa vez, mas no próximo eu te levo nem que seja arrastada- acrescenta.

Mais uma vez não consigo segurar a pequena risada ao ouvir suas palavras com tanta firmeza.

Melanie- claro- concordo- ah, e, você tá muito bonita- acrescenta, analisando sua roupa.

Ela olha para o seu vestido preto com glitter com a expressão de orgulho no seu rosto.

Evelyn- valeu- agradece, sorrindo- bom, eu vou lá- acrescenta, arrumando a alça da pequena bolsa no seu ombro- pode trancar a porta da frente quando for dormir, todos tem uma chave e qualquer coisa é só ligar- fala, detalhadamente.

Melanie- tá bom- afirmo- boa festa- falo, enquanto ela sai pela porta do quarto.

Evelyn- valeu- grita, assim que some da minha visão.

Consigo escutar as vozes animadas vindas da sala, mas tento não presta muita atenção nisso e logo volto a me concentrar na tela da televisão à minha frente.

Operação CegaOnde histórias criam vida. Descubra agora