Capítulo 34

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Maya- eu já disse que não preciso disso- digo, pela terceira vez.

Davi- e a gente já falou que precisa sim- rebate e eu reviro os olhos.

Maya- isso é humilhante- falo, enquanto nos aproximamos da porta.

Lucas- sabe, era melhor quando você passava a maior parte do tempo dormindo- comenta, andando ao meu lado.

Eu reviro os olhos mais uma vez e percebo os olhares das pessoas ao nosso redor, direcionados a mim.

Maya- que tortura- resmungo, frustrada.

Assim que passamos pela porta, os dois param de andar, me deixando confusa.

Maya- o que foi?!- pergunto, intercalando meu olhar entre eles.

Lucas- agora é a melhor parte- diz, lançando um pequeno sorriso na minha direção.

Eu estreito os olhos, tentando entender o que vão fazer a seguir, mas não tenho tempo pra pensar muito.

Maya- ah, fala sério!- digo, enquanto sinto seus braços levantarem meu corpo.

Davi- eu vou devolver isso aqui e encontro vocês no carro- diz, entrando no hospital de novo e levando a cadeira de rodas com ele.

Maya- me coloca no chão- digo, assim que ele começa a andar.

Lucas- não- diz, sem olhar pra mim.

Maya- eu não sou um bebê, posso andar sozinha- digo, levemente irritada.

Lucas- reclamando assim, parece sim um bebê- fala, enquanto atravessa a rua.

Sei que ele não vai fazer o que eu peço, então desisto de tentar convencê-lo.

Apenas mantenho meus olhos fixos no gesso que cobre um dos meus braços e espero para que esses minutos de constrangimento passem logo.

Lucas- viu?!- diz, assim que para ao lado do carro- você sobreviveu- acrescenta e eu reviro os olhos mais uma vez.

Ele me coloca em pé ao seu lado e, logo depois de abrir a porta do carro, me ajuda a entrar no veículo.

Sinto meu corpo latejar de dor por conta do esforço, mas me contenho em fazer apenas uma careta.

Assim que ele fecha a porta, eu respiro fundo, sentindo o peso desses dois gessos enormes que cobrem a minha perna e o meu braço.

Fecho os olhos assim que sinto as lágrimas dominarem os mesmos e escuto o som de uma porta sendo aberta.

Apoio a minha cabeça no banco, mas me assusto ao sentir um toque sob meu rosto.

Abro os olhos e encaro o homem que está sentado ao meu lado, mas me arrependo de ter feito isso assim que uma lágrima consegue escapar e escorrer pela minha bochecha.

Sua mão acaricia a minha bochecha, limpando a lágrima que escapou dos meus olhos.

Ele se aproxima ainda mais e puxa meu corpo contra o seu.

Apoio a minha cabeça no seu ombro e não consigo evitar o pequeno resmungo que sai pela minha boca quando não sinto mais o peso do meu braço.

Seu braço suporta o peso do meu e agradeço mentalmente a ele por fazer isso.

Acabo fechando os olhos ao sentir o alívio me dominar e solto um longo suspiro, deixando que meu corpo se conforte contra o seu.

Escuto mais uma porta sendo aberta, mas o sono me atinge em cheio e acaba me consumindo completamente.

...

*Evelyn narrando*

Passo pela porta e sinto a brisa bater contra o meu rosto levemente.

Arrumo a alça da bolsa no meu ombro e sigo em direção ao meu carro.

Agradeço mentalmente por ter estacionado perto do hospital, porque sinto meu corpo cansado demais, dificultando que eu consiga mantê-lo em pé.

Quando estou chegando até onde o meu carro está estacionado, vejo o homem escorado no veículo e não consigo conter o enorme sorriso que surge no meu rosto.

Evelyn- assim eu fico mal acostumada- digo, me aproximando dele.

Ele sorri e me dá um beijo rápido, logo antes de me abraçar.

Davi- vou ter que mandar reduzir esse teu horário de trabalho- comenta, se afastando um pouco- tá ficando muito tempo longe de mim- acrescenta, me guiando em direção ao carro.

Evelyn- mas eu saí mais cedo hoje- digo, franzindo a testa.

Davi- mesmo assim, ficou muito tempo lá dentro- diz, me fazendo rir- vou precisar de um bom tempo pra matar a saudade- acrescenta e eu percebo o tom de malícia na sua voz.

Evelyn- ei, nada disso- digo, abrindo a porta do carro- nós temos só algumas horas até o baile, esqueceu?!- pergunto, entrando no veículo.

Davi- ninguém vai se importar se a gente se atrasar um pouco, não é?!- fala, com um pequeno sorriso no rosto.

Antes que eu consiga responder, ele fecha a porta e contorna o veículo, entrando pelo lado do motorista logo em seguida.

...

Evelyn- puta merda- resmungo, sentindo aquela sensação maravilhosa pela terceira vez.

A sua mão aperta meu pescoço com força e não consigo conter o som que sai pela minha boca quando chego no ápice de novo.

Ele me beija e morde meu lábio inferior enquanto sai de dentro de mim.

Davi- gostosa do caralho- diz, deitando ao meu lado.

Sinto suas mãos puxarem meu corpo contra o seu e deito a minha cabeça sobre o seu peito.

Nossas respirações continuam ofegantes pelos próximos minutos e eu fecho os olhos, sentindo sua mão acariciar o meu cabelo.

A felicidade toma conta do meu peito e sinto vontade de ficar aqui pra sempre, com ele.

Davi- eu amo você, morena- diz, com o tom de voz baixo.

Não consigo conter o enorme sorriso que surge no meu rosto, enquanto chego ainda mais perto dele.

Evelyn- é, eu também gosto de você- digo, encolhendo os ombros.

Sou pega de surpresa quando sinto uma leve ardência na minha bunda, por causa do seu tapa.

Eu levanto a minha cabeça e encaro seus olhos, sem desfazer o sorriso em meu rosto.

Evelyn- eu te amo, meu marrento- digo, me aproximando e iniciando outro beijo.

Sinto ele sorrir entre os beijos e, assim que sinto ele apertar a minha bunda com força, percebo que está ficando animado novamente.

Evelyn- a gente precisa se arrumar pro baile- digo, tentando me afastar.

Davi- eu tô achando que você precisa de outra coisa- fala, ficando em cima do meu corpo novamente.

Eu acabo sorrindo ainda mais, retribuindo seus beijos.

Sinto ele descer os beijos até o meu pescoço e acabo fechando os olhos, enquanto suas mãos exploram meu corpo desesperadamente.

Mordo meu lábio inferior ao sentir sua língua contra a minha pele e, de repente, me sinto totalmente desesperada para tê-lo mais uma vez.

Antes que comece tudo de novo, eu empurro seu corpo pro lado levemente e me levanto da cama.

Evelyn- vamos nos arrumar- digo, decidida.

Vou em direção ao armário e escolho um dos vestidos que eu já tinha deixado aqui, depois olho na direção dele de novo.

Vejo seu olhar analisar meu corpo inteiro, enquanto o sorriso aumenta cada vez mais em seu rosto.

Reviro os olhos, enquanto vou em direção ao banheiro, mas sem desfazer o sorriso em meu rosto.

Assim que chego na porta, lanço um rápido olhar na sua direção.

Evelyn- você não vem?- pergunto, vendo seu sorriso aumentar.

Operação CegaOnde histórias criam vida. Descubra agora