Capítulo 29

9 0 0
                                    

*Davi narrando*

Miguel- eu ainda vou pegar esse verme- diz, irritado- seja lá quem for- acrescenta.

Davi- os de confiança já tão de olho em geral- comento, tentando tranquilizar ele- não vai demorar pra gente descobrir quem é esse filho da puta- digo.

Ele assente e faz menção de se afastar, mas eu o impeço.

Davi- aí, cara- falo, atraindo a sua atenção- tem mais uma coisa- comento, vendo ele se aproximar de novo.

Miguel- fala aí- diz, cruzando os braços.

Eu começo a pensar em como posso contra pra ele o que tô escondendo a um bom tempo, mas tenho dificuldade em formular uma frase decente.

Miguel- vai finalmente me contar o que tá rolando?!- pergunta, impaciente.

Davi- é, eu vou- confirmo, sentindo o nervosismo crescer dentro do meu peito.

Sem conseguir achar as palavras certas, resolvo ser direto e contra logo, antes que eu acabe desistindo.

Davi- eu tô apaixonado pela sua irmã- confesso.

Vejo suas sobrancelhas levantarem no mesmo instante em que escuta minhas palavras e, durante os próximos minutos, ele segue me encarando.

Miguel- o que?- diz, franzindo a testa.

Não sei se essa reação é boa ou ruim e não tenho certeza se quero descobrir.

Davi- tô apaixonado pela Eve- digo, mais uma vez.

Vejo suas mãos apertarem seus próprios braços e agradeço mentalmente por estarem cruzados, um pouco longe do meu alcance.

Miguel- ficou louco, porra?!- diz, começando a ficar irritado.

Davi- eu tô falando sério- digo, com firmeza no tom de voz- eu só me arrependo de ter demorado tanto pra te contar- acrescento, tentando ser sincero.

Então, sinto seu punho acertar meu rosto antes que eu consiga desviar a tempo.

Coloco a mão no rosto, soltando um pequeno resmungo, enquanto tento me equilibrar novamente pra não cair no chão com a tontura que atinge minha cabeça.

Olho pra ele de novo, esperando pela sua próxima reação.

Davi- se sente melhor?!- pergunto, percebendo sua demora pra falar alguma coisa.

Miguel- não muito- diz, cruzando os braços novamente.

Escuto passos próximos de onde estamos e olho na direção da cozinha.

A garota surge na minha visão e percebo que veio até aqui porque deve ter escutado o som do soco que levei.

Ela olha pra mim e depois pro Miguel, parecendo decidir se deve nos interromper ou deixar nos resolvermos sozinhos.

Sei que ela percebe o motivo do Miguel estar com raiva e isso a faz ficar parada, apenas nos observando.

Eu volto a olhar pro meu amigo que faz o mesmo.

Davi- eu amo ela- digo e ele desvia seu olhar pra porta.

Espero pacientemente pelos próximos minutos, mas ele não volta a me encarar, então decido ir embora.

Me aproximo da porta, sentindo a frustração por não conseguir fazer ele entender o que sinto por ela.

Miguel- você escolheu isso- diz, assim que coloco a mão na maçaneta- se machucar ela...- tenta falar, mas eu o interrompo.

Davi- se ela sofrer por minha causa- digo- eu mesmo faço isso- acrescento, com firmeza no tom de voz.

...

Operação CegaOnde histórias criam vida. Descubra agora