Capítulo 8

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Gizelly Pov

Algo parecia diferente. Por alguma razão, o jantar que terminou em um passeio ao Noonan's com Rafaella aconteceu de uma forma estranha. Além disso, Rafaella e eu nos beijamos. Eu estava encostada na janela do prédio da BicalhoCorp, observando os carros passando na rua e as pessoas andando. Eu não conseguia parar de pensar naquele beijo, em como me senti ao lado dela.

— Gizelly, aqui está você. — Papai disse entrando e eu suspirei. — Eu quero falar com você.

— Eu não. — Mencionei e tentei sair, mas ele me impediu, então olhei para ele sério. — Você não vai me impedir.

— Sinto muito... – Ele disse e eu suspirei. — Sua mãe não tinha más intenções.

— Oh sim. Ela tinha! — Eu disse e comecei a pegar minhas coisas. — Ela deixou bem claro que odeia quem eu sou.

— Não diga isso, sua mãe te ama. — Parei de pegar minhas coisas e olhei para ele muito séria.

— Bem, não parece. Como ela disse? Ah sim! — Peguei minha carteira e citei suas palavras ironicamente antes de sair. — Não consigo superar o fato de você ter aquela coisa entre as pernas.

Ele não disse nada, permaneceu mudo. Comecei a sair e tive vontade de chorar, mas apenas cerrei a mandíbula porque não ia chorar na frente dele.

— Já fiz tudo que tinha que fazer aqui. — E resolvi contar a última coisa a ele antes de sair. — Hoje é o primeiro ultrassom e vou com a Rafaella conhecer nosso bebê. Então, se me der licença... vou assumir a responsabilidade pelas consequências dos meus atos.

Vi a dor nos olhos dele, mas não me deixei levar, fui embora. Saí de lá irritada. Demonstrando uma atitude séria até chegar ao elevador. Uma vez lá dentro, apertei o botão do andar térreo e suspirei de alívio por estar longe daquele escritório.

Quando cheguei à GloBe, fiquei surpresa ao ver Rafaella acelerada, indo de um lugar para outro. Ela tinha uma pasta na mão e sorriu.

— Olá, estou quase lá. — Ela disse e fiquei surpresa ao ver o que ela parou na mesa da assistente da Deborah. — Júlia sofreu um acidente e vou substitui-la por alguns meses.

— Oh céus! Ela está bem?

— Sim está bem. Só que ela teve uma fratura exposta e precisará de meses. E Deborah não quer outra assistente, ela quer que eu a cubra. – Ela disse e me olhou chateada. — Ela não quer que eu faça artigos porque não quer que eu me exponha fazendo anotações, por causa da gravidez.

Sim, entendi o motivo de Deborah e fiquei aliviada ao ouvi-lo, para ser honesta.

— Te incomoda ser assistente?

— Não, isso não me incomoda. — Ela disse e bufou. — Me incomoda que me protejam demais. Estou grávida, e não inválida.

— Vou manter isso em mente para o futuro. — Eu disse e sorri.

— Rafaelle, aí está você. — Deborah disse aparecendo e sorriu para mim, ela veio com uma mulher ao seu lado. — Senhorita Bicalho, prazer em vê-la. — Ela se aproximou e apontou para a mulher ao lado dela.

— Rafaelle, esta é Renato Secco, minha mãe. — A mulher olhou para nós, principalmente para mim. — Mãe, Gizelly Bicalho e Rafaella Kalimann.

Olhei para Rafaella por um segundo e ela ficou paralisada olhando para a mulher que não era outra senão sua avó.

— Você me lembra alguém... — Ela disse para Rafaella e Deborah pigarreou.

Consequências - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora