Operação Cega

Capítulo 26

*Melanie narrando*

Melanie- bom dia- digo, atraindo a atenção dela.

Evelyn- bom dia- fala, sorrindo levemente.

Eu vou na direção da cozinha, onde ela está e pego uma das xícaras que estava em cima do balcão.

Melanie- cadê a sua mãe?- pergunto, estranhando sua ausência.

Evelyn- tá dormindo ainda- responde, bebendo o café da xícara em suas mãos.

Melanie- eu nem vi que horas ela chegou- comento.

Evelyn- três da manhã- fala e eu levanto as sobrancelhas- tenho certeza que ela tá saindo com alguém- acrescenta, desconfiada.

Melanie- desconfia de alguém?- pergunto, curiosa.

Evelyn- não- responde, indo em direção a pia- mas vou descobrir- acrescenta, me fazendo rir levemente.

De repente, um barulho alto ecoa pela casa toda e assusta nós duas.

Melanie- o que foi isso?!- digo, encarando ela.

Evelyn- merda- xinga- tão invadindo- fala, logo depois dos sons de disparos surgir.

Sinto meu coração acelerado, enquanto ela corre em direção a sala, me chamando e eu a sigo.

Evelyn- mãe!- grita, indo em direção ao corredor.

Sou surpreendida mais uma vez com o som alto vindo da porta da frente e olho na direção do barulho.

XXXX- mãos pra cima!- o homem grita, apontando a arma em suas mãos na nossa direção.

Permaneço confusa e com os olhos arregalados, enquanto mais dois homens surgem, se aproximando de nós duas.

Olho para a garota ao meu lado, vendo seu olhar de raiva e um pouco de medo, enquanto levanta seus braços devagar.

XXX- virem!- o outro homem grita, com o tom de voz firme.

Eu analiso os três com atenção e, quando vejo seus coletes e distintivos, tenho a certeza de quem são.

XXXX- virem agora!- fala, quando percebe que estamos demorando pra fazer o que pediram.

Eu e a Eve viramos lentamente, mas antes que possam encostar em nós duas, algo atrai a nossa atenção.

Joana- saiam daqui!- fala, assim que chega na sala.

Vejo a arma em suas mãos, mas percebo a pouca firmeza com que ela segura a mesma.

XXXX- abaixa a arma- ordena.

Joana- saiam da minha casa agora- rebate, se aproximando alguns passos.

XXX- senhora, abaixa a arma agora!- diz e me assusto ao perceber que está parado ao meu lado.

Ela não obedece e parece estar indecisa sobre o que deve fazer já que são três armas contra uma.

Então, solto um grito de surpresa ao ouvir o som de um disparo muito alto.

Evelyn- não!- escuto ela gritar, enquanto observo a sua mãe caída no chão- mãe, não!- grita de novo, tentando ir até ela.

Dois homens agarram os braços dela e um deles me segura com força, depois começam a nos arrastar até a porta.

Evelyn- mãe!- grita, chorando e sem desistir de tentar se soltar.

Eu fico completamente paralisada com tudo o que vejo, sem saber o que fazer e sem conseguir falar.

Sinto um aperto enorme dentro do meu peito e as lágrimas enchem meus olhos quando lembro da mulher deitada no chão da casa que acabamos de sair.

Os sons de tiros vêm de todos os lados, me fazendo olhar ao redor e tentar entender o que está acontecendo.