Operação Cega

Capítulo 11

Tive uma tarde bastante produtiva e divertida na loja.

Mesmo que minhas pernas estejam levemente doloridas, por causa do tempo que permaneci em pé, me sinto muito satisfeita.

Acabo chegando na casa antes do anoitecer e sou surpreendida ao passar pela porta, encontrando alguns rostos conhecidos.

Evelyn- olha a nossa trabalhadora aí- comenta, fazendo todos os olhares caírem sobre mim.

Joana- e ai, como foi?- pergunta, curiosa.

Melanie- foi bem legal- digo, sem conseguir esconder o sorriso do rosto.

Maya- qualquer hora eu passo lá pra ver vocês- avisa e eu assinto.

Me aproximo de onde eles estão reunidos, enquanto encaro os dois homens sentados no sofá ao lado da televisão.

DR- e ai, mina- o homem com o apelido estranho me cumprimenta.

Melanie- oi- digo, sorrindo levemente na sua direção.

Assim que sento ao lado das garotas no outro sofá, analiso o homem que ainda está em silêncio.

Ele faz um gesto de cumprimento com a cabeça e eu lanço um pequeno sorriso na sua direção, desviando meu olhar logo em seguida.

Melanie- então, algum motivo pra essa reunião?- pergunto, curiosa.

Joana- ah, sabe como é- diz, encolhendo os ombros- é só falar que a lasanha tá no forno e todo mundo aparece- comenta, balançando a cabeça negativamente.

Acabo rindo com seu comentário e, só agora, que presto atenção no filme que está passando na tela à minha frente.

De repente, escuto vozes altas vindas do lado de fora da casa e olho na direção da porta de entrada.

A porta é aberta logo em seguida e, quando os dois homens passam pela mesma, todos se levantam.

Lucas- cara, espera- fala, segurando o braço do homem ao seu lado.

Miguel- merda- fala, se aproximando deles.

Fico confusa com o que está acontecendo, mas mantenho toda a minha atenção fixa nos homens à nossa frente.

Evelyn- o que é isso?- pergunta, confusa também.

Vinícius- não encosta em mim- o homem fala, empurrando todas as mãos pra longe dele.

Lucas- cara, se acalma- pede, tentando impedi-lo de se aproximar de onde estamos.

Miguel- vamos conversar- pede, encarando o loiro.

Vinícius- ah, agora você quer conversar?!- fala, irritado- por que não me contou?- pergunta.

Joana- garotos, se acalmem agora!- fala, se aproximando deles.

Maya- esse cara tá fora de controle?!- fala, mas percebo que foi um pensamento em voz alta.

E, assim que dou um passo pro lado, atraio o olhar do homem que está cercado por seus amigos.

Ele me encara atentamente e sinto o clima ficar ainda mais estranho desde o nosso último encontro.

Vejo os outros ao meu redor intercalarem seus olhares entre mim e o homem que não desvia sua atenção de mim nem por um segundo.

Fico ainda mais confusa ao ver lágrimas encherem seus olhos de um minuto pro outro e ele começa a se aproximar lentamente.

Um dos homens até tenta impedir, mas o irmão da Evelyn o impede.

À medida que o loiro está cada vez mais perto de mim, tenho vontade de me afastar, mas não faço isso.

Apenas mantenho meus pés fixos no chão e me obrigo a ficar aqui pra entender o que está acontecendo.