Capítulo 2

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A pequena sala agora está cheia com os três homens e a garota que causou tanta confusão em menos de uma hora.

Os três encaram a desconhecida, com olhares curiosos, enquanto a garota intercala seu olhar entre os três.

Miguel- o negócio vai funcionar assim- fala, quebrando o silêncio- eu pergunto e você responde, bem simples- explica- se você mentir pra mim, não vai gostar do que vai acontecer- avisa, cruzando os braços.

A garota não fala uma palavra, apenas encara o homem à sua frente, tentando não parecer assustada.

Miguel- quem é você?- pergunta.

Os dois continuam com o olhar fixo um no outro por um tempo, mas ela logo desvia o seu para o chão.

Ela pressiona seus lábios com força, parecendo confusa e perdida nos próprios pensamentos.

XXXX- eu não sei- responde, com o tom de voz baixo.

Miguel- ouviu o que eu acabei de falar sobre mentir?!- fala, aumentando um pouco o tom de voz.

XXXX- eu não tô mentindo- rebate- eu não sei- repete.

Davi- como veio parar aqui?- pergunta, curioso.

XXXX- eu não sei- diz, olhando pra ele.

Lucas- tá fugindo de alguém?- questiona.

XXXX- eu não sei- repete, com o tom de voz mais alto.

De repente, um barulho alto ecoa pela sala, assustando os três e atraindo seus olhares.

Miguel- já chega- fala, apontando a sua arma pra garota- perdi toda a minha paciência com você- acrescenta, irritado.

Ele segura a arma com mais força, enquanto continua com os olhos fixos nos dela.

XXXX- pode atirar em mim o quanto quiser, minha resposta não vai mudar- fala, erguendo levemente a cabeça- não faço ideia de quem eu sou e não sei como vim parar aqui- explica, parecendo confusa.

Lucas- como pode não saber nem o seu nome?!- pergunta, sem acreditar.

O homem não recebe uma resposta pra sua pergunta, porque a mulher está tão confusa quanto cada um deles.

Davi- qual a última coisa que você lembra?- questiona, curioso.

XXXX- eu...- começa a falar, enquanto continua com os olhos fixos no chão- lembro de acordar com uma dor de cabeça muito forte e depois vi vocês olhando pra mim- explica, voltando a encarar eles.

Miguel- acha que vou acreditar que perdeu a memória e veio parar aqui por engano?!- diz, levemente irritado ainda.

XXXX- eu não sei o que você quer que eu diga!- fala, com cansaço na voz- eu não lembro de nada- repete.

A garota continua com o olhar firme e fixo no homem diante dela, ainda sendo alvo da mira da arma nas mãos dele.

O homem olha na direção dos outros dois, que apenas encaram ele de volta, sem falar nada.

Então, ele abaixa a arma e volta a sua atenção pra desconhecida.

Miguel- você vai fazer todos os exames que precisar pra eu saber se essa sua cabeça tá em branco mesmo- diz, se aproximando um pouco mais dela- mas se aparecer qualquer coisa que diga que tá mentindo pra mim- acrescenta, com mais firmeza na voz- vai precisar que deus tenha piedade de você- completa.

...

Pela segunda vez naquele dia, o homem entra na casa onde estava mais cedo junto com a mulher, mas agora ela está acordada e incomodada com o aperto firme no seu braço.

Assim que passam pela porta, ele a solta, enquanto atrai a atenção das três que estão sentadas no sofá.

Miguel- preciso que ela fique aqui- anuncia, encarando a mulher mais velha.

Evelyn- o que?- pergunta, enquanto as três levantam.

Miguel- ela não sai daqui- diz, com firmeza na voz- eu volto em uma hora- avisa e volta sua atenção pra mulher ao seu lado.

Ela apenas encara ele de volta, erguendo levemente o queixo, mas se sentindo intimidada por dentro.

Então, o homem vira e sai pela porta atrás dele, deixando as quatro sozinhas na casa.

Uma rápida troca de olhares entre as mulheres e uma delas decide tomar uma iniciativa.

Joana- oi- a mulher mais velha fala, se aproximando da desconhecida- você tá bem?- pergunta.

A mulher assente, cruzando os braços, sentindo o desconforto e a confusão na sua mente.

Joana- meu nome é Joana- se apresenta, estendendo a mão na sua direção.

A garota segura a mão da mulher, com um certo receio e continua em silêncio.

Evelyn- não sabe mais falar?!- a garota pergunta, se aproximando é sendo seguida pela sua amiga.

Joana- Evelyn!- diz, repreendendo a filha.

Evelyn- o que?!- rebate- você foi educada, se apresentou e ela continua muda- acrescenta.

XXXX- eu não sei- a mulher desconhecida fala, atraindo os olhares delas.

Laura- não sabe o que?- a única garota que não tinha falado nada até agora, questiona.

XXXX- não sei como me chamo- responde, desviando seu olhar.

Evelyn- não sabe o seu nome?!- fala, sem acreditar.

A mulher balança a cabeça negativamente, cruzando os braços com mais força, sentindo o desconforto aumentar.

Laura- tá brincando- diz, surpresa também.

Joana- chega, vocês duas- diz, percebendo o incômodo da mulher.

As duas garotas ficam em silêncio, mas não tentam disfarçar suas expressões de confusão.

Joana- você precisa de alguma coisa?- pergunta pra mulher à sua frente.

A mulher abaixa seu olhar e analisa seu próprio corpo.

XXXX- eu estou um pouco suja- comenta, passando as mãos nas suas roupas.

Joana- eu vou pegar uma toalha pra você- diz, gentil- Eve, mostra pra ela onde fica o banheiro- pede, encarando a sua filha.

A garota demora alguns segundos, mas acaba aceitando e começa a se afastar delas.

A desconhecida troca um rápido olhar com a mulher mais velha e depois vai atrás da garota.

Operação CegaOnde histórias criam vida. Descubra agora