Capítulo 18

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Seguro o pequeno pacote de gelo contra meu punho com mais força.

Tudo o que aconteceu, cada detalhe, passa pela minha cabeça repetidas vezes.

Sei que a pergunta que domina a minha mente é a mesma que todos me fizeram até agora: como eu fiz tudo aquilo?

Evelyn- tá brincando?!- escuto sua voz um pouco mais alta e isso atrai a minha atenção- ela não fez nada de errado- acrescenta, encarando seu irmão.

Lucas- fala isso pras mulheres que tiveram a cara reformada- rebate.

Vejo a garota lançar um olhar de reprovação na direção dele e o homem apenas recua um passo, decidindo não falar mais.

Maya- viram o que aquelas piranhas estavam fazendo com a Luiza?!- fala, irritada também.

Davi- sabe que não resolvemos as coisas assim- diz, mas sem olhar na direção de nenhuma delas.

Percebo que minha perna bate descontroladamente contra o chão, enquanto sinto a ardência do gelo contra a minha pele.

Vinícius- tudo bem?- pergunta, com o tom de voz baixo.

Eu olho pro lado, encontrando seu rosto me analisando e assinto.

Volto a atenção para os cinco à minha frente.

Evelyn- o que você vai fazer?- pergunta, cruzando os braços.

O homem não responde, apenas desvia o olhar dela e o fixa em mim.

Com a expressão séria, os braços cruzados e estreitando os olhos, ele decide finalmente falar.

Miguel- a gente vai conversar- decide, fazendo um gesto com a cabeça na direção do corredor.

Todos olham pra mim, mas eu não desvio o olhar do homem com o olhar severo.

Decido levantar da cadeira onde passei os últimos minutos descansando e me aproximo dele.

O homem começa a se afastar e eu o sigo, sem olhar pra nenhum dos rostos que continuam me encarando.

Passamos pelo corredor e vejo que o caminho que ele está seguindo já é bem familiar.

Entramos no quarto que eu costumo dormir e observo ele ir até a cama de casal.

Decido fechar a porta e me aproximar dele, vendo-o sentar na cama, então faço o mesmo.

Até esse momento, eu não tinha pensado no que aconteceu essa madrugada.

A lembrança do que fizemos na cozinha há algumas horas, toma conta da minha mente e tento me livrar dela a todo custo.

Miguel- sei que não se lembra- começa a falar e eu levo um pequeno susto com sua voz quebrando o silêncio- mas as coisas acontecem de um jeito por aqui e eu não posso deixar ninguém fazer algo diferente das regras que criei- explica, mantendo o tom de voz baixo.

Melanie- ok- afirmo, entendendo suas palavras.

Miguel- é sério Melanie- diz e eu finalmente olho pro seu rosto- não posso deixar que saia da linha só porque éramos amigos no passado- acrescenta e vejo firmeza no seu olhar.

Mantenho nossos olhares fixos um no outro, procurando palavras pra rebater as suas.

Melanie- o que fez com elas?- pergunto, me referindo às três mulheres que eu agredi.

Miguel- elas sabem como são as coisas e tiveram o que merecem- responde, desviando seu olhar para a porta à nossa frente.

Melanie- o que vai fazer comigo?- pergunto, curiosa.

Operação CegaOnde histórias criam vida. Descubra agora